UFRJ se pronuncia sobre fala de professor após ataque à filha de Roberto Justus

Instituição repudia comentário que sugeria morte de criança de cinco anos; pais da menina tomam medidas legais contra autores das ofensas

08 jul, 2025
Casal ao lado da filha, Vicky | Reprodução/Instagram/@anapaulasiebert
Casal ao lado da filha, Vicky | Reprodução/Instagram/@anapaulasiebert

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) divulgou uma nota oficial nesta segunda-feira (7) após a repercussão de um comentário feito pelo professor aposentado Marcos Dantas, que mencionou a filha de cinco anos do empresário Roberto Justus e da influenciadora Ana Paula Siebert em um post considerado ameaçador. A publicação, feita no X sugeria que a criança deveria ser morta “na guilhotina” após aparecer em foto com uma bolsa de grife avaliada em R$ 14 mil.

A frase provocou indignação imediata nas redes sociais e foi denunciada pelos pais da menina como um ato de ódio. Em nota conjunta, a UFRJ e a Escola de Comunicação (ECO) repudiaram “qualquer tipo de expressão de pensamento que incite à violência ou agrida a terceiros” e esclareceram que Marcos Dantas está aposentado desde 2022, não tendo mais vínculo ativo com a instituição.

A manifestação da universidade buscou conter a associação entre o conteúdo violento da postagem e a imagem pública da instituição, que tem sido pressionada por alunos, professores e internautas a se posicionar diante da repercussão nacional do caso. “A UFRJ é uma instituição historicamente comprometida com a construção de um projeto de Nação, através do conhecimento e da ciência; baseia-se na defesa dos valores humanistas, na educação, na democracia e no diálogo em prol do Brasil”, afirmou o comunicado.

Onda de repúdio nas redes sociais

O acessório de alto valor, avaliado em mais de R$ 14 mil, foi o estopim para que aparecessem diversas críticas sobre a ostentação infantil, mas uma parte desses comentários ultrapassou o campo da opinião, com ameaças explícitas à integridade da criança. Um dos mais chocantes foi o de Marcos Dantas, que escreveu “só guilhotina resolve”.


Foto da publicação de Ana Paula Siebert que gerou comentários polêmicos (Foto: Reprodução/Instagram/@anapaulasiebert)

Horas depois, a publicação foi apagada, mas capturas de tela circularam amplamente, o que levou o casal a se pronunciar. Em vídeo publicado no Instagram, Justus e Ana Paula afirmaram que tomarão medidas legais contra todos os responsáveis pelas ameaças. “Instigar a morte e a violência não é aceitável e não pode se tornar normal”, disseram.

Pais da criança reagem e anunciam medidas judiciais

Durante o pronunciamento, Roberto Justus lamentou o teor dos ataques. “O julgamento extrapolou o bom senso. Falaram que tinha que matar a nossa filha com guilhotina”, declarou, visivelmente indignado. Ele ainda garantiu que não deixará o caso impune: “Já acionei todo o corpo jurídico. Não vou aceitar ameaças à minha família”.


Noticia sobre o pronunciamento do casal (Vídeo: Reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Ana Paula reforçou a gravidade da situação e alertou sobre os riscos da normalização de discursos violentos nas redes. “É instigar a morte, o ódio, é inaceitável! […] Não é porque está na internet que se pode dizer qualquer coisa”, afirmou, pontuando que mesmo que a bolsa tivesse sido comprada — o que negou, dizendo que foi um presente — isso não justificaria nenhum tipo de ataque, especialmente contra uma criança.

Discurso de ódio acende alerta sobre ambiente digital

O episódio agitou o debate, questionando os limites do discurso nas redes sociais além da responsabilidade civil e criminal por mensagens incitando violência, até em tom irônico. Especialistas notam que, sem importar se o autor comentava aposentado, o conteúdo possui o risco de ser investigado, por apologia à violência e ameaça à vida de um menor.

A ressonância do caso revela um ambiente digital que está cada vez mais agressivo; personalidades públicas e ate seus filhos viram alvos de falas radicais de forma cada vez mais frequente e sem filtro. A UFRJ, ao se distanciar formalmente da declaração enquanto reitera seus princípios democráticos e humanitários, procura mitigar danos à instituição e, valorizar a ética no debate.

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