Governo dos EUA limitará emissão de vistos para atletas transgêneros
O governo de Trump anunciou que haverá restrição na emissão do documento para pessoas trans em competições femininas, firmando ações contra política de gênero

Nesta segunda-feira (4), os Estados Unidos anunciaram que ocorrerá uma atualização na política de imigração que trará dificuldade na emissão de vistos para mulheres transgênero que pretendem competir em esportes no país.
Apesar do texto não fazer menção exata à “mulheres trans”, a medida será aplicada aos “atletas masculinos” que desejam competir contra mulheres.
A nova medida
De acordo com Matthew Tragesser, porta-voz do USCIS (Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA), a medida cessa uma “brecha” para os atletas do sexo masculino que visam trocar sua identidade de gênero para obter vantagens biológicas contra atletas femininas e desta maneira poder vencer esportes de elite. “O objetivo é garantir segurança, justiça, respeito e verdade, permitindo que somente atletas ‘femininas legítimas’ possam receber vistos para competir no país”, disse ele.
Esta mudança está em acordo com as políticas do governo de Donald Trump, que desde que assumiu o novo mandato vem impondo restrições aos atletas transgêneros.
Em fevereiro deste ano o presidente dos Estados Unidos assinou uma ordem executiva que visa excluir a partipação de mulheres trans nas competições femininas. Este tema vem sendo usado para mobilizar sua base contrária às políticas de gênero. Em meio a dezenas de meninas que estavam presentes na Casa Branca no momento da ocasião, ele disse que a esquerda radical levantou uma campanha visando apagar o conceito do sexo biológico para substituí-lo por uma “ideologia transgênero militante”.
Governo Trump nega visto a pessoas trans (Vídeo: reprodução/YouTube/@g1globo)
Alguns dias anteriores, Trump determinou que todos os documentos que fossem emitidos pelo governo federal possuissem apenas os termos “homem” e “mulher” como definição de sexo.
A atualização dessa medida poderá impactar na participação dos atletas que visavam competir nas Olimpíadas de Verão de 2028, que será em Los Angeles.
O Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos já haviam proibido mulheres trans de competir em esportes femininos desde o último mês.
Implementação em várias frentes
Esta política já vem ocorrendo em diversos setores. Em julho, por exemplo, a Universidade da Pensilvânia firmou um acordo com o governo onde se comprometia a proibir a participação de mulheres trans em suas equipes esportivas e utilizar apenas definições rigorosas para termos biológicos de masculino e feminino após sofrer ameças de terem suas verbas retidas.
Porém, no Título IX da lei federal há proibição para discriminação por sexo nos programas educacionais que são financiados pelo governo norte-americano. Contudo, a administração atual alega que com a participação de mulheres trans competindo em esportes femininos as oportunidades de equiparação com atletas cisgênero fica em desvantagem.
Recentemente o estado do Tennessee foi autorizado pela Suprema Corte dos Estados Unidos a proibir que pessoas transgêneros menores de 18 anos possam utilizar os serviços direcionados a transição, corroborando com as restrições que vem sendo impostas aos direitos de pessoas trans no país.