Zayn Malik relembra racismo sofrido durante época na One Direction

Artista possui descendência paquistanesa e já foi alvo de diversos ataques xenófobos e racistas ao longo de sua carreira; nova música do cantor aborda assunto

07 jul, 2025
Artista foi alvo de racismo por sua descendência paquistanesa | Reprodução/Instagram/@zayn
Artista foi alvo de racismo por sua descendência paquistanesa | Reprodução/Instagram/@zayn

O britânico Zayn Malik foi um dos principais assuntos da indústria musical neste fim de semana ao chamar atenção para o preconceito sofrido durante os anos em que esteve junto à One Direction. Ao postar uma prévia de “Fuchsia Sea”, seu novo trabalho, o cantor que tem descendência paquistanesa confrontou o racismo e xenofobia sofridos durante sua adolescência e início de vida adulta.

A postagem que causou um alvoroço entre os fãs da boyband britânica e usuários em geral foi postada no último sábado (5) na conta pessoal do artista no Instagram. Seguindo uma receita musical diferente de seu último álbum, Room Under the Stairs, “Fuchsia Sea” apresenta Zayn Malik rimando em uma vertente de hip-hop reflexivo, com uma batida que mistura elementos de piano.

O verso de Zayn aborda outras questões sobre sua vida pessoal, mas o verso que se destacou mais na internet foi ao fim da primeira parte da canção, quando a referência cita sua época como membro da One Direction. “Eu me converti ao show, e fiz isso por causa da inflação. Porque trabalhei duro em uma banda branca e eles ainda riram do asiático“, diz ele. Em outra parte da música, Zayn ainda fala que lutou contra intimidações ao longo de sua vida na Inglaterra por ser uma pessoa de cor.

Vida marcada pelo preconceito

Filho de pai muçulmano paquistanês e mãe inglesa de ascendência irlandesa, Zayn já falou diversas vezes sobre sua família enfrentar o racismo e a intolerância, especialmente quando criança em Bradford, Inglaterra.



Artista compartilhou trecho de nova música (Vídeo: reprodução/Instagram/@zayn)

Aos oito anos, Zain Malik (nome de batismo) se deparou com a xenofobia e o racismo contra si e sua família pela primeira vez. Isso porque, em 2001, a Inglaterra passou por um período conturbado quando tensões entre a população asiática e grupos extremistas explodiram no país. “Era muito confuso, porque eu não via cor, religião ou raça, apenas pessoas. A medida que você envelhece, você começa a desenvolver sua identidade e ver quem você é. Então isso também foi confuso”, disse o artista para o portal Standard, do Reino Unido.

Enquanto estava no One Direction, ele ocasionalmente falava sobre ser alvo de assédio online, como em uma entrevista de 2012, quando, em uma onda de ataques devido a sua etnia, foi taxado como terrorista. Na época, em uma entrevista, o cantor se pronunciou de forma discreta: “Coisas desagradáveis. Como você pode justificar isso? Como você pode me chamar assim e se safar?“, disse.

Fãs relembram preconceitos

Embora uma parcela dos fãs se declarasse surpresa com o verso do cantor, outra parte relembrou momentos da época da banda em que o racismo e a xenofobia com as raízes asiáticas e muçulmanas chegaram ao público.



Fãs relembram preconceitos sofridos por Zayn (Foto: reprodução/X/@heartweirdo)

Uma das fãs no X (antigo Twitter) chegou a recordar de quando Zayn recebeu comentários e críticas de fãs brancos pedindo que ele parasse de “propagar o islamismo” ao publicar a expressão “Eid Mubarak” em suas redes sociais, uma fala em árabe usada para desejar um “feliz feriado” ou “festas”. Ou até mesmo quando o cantor, em 2014, fez um post com a hashtag “FreePalestine” e foi alvo de críticas por se opor ao genocídio em Gaza.

Outro momento comentado foi quando Malik, após compartilhar uma oração em árabe, foi chamado de “jihadista”, termo comumente usado para se referir a pessoas ligadas a movimentos extremistas islâmicos. Fãs do cantor ainda relembraram que ele era visto como “exótico”, e apenas recebia elogios quando escondia seus traços paquistaneses.

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