Escalada de violência em Gaza deixa 140 palestinos mortos em apenas um dia
Cresce o número de mortos em Gaza enquanto moradores denunciam falta de atenção internacional e enfrentam fome e violência em meio aos bombardeios constantes

Conforme o Ministério da Saúde local comunicou nesta quarta (18), pelo menos 140 palestinos perderam a vida no último dia, resultado das ações militares israelenses em Gaza. Essa intensificação da violência, com bombardeios e investidas contra civis, ocorre em um instante onde os moradores da área receiam que o foco da comunidade internacional esteja voltado para as tensões entre Israel e Irã, relegando o território a um segundo plano.
Informações confirmadas indicam que, nesta quarta, por volta de quarenta indivíduos faleceram em decorrência de bombardeios e disparos realizados pelas tropas de Israel. Entre os mortos, há pessoas comuns em busca de socorro, uma situação trágica que tem se tornado comum após a recente amenização do cerco total imposto a Gaza.
Ataques a áreas residenciais e filas por alimentos
Em meio aos alvos dos intensos bombardeios israelenses, destaca-se o campo de Maghazi, a área de Zeitoun e o coração da cidade. Infelizmente, esses ataques a casas resultaram em pelo menos 21 vítimas fatais. No sul da região, uma ofensiva aérea atingiu um campo de refugiados, matando outras cinco pessoas.
Há informações de que 14 palestinos perderam a vida, atingidos por tiros de Israel, enquanto esperavam para receber alimentos em uma das principais ruas de Gaza. Médicos da região afirmam que grande parte das vítimas buscava auxílio trazido por caminhões da ONU.
As Forças de Defesa de Israel comunicaram que apuram o incidente que causou a morte de pessoas comuns que aguardavam na fila por comida. Em comunicado, o Exército israelense frisou que suas ações visam a estrutura militar do Hamas e que procuram reduzir os perigos para os civis.
Ataques israelenses em Gaza continuam (Foto: reprodução/Ananlodu/Getty Images Embed)
População de Gaza denuncia descaso com o conflito
Mesmo com a persistência dos confrontos, os habitantes de Gaza manifestam receio pelo desinteresse global. Conforme relatos, o agravamento do embate aéreo entre Israel e Irã tem obscurecido a crise humanitária em Gaza, desviando a atenção da imprensa e das negociações políticas.
Adel, morador da Cidade de Gaza, desabafou sobre o sentimento de abandono. “Estamos sendo massacrados dia e noite, mas a atenção foi desviada para a guerra entre Irã e Israel”, disse ele em entrevista à agência Reuters. Outro morador destacou que a busca por comida se tornou uma atividade de alto risco. “Quem não morre com as bombas, morre de fome”, relatou, ao descrever cenas em que pessoas foram baleadas enquanto tentavam garantir um saco de farinha.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, desde o final de maio, quando a distribuição de ajuda foi retomada, quase 400 palestinos morreram e mais de três mil ficaram feridos durante tentativas de obter mantimentos básicos.