Saúde

BH apresenta o maior número de mulheres diagnosticadas com depressão no país

Uma pesquisa realizada no ano de 2021 aponta BH como a capital brasileira com maior número de mulheres diagnosticadas com depressão, sendo o dobro de diagnósticos em relação aos homens da mesma região

23 Mai 2022 - 10h14 | Atualizado em 23 Mai 2022 - 10h14
BH apresenta o maior número de mulheres diagnosticadas com depressão no país Lorena Bueri

Uma pesquisa realizada pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Por Inquérito Telefônico 2021, do Ministério da Saúde (MS), aponta Belo Horizonte (BH) como a capital do país que lidera o ranking de maior presença de diagnóstico de depressão entre mulheres. 

Segundo os dados do relatório, 23% das entrevistadas da cidade apresentaram o diagnóstico da doença. Campo Grande está na segunda posição, apresentando uma proporção de 21,3% das mulheres entrevistadas. Belém apresentou uma porcentagem menor, o relatório consta que 8% das mulheres foram diagnosticadas com depressão. 

Em relação aos homens, BH apresenta um índice tímido, com apenas 10,1%. Porém, a capital com o maior índice — Porto Alegre — apresentou uma proporção de 15,7% dos entrevistados. 

Analisando a amplitude das 27 capitais, a frequência média do diagnóstico de depressão foi estimado em 11,3% no ano de 2021. As mulheres apresentaram o dobro de diagnósticos em relação aos homens, com 14,7%; já o grupo masculino teve uma regularidade de 7,3% — esse foi o primeiro levantamento de dados sobre a assiduidade da doença no país. 


Período de isolamento e pandemia foi um dos agravantes no índice de depressão no Brasil (Foto: Reprodução/Illustration Forest/Shutterstock)


Para Christiane Ribeiro, psiquiatra da Comissão de Estudos e Pesquisa em Saúde Mental da Mulher da Associação Brasileira de Psiquiatria, a cobrança e a autocobrança da sociedade com a mulher para atingir um padrão de beleza é maior. 

"Além disso, elas têm mais propensão à violência doméstica, maior incidência de abuso sexual, são as maiores responsáveis por cuidar das atividades de casa e dos filhos, muitas são arrimo de família, ficam muito sobrecarregadas. Isso tudo pode contribuir para a incidência de depressão", diz Christiane. 

A pandemia foi outro agravante para o aumento de diagnósticos, como defendido pela psiquiatra. O fechamento de escolas e creches induziu uma sobrecarga do trabalho, e também o isolamento. Durante esse período o índice de violência doméstica aumentou, e o adoecimento pela Covid-19 entra como um fator potencializador da presença dessa doença no país. 

 

Foto Destaque: Mulheres apresentam o dobro de dianóstico de depressão em relação aos homens. Reprodução/Engin Akyurt/Unsplash.

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