Bolsonaro é preso preventivamente após decisão do STF por Moraes

STF decreta prisão preventiva de Bolsonaro após sinais de ameaça à ordem pública e suspeitas de que ele tenha violado condições da prisão domiciliar

22 nov, 2025
Ex-presidente Jair Messias Bolsonaro |Reprodução/Getty Images Embed/Sergio Lima
Ex-presidente Jair Messias Bolsonaro |Reprodução/Getty Images Embed/Sergio Lima

Nesta manhã (22), Jair Messias Bolsonaro (PL), ex-presidente do Brasil, pegou prisão preventiva pela Polícia Federal (PF) em Brasília, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A operação ocorreu por volta das 6:35 hr, quando chegou ao condomínio onde Bolsonaro estava sob prisão domiciliar, um comboio da PF.

Segundo nota oficial da PF, trata-se apenas de uma “prisão preventiva”, ou seja, uma ação cautelar, portanto a ação tomada não se refere ao início do cumprimento da pena a que Bolsonaro foi condenado  A justificativa central é garantir a ordem pública, especialmente diante de uma vigília convocada por apoiadores nas proximidades da residência do ex-presidente.

Motivações para a decisão judicial

A detenção foi pedida justamente pela PF, que alertou os riscos de uma mobilização de simpatizantes do condenado. Na véspera, o senador Flávio Bolsonaro, filho de Jair, havia convocado uma vigília nas imediações da casa do pai, o que preocupou as autoridades com possível tumulto ou interferência na execução das medidas cautelares.

Na decisão, Moraes enfatizou que a prisão deveria respeitar a dignidade de Bolsonaro: ressaltou que a ação seria executada sem algemas e sem exposição midiática.  O ministro apontou ainda que havia risco de desrespeito às medidas já impostas, como a tornozeleira eletrônica, há indícios de violação do equipamento, o que alimentou a tese de uma possível tentativa de fuga. 

Histórico processual e condenação

Bolsonaro já havia sido condenado a 27 anos e três meses de prisão na Ação Penal 2668, relacionada à trama golpista após a eleição de 2022.  No entanto, a prisão preventiva decretada agora não está diretamente vinculada ao início do cumprimento dessa pena, segundo a PF e a decisão judicial. 

Desde 4 de agosto de 2025, Bolsonaro cumpria prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica como parte de medidas cautelares.  A defesa do ex-presidente chegou a pedir ao STF que a detenção domiciliar fosse mantida por “razões humanitárias”, citando problemas de saúde e a fragilidade de Bolsonaro, que tem histórico médico e já passou por cirurgias. 

Moraes, contudo, optou pela conversão para prisão preventiva. Na sua avaliação, os riscos à ordem pública, diante da vigília convocada pelo filho de Bolsonaro e a possibilidade de violação da tornozeleira, justificavam a medida cautelar mais rigorosa. 

Reação da ex-primeira dama

Michelle Bolsonaro reagiu à prisão preventiva de Jair Bolsonaro por meio de um story no Instagram em que citou o Salmo 121


Print dos stories de Michelle Bolsonaro
Story de Michelle Bolsonaro (Foto:Reprodução/Instagram/@michellebolsonaro)

Ela também escreveu: “Confio na justiça de Deus. A justiça humana, como temos visto, não se sustenta”, fazendo referência à facada sofrida por Bolsonaro em 2018 como prova de que Deus já “livrou” seu marido em outras situações difíceis.

Cenário e implicações

A prisão preventiva de Bolsonaro reforça a gravidade do momento político: apesar de já estar condenado, ele não iniciava o cumprimento de pena formal, segundo a PF.  A vigilância sobre seus atos, sua liberdade e seus movimentos se intensificou, e a decisão de Moraes também sinaliza que o STF vê riscos reais em manter Bolsonaro apenas em prisão domiciliar.

Por outro lado, a defesa poderá continuar pleiteando o regime domiciliar, especialmente com argumentos médicos, sua equipe jurídica já havia feito esse pedido à Corte. Resta saber como o STF e a PF vão conduzir os próximos passos: se Bolsonaro permanecerá na sala especial da Superintendência da PF em Brasília ou se será movido para outro local mais restrito.

A prisão preventiva, por definição, é temporária e tem como foco garantir que medidas legais sejam respeitadas e que riscos identificados sejam mitigados. No caso de Bolsonaro, essa decisão reforça a tensão política e institucional em torno de sua condenação e de sua influência entre parte significativa da população.

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