Cemitério indígena de mais de 6 mil anos antes de Cristo é descoberto em São Luís

Sítio arqueológico foi encontrado durante o processo de licenciamento ambiental do programa “/Minha casa minha vida”/; mais de 100 mil artefatos já foram localizados

17 jan, 2024

Um cemitério indígena foi descoberto por arqueólogos em São Luís (MA), e pode ser o mais antigo das regiões Norte e Nordeste do Brasil. Até o momento, 43 esqueletos humanos e mais de 100 mil artefatos como conchas, cerâmicas e pedras decoradas foram encontrados no local. 
O patrimônio arqueológico foi descoberto por conta do processo de licenciamento ambiental da obra “/Minha Casa, Minha Vida”/, programa do governo federal.
Os pesquisadores que trabalham no local estão encantados com a nova página de histórias de indígenas no Maranhão. De acordo com um dos historiadores envolvidos, a partir desse sítio e de sua complexidade, é possível trazer novas referências junto à literatura.

Primeiros achados

Desde 2020, os primeiros fragmentos começaram a ser encontrados no local, como pedaços de cerâmica e três esqueletos humanos. De agosto do ano passado até o momento, cerca de 40 esqueletos foram encontrados. 


Internauta compartilhou fotos e informações sobre o cemitério indígena nas redes sociais (Foto: reprodução/x/@lilliunazules)


De acordo com Jornada Lima, gestora de planejamento operacional, conforme os fragmentos foram encontrados, os pesquisadores se surpreenderam com o tamanho do sítio arqueológico. 
Todo trabalho de levantamento e resgate é acompanhado pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional. 

 

Maior e mais antigo cemitério indígena

De acordo com os pesquisadores, eles estão diante do maior e do mais antigo cemitério indígena já encontrado nas regiões norte e nordeste do país. A hipótese de estudos preliminares aponta que parte desse material é de mais de 6 mil anos antes de Cristo. 
No sítio, é possível que haja vestígios de pelo menos quatro povos indígenas diferentes, que teriam ocupado a região em momentos distintos, sendo eles, o povo tupinambá, os ceramistas amazônicos, os sambaquieiros e os pré-sambaquieiros.
Todos os esqueletos foram encontrados em perfeito estado de conservação, e posteriormente, envelopados e guardados em contêineres que ficam sob a guarda da Universidade Federal do Maranhão, até que o Centro de Reserva Técnica do Sítio Rosane seja construído. 
Amostras do material resgatado serão enviadas para um laboratório nos Estados Unifos para que a datação definitiva do acervo arqueológico seja feita. 

Foto destaque: fragmentos de cerâmica encontrados no sítio arqueológico (Foto: reprodução/tv globo)

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