Design do submarino Titan é apontado como fator principal no desastre
Relatório conclui falhas na estrutura, inspeção e cultura organizacional tóxica da empresa que não prezavam segurança e testes conclusivos

Uma investigação de dois anos da U.S. Coast Guard concluiu, em relatório final divulgado nesta terça-feira (5), que o design inadequado do submersível Titan foi um dos principais fatores que causaram a implosão em junho de 2023, resultando na morte de cinco pessoas durante uma expedição aos destroços do Titanic.
O documento de mais de 300 páginas também apontou falhas graves na certificação, manutenção, inspeção e uma cultura de trabalho tóxica na operadora OceanGate, que ignorou alertas sobre anomalias no casco antes do mergulho fatal.
Os principais fatores contribuintes identificados pela investigação incluíram: projeto defeituoso e construção inadequada do casco de fibra de carbono, que perdeu integridade estrutural sob pressão extrema. Assim como, uma dependência excessiva de um sistema de monitoramento em tempo real sem análise significativa dos dados coletados, ignorando sinais de desgaste e danos anteriores.
OceanGate (Foto: reprodução/ David Ryder/Getty Images Embed)
Falhas de engenharia, certificação e inspeção
A investigação concluiu que o processo de projeto, teste e fabricação do casco do submarino Titan não observou os padrões de engenharia essenciais para operações em profundidades extremas. Não houve avaliação adequada do ciclo de vida da fibra de carbono utilizada, nem testes destrutivos ou inspeções completas antes do uso em expedições tripuladas. Após uma missiva com alertas em 2022, OceanGate não tomou providências corretivas nem investigações detalhadas foram realizadas.
Cultura organizacional tóxica e segurança
Além dos defeitos técnicos, a investigação destacou uma cultura de trabalho opressiva na OceanGate, onde funcionários foram demitidos ou silenciados por levantarem preocupações sobre segurança. A empresa também explorou brechas regulatórias: classificou passageiros como “mission specialists” para evitar regulamentações, sujeitou documentos a fraude e operou o Titan fora dos protocolos exigidos por órgãos reguladores.