Celebridades

Maradona: a bola, o povo e sua intensa passagem na terra

Um dos maiores ídolos da história do futebol mundial, Diego Armando Maradona faleceu nesta última quarta-feira (25) aos 60 anos de idade. Saiba um pouco como foi a sua vida dentro e fora do campo!

26 Nov 2020 - 22h11 | Atualizado em 26 Nov 2020 - 22h11
Maradona: a bola, o povo e sua intensa passagem na terra Lorena Bueri

Um dos maiores ídolos da história do futebol mundial, Diego Armando Maradona, que faleceu nesta última quarta-feira (25) aos 60 anos de idade, será enterrado nesta quinta no mesmo local onde estão os corpos de seus pais. Tido com um herói do povo argentino, ele sofreu uma parada cardiorespiratória em sua casa na cidade de Tigre, na região metropolitana da capital Buenos Aires. 

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Logo após o anúncio de seu falecimento pelo portal Clarin, milhares de pessoas em todo o mundo se mobilizaram mandando mensagens de lamento pelas redes sociais. Em toda a Argentina, fãs foram às ruas cantando e homenageando o craque da eterna camisa 10 dos "hermanos". Além dos torcedores, jornalistas e diversos clubes de futebol foram responsáveis por um ato de amor e reverência.

Nesta quarta (26), quando marcou 22h pelo horário da capital BUenos Aires, milhares de argentinos e instituições combinaram de ligar todas as luzes e aplaudir Maradona por todo o país. Dessa forma, o Boca Juniors, clube que Diego é ídolo e no qual torceu por toda a sua vida, apagou todas as luzes do Estádio La Bombonera, só deixando acesa a iluminação do camarote de Maradona. Além disso, o jogo entre Internacional e Boca Juniors que seria realizado nesta quarta pela Libertadores da América, no Rio Grande do Sul, foi imediatamente adiado pela Conmebol.

A intensa vida de Diego Armando Maradona

Muitos podem relacionar a história de Diego Armando Maradona aos exageros; os extremos da sua vida fora dos campos marcada pelos problemas com os vícios. Contudo, "Dieguito" era muito mais do que um "cara com problemas com drogas" que alguns podem erradamente resumir. Aliás, ele nunca escondeu ou deixou de admitir os seus erros cometidos fora dos campos. Ao longo da sua carreira como esportista, conquistou títulos importantes nos clubes como Boca Juniors, Napoli e Barcelona. Porém, foi na seleção da Argentina a sua maior glória: a conquista da Copa do Mundo de 1986.

Ali era o ápice de uma vida regada de superação e do rompimento de barreiras. Vindo de uma família humilde de Lanús, na província de Buenos Aires, Maradona driblou não apenas os zagueiros, mas também passou pela pobreza, a fome e a violência até chegar ao posto de um dos maiores ícones do esporte mundial. Não estando ali apenas um jogador de futebol, mas também uma figura em uma história onde o herói acaba com todos os vilões e tem o final feliz. Dessa forma, crianças que viraram adultos como Messi, Riquelme, Palermo, Tevez e tantos outros esportitas argentinos, viram em Diego uma referência.

Por conta do seus problemas, as brincadeiras e paixão pelo futebol, Maradona era uma figura que sempe aparecia nas capas dos jornais também pelo seu carisma e representatividade. Dono de uma opinião forte, ele não tinha medo de opinar sobre política e o povo. Em sua última declaração em vida, no dia 30 de outubro ao jornal Clarín, o maior jogador da história da Argentina disse:

Me dá muita pena quando vejo crianças que não têm o que comer e eu sei o que é passar fome. Sei o que sentem na “pança” quando não comem por vários dias e isso não pode acontecer no meu país. Esse é o meu desejo, ver os argentinos felizes, com trabalho e comendo todos os dias”.

Maradona, a bola e o povo

E o povo seguiu amando o Armando mesmo após a morte. O atleta, gênio, herói e humano. Como disse uma vez o poeta uruguaio Eduardo Galeano: "Maradona é o mais humano dos deuses". Talvez pela falta do medo de viver cada minuto de maneira intensa. Com seus erros e acertos como qualquer um. Mas que nunca ficava a par do seu povo. Daquilo que eles mais precisavam, que às vezes uma simples partida de futebol e gols não podem oferecer. E ele, que nos anos 80, quando jogador do Napoli e já com seu nome na história, não se renegou ao seu papel social e foi responsável por jogar uma partida em um campo de barro apenas para ajudar um pai a arrecadar dinheiro para um filho doente. 



Ao povo vou ser eternamente grato. Todos os dias me surpreendem. O que vivi neste retorno ao futebol argentino não vou me esquecer jamais. Superou tudo o que eu podia imaginar. Estive muito tempo fora e às vezes me pergunto se o povo vai seguir me amando. Se seguirão sentindo a mesma coisa”, disse ele na mesma entrevista ao Clarín. 

E sobre esta dúvida que pairava a cabeça de "Dom Diego" em seus últimos dias de vida, deixamos aqui alguns tuítes que respondem: sim, Maradona. O povo sempre sentirá a mesma coisa que regou a sua vida: a paixão em excesso, mas em essência.  

Em Napoli:

Em Nápoles, torcida do Napoli homenageia o ídolo Maradona, um verdadeiro Deus na cidade. 



Em Buenos Aires, na Argentina, milhares de pessoas foram ao velório de Maradona na Casa Rosada, palácio do Governo.



 

(Foto destaque: Maradona: a bola, o povo e sua intensa passagem na terra. Petr David Josek / AP Photo)   

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