EUA oficializam tarifas de até 50% em importações para produtos brasileiros

Governo americano confirma sanções contra o Brasil em 1º de agosto; Donald Trump acusa governo brasileiro de censura e impõe tarifa máxima

28 jul, 2025
 Donald Trump  | Reprodução/Anna Moneymaker/Getty Images Embed
Donald Trump | Reprodução/Anna Moneymaker/Getty Images Embed

O governo dos Estados Unidos confirmou neste domingo (27) que as novas tarifas de importação anunciadas pelo presidente Donald Trump entrarão em vigor no dia 1º de agosto. As taxas, que variam entre 15% e 50%, atingirão dezenas de países e não terão prorrogação. O Brasil será o país mais impactado, com uma tarifa máxima de 50%.

Washington permite negociação

A confirmação foi feita pelo secretário de Comércio, Howard Lutnick, durante entrevista à emissora Fox News. Ele declarou que não haverá nenhuma alteração no cronograma. “Sem prorrogações, sem mais períodos de carência em 1º de agosto, as tarifas serão definidas. Elas entrarão em vigor. A Alfândega começará a arrecadar o dinheiro”, disse.


Secretário de Trump afirma que as tarifas entrarão em vigor em 1º de agosto (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Apesar do tom duro, Lutnick indicou que negociações seguem possíveis mesmo após a entrada em vigor das medidas. “As pessoas ainda poderão falar com o presidente Trump. Ele está sempre disposto a ouvir. Se conseguirão convencê-lo, é outra questão. Mas ele está aberto à conversa”, afirmou. No caso da União Europeia, que enfrenta tarifa de 30%, a exigência é de maior abertura ao mercado americano.

Brasil lidera países afetados

O Brasil figura no primeiro lugar entre os países impactados, com a tarifa mais elevada prevista. Em carta enviada ao presidente Lula, Trump acusou o Supremo Tribunal Federal de promover censura contra plataformas de mídia social dos EUA, o que, segundo ele, viola princípios fundamentais da liberdade de expressão. O presidente americano também criticou a relação econômica entre os dois países. Segundo ele, os termos atuais são “injustos” e “não recíprocos”. Trump ainda mencionou Jair Bolsonaro, dizendo que o ex-presidente é vítima de uma “caça às bruxas” no Brasil.

Apesar das acusações, dados oficiais do Ministério do Desenvolvimento apontam que o Brasil acumula déficits comerciais com os EUA desde 2009, totalizando mais de US$ 88 bilhões. O governo Lula estuda formas de reagir à medida.

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