Vasco busca equilíbrio com Diniz no comando
Sob o comando de Diniz, o Vasco mostra ataque eficiente, mas segue com aproveitamento baixo, defesa vulnerável e risco de rebaixamento no Brasileirão

Desde que chegou ao Vasco em maio, Fernando Diniz tenta consolidar seu estilo ofensivo e de posse de bola. Porém, os números revelam uma forte dependência do ataque: todas as vitórias com o treinador aconteceram quando o time marcou pelo menos três gols.
Em seis triunfos, o Gigante da Colina anotou média de 3,5 gols por partida. Foram vitórias contra Fortaleza, Melgar, São Paulo, CSA, Santos e Sport, sempre com o setor ofensivo em alta. Já nos jogos em que não alcançou esse patamar, o resultado positivo não veio.
Artilharia no ano de 2025 (Vídeo: reprodução/Instagram/@sofascorebr_oficial)
No Brasileirão, o desempenho em São Januário preocupa. Em sete partidas como mandante, Diniz conquistou apenas uma vitória, somando três empates e três derrotas. O aproveitamento é de apenas 28,6%. Nesse recorte, foram nove gols feitos e 11 sofridos, com apenas uma partida sem ser vazado.
Dados preocupantes
O time precisa de 13,2 finalizações para balançar as redes, enquanto sofre um gol a cada 7,9 chutes recebidos. Apesar da média de 61% de posse de bola, o controle da partida nem sempre se traduz em vantagem no placar. A última vitória em casa ocorreu em maio, diante do Fortaleza.
Após a pausa para o Mundial, esperava-se crescimento no rendimento. No entanto, em 16 jogos, o Vasco somou apenas três vitórias, oito empates e cinco derrotas, o que representa 35,4% de aproveitamento. A equipe mostra maior estabilidade no estilo de jogo, mas os resultados continuam aquém do esperado.
Diferença para o topo
O contraste entre Vasco e os primeiros colocados do campeonato deixa clara a raiz do problema. A equipe carioca marcou 32 gols no Brasileirão, mesmo número do Palmeiras, terceiro colocado, e apenas cinco a menos que o Cruzeiro, vice-líder, com 37. O ataque vascaíno, portanto, tem números de equipe de ponta.
Tabela da 23ª rodada do Brasileirão (Vídeo: reprodução/Instagram/@brasileirao)
A diferença está atrás: enquanto Palmeiras e Cruzeiro sofreram 17 e 16 gols respectivamente, o Vasco já foi vazado 33 vezes. Esse desequilíbrio explica a distância na tabela. Todos os clubes do G4 têm mais de 30 gols marcados, mas fora desse grupo apenas Botafogo e Vasco alcançaram essa marca. Enquanto os alvinegros estão em 6º lugar, o cruz-maltino ocupa a 15ª posição, a apenas um ponto da zona de rebaixamento.
Fernando Diniz segue tentando equilibrar a produção ofensiva e a solidez defensiva no Vasco. Embora o time apresente sinais de evolução, o excesso de empates, a instabilidade em casa e a fragilidade da defesa impedem que o bom ataque se converta em uma campanha mais segura.