Governo Trump anuncia retirada dos EUA da Unesco: “Agenda globalista e ideológica”

Além de afirmar desacordo com política externa do governo, porta-voz acusa organização de promover pautas “anti-israelenses”

22 jul, 2025
Donald Trump | Reprodução/Tasos Katopodis/Getty Images Embed
Donald Trump | Reprodução/Tasos Katopodis/Getty Images Embed

O Departamento de Estado dos EUA anunciou, nesta terça-feira (22), a saída da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), alegando que a organização atua “para promover causas sociais e culturais conflitantes”. A saída dos Estados Unidos será efetivada em dezembro de 2026.

Segundo Tammy Bruce, porta-voz do departamento, a ONU promove “uma agenda globalista e ideológica para o desenvolvimento internacional, em desacordo com a nossa política externa de ‘América em Primeiro Lugar’”.

A organização lamenta a saída, mas afirma estar preparada: “Lamento profundamente a decisão do presidente Donald Trump de, mais uma vez, retirar os Estados Unidos da América da Unesco. (…) Por mais lamentável que seja, esse anúncio já era esperado, e a Unesco se preparou para isso“, disse a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay. 


Donald Trump (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)

A UNESCO

Sediada em Paris, a Unesco visa incentivar a paz e a segurança mundial através da cooperação internacional em educação, ciência e cultura. A instituição foi fundada em 1945, após a Segunda Guerra Mundial. O órgão desenvolve projetos de cooperação técnica em parceria com governos do mundo inteiro, com a sociedade civil e a iniciativa privada.

Atualmente, cerca de 8% do orçamento da organização é financiado pelos Estados Unidos. Antes da primeira saída, esse percentual era de 20%. Além de acusar a instituição de ser “ideológica”, a justificativa para retirada do órgão, segundo o governo estadunidense, se dá pela inclusão da Palestina como Estado-membro, ocorrida em 2011.

A decisão da Unesco de admitir o ‘Estado da Palestina’ como Estado-membro é extremamente problemática, contrária à política americana e contribuiu para a proliferação da retórica anti-israelense dentro da organização“, expressou a porta-voz em comunicado.

Trump e o histórico de retiradas da ONU

Essa não é a primeira vez que Donald Trump retira os Estados Unidos de organizações ligadas à ONU. Durante o primeiro mandato, em 2017, o presidente retirou o país da Organização Mundial da Saúde, do Acordo Nuclear com o Irã e de outros órgãos mundiais. O cenário foi revertido em 2021, com a posse de Joe Biden.

A decisão está alinhada à agenda MAGA (Make America Great Again) de Trump, que inclui tarifas comerciais, também aplicadas ao Brasil, e outros direcionamentos econômicos do presidente norte-americano.

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