Em meio a tiroteio no Rio, João Gomes vive momento de tensão: “Que loucura, velho!”
João Gomes relata susto durante megaoperação no Rio e diz ter ouvido tiros “do nada”; cantor mostrou ruas vazias e desabafou nas redes.
O cantor pernambucano João Gomes, de 23 anos, compartilhou nas redes sociais um relato de apreensão vivido na noite de terça-feira (28) no Rio de Janeiro, quando a capital fluminense vivenciava uma das maiores operações policiais da história do estado.
O relato
Ao longo do dia, as polícias civil e militar do Rio de Janeiro deflagraram uma ação de grande escala nas regiões da Complexo do Alemão e da Complexo da Penha, zona norte da cidade, com objetivo de cumprir mandados contra organizações criminosas e ocupações territoriais. O saldo divulgado da operação mencionava 64 mortos, incluindo agentes policiais, o que tornou o episódio um dos mais letais já registrados em solo fluminense.

João Gomes em seu perfil oficial no Instagram (Foto; reprodução/Instagram/@joaogomescantor)
João explicou que estava no Rio para cumprir agenda de gravação e havia realizado, no domingo (26), um show gratuito na Arcos da Lapa, no centro da cidade, com público estimado em cerca de 50 mil pessoas. Durante o episódio narrado, ele deixava uma locação acompanhado de seu assessor, chamado Cláudio, quando foi surpreendido pela movimentação inesperada.
“Eu vim com meu assessor Cláudio e, doido, bizarro. Eu saí no carro. A gente não entendeu por que a turma estava pedindo para voltar pro lugar da locação. Mas dizem que esses caras começaram a atirar do nada, velho. Meu Deus do céu”, relatou o cantor.
“E a gente, quando pegou as avenidas aqui, as rodovias, estava tudo Deserto. Comentou o cantor que continuou “Que negócio do caramba, velho. Aí os meninos esperaram um pouco lá, porque a gente foi de van”, complementou.
Nas imagens publicadas nos Stories, é possível ver ruas praticamente vazias, sem especificação exata da localidade por onde ele trafegava no momento.
O relato de João Gomes reforça uma impressão de gravidade que se sobrepõe à simples cobertura da operação: a sensação de vulnerabilidade, de ruas vazias em plena cidade, de tiros disparados “do nada” e de equipes que se deviam reorganizar. A combinação entre as ações policiais, o deslocamento de pessoas e veículos, o medo e a interrupção de rotina conferem ao episódio uma dimensão que ultrapassa o palco artístico e se conecta ao cotidiano urbano e à segurança pública.
Para o cantor, estar no meio dessa conjuntura — após um show de grande público — evidenciou que artistas, equipes técnicas e produções também podem se ver submetidos ao cenário de conflito urbano. Ele não chegou a relatar ferimentos ou danos à sua equipe, mas admitiu o susto e a necessidade de aguardar para seguir viagem com segurança.
Em seu relato, João Gomes não apenas conta que “começaram a atirar do nada”, mas também destaca que os acessos, as avenidas e as rodovias apresentavam um grau incomum de isolamento — algo que, segundo sua expressão, era “deserto, deserto”. O episódio se soma ao relatório oficial de mortos e prisões, e ajuda a construir uma imagem — embora parcial — de como o momento foi percebido por quem estava fora da operação e se viu “no meio” dela.
Cantor permanece na cidade
O cantor permanece no Rio de Janeiro, embora não tenha informado se antecipará sua saída da cidade em virtude do ocorrido. Ressalto que este relato não substitui a cobertura completa da política de segurança, da investigação da operação e dos direitos humanos envolvidos, mas contribui para entender como o fenômeno atinge várias camadas da sociedade — inclusive o mundo da música.
