Existem amantes da moda espalhados pelo mundo todo, alguns com mais condições do que outros, sendo essa uma das razões pela qual as pessoas buscam algumas alternativas para ter uma peça desejada. Alguns estudos sobre o consumo na moda foram feitos, em especial pelo aumento desenfreado na busca de dupes nas demais redes sociais, como no Tik Tok.
Na plataforma de vídeos curtos, as pesquisas por produtos dupes aumentaram nos últimos meses, conforme a hashtag #dupe que apareceu cada vez mais nas legendas dos vídeos de inúmeros criadores de conteúdo de moda, explicando do que se trata ou dando dicas de como encontrá-los. Apesar dessas pessoas, em sua maioria, apontar o lado positivo (por de fato existir um), há várias outras que dizem não concordar por questões de plágio e a qualidade duvidosa dos itens.
A problemática do consumo na nova geração
De tempos em tempos nós conseguimos registrar os conflitos entre as gerações, isso envolve as divergências de comportamento, estilo de vida e até mesmo posicionamentos políticos, mas as oposições também impactam na moda.
Já houve alguns debates sobre como os jovens da geração Z não são tão envolvidos em eventos “padrões” da vida adulta, como, por exemplo, casar-se e ter filhos. Se perguntassem para eles o motivo, diriam que o custo de vida está mais alto atualmente, dificultando uma estabilidade financeira e os fazendo priorizar certos hábitos, entre eles, o vestuário não está incluso.
Salto da Arezzo (Foto: reprodução/Intagram/@arezzo)
Conforme uma pesquisa feita no Bank of America, 40% dos jovens da geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) estão gastando menos com roupa, devido aos valores altíssimos do mercado. Mesmo que sejam admiradores do mundo da moda, comprar os artigos de luxo não está dentro de suas realidades, assim, recorrem ao dupe.
O que é dupe
Influenciadores que buscam revelar aos seus seguidores roupas, acessórios e até maquiagens por um preço menor, mas que relembram os produtos de marcas mais caras, tem se tornando mais frequente e chamam de “primo baratinho da marca x”; esse tal primo é o dupe. Não se trata apenas de quem os mostra nas redes, mas também sobre a quantidade de pessoas que procura.
Tendo uma concentração maior nas redes do famoso fast fashion, lojas como a Shein, AliExpress e Amazon possuem um grande alcance desses compradores. As marcas brasileiras também não ficam de fora, podemos ver C&A, Arezzo e Renner copiando modelos da Hermes, Miu Miu e Balenciaga.
Salto da Miu Miu (Foto: reprodução/Instagram/@tash_ps)
Geralmente, a qualidade do material se mostra inferior, com uma durabilidade baixíssima, os itens usados para a confecção são mais poluentes e, em alguns casos, há o uso de mão de obra barata. Durante esse fenômeno, também existe uma preocupação recorrente ao consumo excessivo, uma velha pauta na indústria da moda.
Suas consequências
Tudo começou com um bom e claro objetivo: democratizar a moda e levá-la de modo mais acessível. Contudo, o resultado acabou fugindo desse propósito, resultando no fácil descarte, uma alta comercialização de plágio e desvalorização do trabalho de muitos designers, sejam diretores criativos de casas de luxo ou artistas pequenos e, claro, aquele ciclo vicioso de compras.
O evento passa a virar um problema quando você vai em busca de um produto de preço e qualidade inferior por status, impulsionar a sua própria imagem, e não porque gosta da marca e sonha em ter pelo menos uma bolsa da coleção de gosta. A história da grife, do fundador, do estilista e das causas que ele luta acabam ficando à parte.
A tendência dos dupes vem sendo discutida com mais frequência, os impactos que ele traz socialmente podem não ser tão benéficas assim, tornando-se necessário conhecer e estudar todos os lados do fenômeno.
Foto destaque: modelo com a coleção outono/inverno da Miu Miu 2024 (reprodução/Instagram/@miumiu)
