Celebridades

Gilberto Barros é condenado a dois anos de prisão por crime de homofobia

Gilberto Barros foi condenado a prisão, o apresentador é acusado de incentivar a violência contra a comunidade LGBTQIA+ após falas homofóbicas em seu programa no Youtube

16 Ago 2022 - 20h24 | Atualizado em 16 Ago 2022 - 20h24
Gilberto Barros é condenado a dois anos de prisão por crime de homofobia  Lorena Bueri

O apresentador Gilberto Barros, conhecido como Leão, foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) a dois anos de prisão após declarações homofôbicas em seu programa no Youtube em setembro de 2020. A notícia foi divulgada pela colunista da Folha de S.Paulo, Mônica Bergamo.

Segundo Mônica, a juíza Roberta Hallage Gondim Teixeira, que decretou a sentença, substituiu a privação de liberdade por medidas restritivas de direito, devido Gilberto ser réu primário e a pena ser inferior a quatro anos. O apresentador terá que prestar serviço à comunidade por dois anos e deverá pagar cinco salários mínimos, que serão revertidos na compra de cestas básicas para organizações sociais. De acordo com a jornalista, a decisão ainda cabe recurso.


Apresentador Gilberto Barros Foto. Reprodução/Facebook


No vídeo que levou à condenação, Gilberto falava sobre os 70 anos da TV brasileira e recordou quando trabalhava na Rádio Globo, na década de 1980. Segundo ele, na época, tinha que presenciar “beijo de língua de dois bigodes”, já que tinha uma boate voltada para o público LGBTQIA+ em frente ao local. "Não tenho nada contra, mas eu também vomito. Eu sou gente, ainda mais vindo do interior. Hoje em dia, se quiser fazer na minha frente, faz. Apanha os dois, mas faz.", declarou Barros.

A defesa do apresentador negou a acusação, mas confirmou as falas de Gilberto. Os advogados disseram que o réu ficou constrangido pela situação, pois sempre usou sua arte ou ofício para melhorar o país. Eles ainda justificaram, dizendo que devido ao sangue italiano, Barros costuma falar muito, porém ele jamais teve a intenção de incitar a violência.

A juíza do caso afirmou que houve agressividade nas falas aplicadas, discriminando homossexuais, especialmente devido ao uso da palavra “nojo”, atingindo a comunidade LGBTQIA+. "A manifestação verbal do acusado ajusta-se à prática e indução da discriminação e preconceito em razão da orientação sexual, não havendo falar-se em liberdade de expressão na medida em que esta não abarca o discurso de ódio", diz a magistrada.

O jornalista Willian De Lucca foi quem denunciou Gilberto Barros ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP). O advogado Dimitri Sales, que representou Willian junto da também advogada Fernanda Nigro no processo, falou que a decisão é importantíssima por resguardar os direitos da população LGBT, rejeitando comentários e condutas que estimulam ódio e violência.

Foto Destaque: Apresentador Gilberto Barros. Reprodução: Youtube.

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