Em um novo capítulo da guerra comercial entre China e Estados Unidos, os dois países anunciaram uma significativa redução nas tarifas bilaterais, que entra em vigor nesta quarta-feira (14). O anúncio foi feito após uma rodada de negociações em Genebra, mediada por representantes da Organização Mundial do Comércio (OMC), e representa o maior avanço diplomático desde o início do conflito tarifário.
O presidente dos EUA, Donald Trump, havia elevado no mês passado as tarifas sobre importações chinesas para 145%, como parte de sua ofensiva tarifária global. Outros países foram alvos de tarifas menores de 10%. Como resposta, o governo chinês impôs taxas de 125% sobre os produtos americanos. Após semanas de impasse, os dois lados decidiram reduzir as tarifas em 115 pontos percentuais, levando os impostos sobre os produtos chineses que entram nos Estados Unidos para 30%, e os de produtos americanos na China para 10%.
Conteiners representando China e EUA (Foto: reprodução/X/@Metropoles)
Ministério chinês elogia avanço
A trégua tem validade inicial de 90 dias e prevê acordos significativos dependendo da evolução dos diálogos. O Ministério do Comércio da China celebrou o acordo e afirmou que houve "progresso substancial" nas negociações. “Esta medida é do interesse dos dois países e do interesse comum do mundo”, declarou.
Em nota conjunta, os dois países afirmaram ter concordado em "estabelecer um mecanismo para continuar as discussões sobre relações econômicas e comerciais", visando buscar soluções duradouras e estáveis para os atritos bilaterais.
Trégua busca aliviar tensão global
A guerra comercial entre China e EUA começou em 2018, no governo Trump, e desde então envolveu sucessivos aumentos de tarifas sobre produtos estratégicos como aço, soja, semicondutores, veículos e equipamentos industriais. O impasse gerou tensões nos mercados e afetou economias de diversos países, inclusive emergentes como o Brasil.
A suspensão das tarifas pode aliviar as tensões a curto prazo. Ainda assim, o histórico de desconfiança e rivalidade entre os dois países levanta dúvidas sobre a estabilidade dessa aproximação.
Foto Destaque: Xi Jinping e Donald Trump (Reprodução/X/@siteptbr)