Moda

Lino Villaventura encanta no SPFW N59 com coleção etérea e distópica

O desfile do estilista paraense na São Paulo Fashion Week N59 reafirma a moda como expressão artística, política e cultural

09 Abr 2025 - 10h03 | Atualizado em 09 Abr 2025 - 10h03
Lino Villaventura encanta no SPFW N59 com coleção etérea e distópica Lorena Bueri

Durante a edição N59 do São Paulo Fashion Week, Lino Villaventura apresentou uma coleção que vai além da moda, um manifesto visual ancorado no sensível, no artesanal e no simbólico. Em um cenário dominando pela efermeridade do fast fashion, ele reafirma sua estética como um ato de resistência criativa, trazendo para a passarela peças que celebram a fluidez, as cores intensas e força dos símbolos.

Com quase cinco décadas de carreira, Lino Villaventura segue como um dos estilistas mais aguardados do line-up da SPFW. Nessa edição, ele reafirmou seu lugar como referência de inovação, técnica e emoção na passarela. Seu desfile não foi apenas uma apresentação de moda, mas uma performance sensorial que explorou temas contemporâneos como colapsos, reconstrução e a potência criativa em meio ao caos.

Uma estética apocalíptica elegante

Logo nos primeiros looks, uma atmosfera distópica se instalou na passarela. As camadas, recortes estratégicos, fivelas, amarrações e balaclavas sugeriam um mundo pós-apocalíptico, onde a beleza resiste entre os escombros. Lino explora a tensão entre o bruto e o delicado para criar uma narrativa visual poderosa, na qual o corpo é, ao mesmo tempo, protegido e exposto artisticamente.


Desfile da coleção do Lino Villaventura (Vídeo: reprodução/Instagram/@spfw)


Ele transforma o caos em arte, provando que até o fim dos tempos pode ser interpretado com beleza e sensibilidade. Sua visão apocalíptica é, acima de tudo, uma celebração da criatividade e da reinvenção.

A beleza do artesanal

O desfile começou com uma série de peças totalmente brancas, sugerindo um recomeço, um respiro. Cada modelagem, corte, nervura e bordado revela o domínio técnico de Lino sobre o fazer manual, uma de suas marcas registradas. Pérolas, tweeds desfiados e armações delicadas revelam que, mesmo em um mundo em ruínas, a arte ainda floresce.

Em uma era cada vez mais acelerada e automatizada, o valor do artesanal se torna ainda mais precioso. O feito à mão carrega história, cultura e emoção. Cada peça é única, imperfeita em sua perfeição, e traz consigo o toque humano que nenhuma máquina é capaz de reproduzir.

Cores, fluidez e simbologia

À medida que o desfile avança, cores como marrom, verde musgo, roxo profundo e vermelho sangue invadem a passarela. Tecidos fluidos moldam vestidos etéreos que remetem a ninfas ou guerreiras místicas, enquanto outras peças se transformam em mosaicos vivos, costurados com histórias.


Lino Villaventura apresentou nesta edição um desfile que valoriza a textura e a combinação de retalhos (Vídeo: reprodução/Instagram/@ambulatoriodamoda)


Símbolos presentes nos bordados, nas estampas e nas formas evocam universos ancestrais e imaginários. Os elementos ligados à natureza, ao místico e ao espiritual nos lembram que, mesmo em tempos de ruptura, há uma força invisível que nos conecta. Cada detalhe parece convidar à reflexão sobre origem, transformação e transcendência de cada peça.

Por que precisamos falar sobre esse desfile

Mais do que acompanhar uma nova coleção, assistir ao desfile de Lino Villaventura na SPFW N59 é presenciar uma manifestação artística que dialoga com o presente e aponta para o futuro. Em um cenário de mudanças climáticas, crises sociais e busca por propósito, a moda assume um papel de linguagem e resistência.

Villaventura, com sua sensibilidade e ousadia, nos lembra que vestir-se pode ser um ato poético, talvez um modo de sobreviver e recomeçar. Falar sobre este desfile é documentar um momento em que moda, arte e discurso se encontram. É dar visibilidade a uma criação que transcende tendências e desafia convenções.

Foto destaque: produção do desfile de Lino Villaventura no SPFW N59 (Reprodução/Instagram/@gamarquesft)

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