Alexandre de Moraes prorroga prazo para relatório sobre megaoperação no RJ
Alexandre de Moraes atende pedido do governo do Estado que alegou dificuldade de reunir materiais para produção de relatório sobre megaoperação
Na manhã desta quinta-feira(13), o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes estendeu o prazo em quatro dias, até o dia 17, para que o Governo do Estado do Rio de Janeiro envie o relatório completo sobre a megaoperação nos Complexos do Alemão e da Penha que deixou 121 mortos.
Decisão vem após pedido do Governo do Estado para prorrogação de prazo para conseguir reunir todas as informações necessárias para formular o relatório.
Alexandre de Moraes intimou órgãos judiciais do Rio
Na decisão que deu prazo de 48 horas para apresentação de relatório completo sobre a megaoperação nos Complexos do Alemão e da Penha, o ministro também intimou o Ministério Público, o Tribunal de Justiça e a Defensoria Pública do Rio de Janeiro para prestar esclarecimentos sobre a megaoperação.
Dentre as respostas já apresentadas dentro do prazo, o procurador de Justiça do Rio, Antonio José Campos Moreira, afirmou que o órgão acompanhou a operação com uma equipe técnica formada por oito pessoas formada por médicos legistas e peritos.
MP usará tecnologia 3D para investigação (Vídeo: Reprodução/YouTube/ Rádio CBN)
Além dos pedidos de esclarecimentos, Moraes pediu a preservação de todas as imagens das câmeras corporais utilizadas pelos policiais durante a operação, envio dos laudos de necrópsia com registro fotográfico e busca de projéteis, relatórios de inteligência que apontem a presença dos 51 réus que o Estado afirma ter ido prender com a Operação Contenção e informação sobre as medidas tomadas para preservar e documentar a operação.
Ministério Público analisa imagens de câmeras corporais
Em resposta ao prazo estipulado por Moraes, o Ministério Público do Rio de Janeiro afirma que está analisando as imagens das câmeras corporais utilizadas pelos policiais envolvidos na megaoperação.
Segundo o MP, foram recolhidas imagens de 334 câmeras corporais por meio de um sistema de varredura e armazenadas em uma plataforma online que guarda evidências digitais como a reconstrução de modelos 3D de corpos das vítimas fatais da operação.
O ofício ainda completa que as imagens das câmeras estão em fase de catalogação e que essa atividade é complexa e exige precisão para não cometer erros e somente após o fim dessa fase os médicos legistas podem dar seu parecer sobre a megaoperação e que tudo será enviado após a conclusão dos trabalhos da equipe técnica.
Moraes suspende inquérito sobre retirada de corpo
Alexandre de Moraes também determinou a suspensão do inquérito da Polícia Civil sobre a retirada de corpos de mortos em área de mata nos Complexos do Alemão e da Penha.
A decisão pelo fim da investigação veio após Moraes receber denúncias em audiência de que familiares foram obrigados a prestar depoimento antes do recolhimento dos corpos.
Promotoria relata ações dos policiais em operação (Vídeo: Reprodução/YouTube/ Uol Brasil)
No dia seguinte, o secretário de Polícia Civil afirmou que as pessoas que recolheram os corpos em área de mata respondem por fraude processual por segundo ele mexer na cena de um crime antes da perícia do local.
A Polícia Civil ainda afirmou em nota que a investigação não era contra parentes que estavam em busca de seus familiares desaparecidos na operação, mas contra membros de facção criminosa que segundo a corporação queriam retirar qualquer referência de envolvimento com a facção dos mortos.
