O Brasil confirmou nesta segunda-feira (13) mais um caso da varíola dos macacos. Detectado em um homem de 51 anos que chegou a Porto Alegre na última semana vindo de Portugal, esse foi o terceiro caso registrado pelo país desde o início do surto da doença.
O Ministério da Saúde já havia identificado dois casos da ‘monkeypox’ na cidade de São Paulo; o primeiro se tratava de um homem de 41 anos que viajou por Portugal, enquanto o segundo era um homem de 29 anos que viajou pela Espanha em maio. Ambos foram hospitalizados após o retorno. As autoridades sanitárias podem confirmar novos casos suspeitos nas próximas semanas, à medida que a vigilância da doença e o rastreio dos contatos continuarem.
Em nota, o Ministério disse: “Todas as medidas de contenção e controle foram adotadas imediatamente após a comunicação de que se tratava de um caso suspeito de ‘monkeypox’, com o isolamento do paciente e rastreamento dos seus contatos, tanto nacionalmente quanto do voo internacional, que contou com o apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”, declara a Saúde.
Em contraste com casos anteriores esporádicos ligados a viagens a países endêmicos, os profissionais da saúde não confirmaram a fonte de infecção para o atual surto, que é centrado principalmente na Europa. A transmissão da ‘monkeypox’ entre humanos ocorre entre pessoas em contato físico próximo, com o aumento de casos recentes ligados ao contato sexual, sugerindo que o vírus ligado à doença pode ser sexualmente transmissível.
Sintomas da varíola dos macacos na pele. (Foto/Reprodução/IR7)
O surto atual salienta a importância de práticas sexuais seguras e sugere que a varíola dos macacos pode ser transmitida enquanto a pessoa infectada apresenta poucos sintomas ou nenhum; no entanto, o risco é atualmente avaliado como baixo para indivíduos que não se envolvem rotineiramente com parceiros sexuais múltiplos ou anônimos.
A varíola dos macacos não ocorre naturalmente no Brasil; a maioria dos casos é relatada na África Ocidental e Central, principalmente na República Democrática do Congo (RDC), Nigéria e Camarões, entre indivíduos que relatam contato com primatas selvagens ou outros mamíferos que podem abrigar a doença.
A ‘monkeypox’ é causada por um vírus que pertence à mesma família do vírus que causa a varíola humana. No entanto, a varíola dos macacos não tem a mesma capacidade de transmissão rápida entre pessoas. A doença é propagada principalmente aos seres humanos através do contato direto com os fluidos corporais de roedores ou primatas infectados.
A transmissão humano-humana ocorre principalmente por contato pessoal próximo com um indivíduo infectado através de gotículas respiratórias, contato direto com fluidos corporais ou toque indireto com material de lesão (por exemplo, roupas contaminadas ou roupa de cama). Os sintomas geralmente aparecem 6 a 16 dias após a exposição, mas podem se desenvolver até 21 dias após a exposição.
Os sintomas geralmente incluem febre, dor de cabeça, dores musculares e dores nas costas, gânglios linfáticos inchados, calafrios, exaustão e uma erupção distinta caracterizada por lesões que progridem através de várias fases antes de diminuírem.
Foto destaque: Anvisa recomenda cuidados para controlar infecção. (Reprodução/MercoPress)