No começo da manhã deste sábado (22), o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro foi preso preventivamente por ordem do ministro Alexandre de Moraes. A medida foi necessária, uma vez que foram identificadas violações na tornozeleira eletrônica que o ex-presidente usava enquanto estava em prisão domiciliar. Além disso, uma vigília convocada por Flávio Bolsonaro poderia criar um tumulto e facilitar uma possível fuga do ex-presidente.
Contudo, a defesa de Jair Bolsonaro aponta que a prisão preventiva causa uma “profunda perplexidade“. Os advogados de Jair explicam que a prisão preventiva havia sido decretada com base na vigília organizada por Flávio e que isso estaria dentro do direito à liberdade religiosa, garantido pela Constituição.
Críticas da defesa
Em nota, a defesa de Bolsonaro explicou o porquê da insatisfação e perplexidade da ordem de prisão preventiva dada ao ex-presidente. “A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada na manhã de hoje, causa profunda perplexidade, principalmente porque, conforme demonstra a cronologia dos fatos, está calcada em uma vigília de orações“.
O ministro Alexandre de Moraes deu a ordem para que Bolsonaro fosse preso preventivamente, pois, segundo ele, havia risco de fuga e ameaça à ordem pública. Entretanto, os defensores de Bolsonaro rebatem, explicando que ele estava em sua residência em Brasília, usando tornozeleira eletrônica e havia monitoramento policial constante, o que, de acordo com os advogados, descartava o risco de fuga.
Bolsonaro durante prisão domiciliar (Foto: reprodução/Diego Herculano/Reuters)
Situação de Bolsonaro
Bolsonaro estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto de 2025, devido a um inquérito que investiga a tentativa de interferir no processo da trama golpista, no qual foi condenado em setembro do mesmo ano. Não havendo chances de recurso nesse processo, o ex-presidente cumprirá 27 anos e 3 meses de prisão.
Com a identificação de risco de fuga e violação da tornozeleira eletrônica, o ministro Alexandre de Moraes decretou prisão preventiva do ex-presidente, contudo, a prisão ainda não entra no cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses, isso só ocorrerá quando Bolsonaro for levado para uma unidade prisional.
Bolsonaro ainda não cumpre a pena determinada (Foto: reprodução/Bloomberg /Getty Images Embed)
A decisão de converter a prisão domiciliar em prisão preventiva adiciona um novo capítulo à já conturbada situação de Jair Bolsonaro, que segue no centro de investigações e disputas judiciais. Enquanto a defesa insiste em dizer que não havia risco de fuga e critica sobre exageros na determinação do ministro Alexandre de Moraes, o Supremo mantém sua posição de que as medidas foram necessárias para garantir a ordem pública e a efetividade da execução penal.
Agora, o ex-presidente aguarda definição sobre sua transferência para uma unidade prisional, etapa que marcará o início do cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses imposta pela Justiça.
