Instagram renova layout para competir com outras plataformas de vídeos curtos

O Instagram anunciou uma nova atualização em seu aplicativo, trazendo mudanças significativas no layout principal e na forma de navegação. As alterações buscam oferecer uma experiência mais fluida, intuitiva e voltada para o consumo rápido de conteúdo, alinhando-se às tendências das plataformas de vídeo curto.

Com o novo design, o app passa a lembrar o formato adotado pelo TikTok, priorizando a praticidade na transição entre seções e a valorização dos vídeos como principal meio de engajamento. Essa reformulação faz parte da estratégia da Meta de modernizar o Instagram, mantendo-o competitivo em meio à crescente disputa pela atenção dos usuários nas redes sociais.

Principais novidades

A versão mais recente do aplicativo do Instagram traz uma nova forma de navegação: agora é possível deslizar entre páginas, ou “tabs”, para alternar de maneira mais fluida entre o feed, a busca, os Reels, a câmera e o perfil. A mudança torna a experiência mais intuitiva e dinâmica, aproximando o app de modelos de interface já populares em outras plataformas.

Outra novidade está na barra inferior, que passa a incluir um atalho direto para as mensagens privadas de cada perfil. A atualização facilita o acesso à caixa de entrada e busca otimizar a comunicação entre os usuários.

A atualização parece refletir dois principais movimentos, a necessidade de o Instagram se adaptar aos novos hábitos de consumo de conteúdo, que priorizam vídeos curtos e uma navegação mais ágil entre sessões, aproximando o aplicativo de formatos populares como o do TikTok, e o avanço de um processo mais amplo de modernização da plataforma, que inclui a implementação de medidas voltadas à proteção de privacidade de usuários adolescentes.

Para ter acesso a todos esses novos recursos, é necessário atualizar o aplicativo para a versão mais recente disponível no dispositivo.

Impactos para o usuário

Entre os pontos positivos da atualização, destaca-se a navegação mais intuitiva e rápida entre as diferentes seções do aplicativo, tornando a experiência do usuário mais fluida e dinâmica.

Outro avanço é a maior facilidade de acesso às mensagens privadas, agora disponíveis por meio de um atalho dedicado na barra inferior, o que simplifica a comunicação dentro da plataforma.

Além disso, a reformulação aumenta o potencial de engajamento com funcionalidades como os Reels, que passam a ter mais destaque no fluxo de navegação e reforçam o foco do Instagram em conteúdos audiovisuais curtos e interativos.

Usuários que já estavam acostumados ao layout antigo do Instagram podem levar algum tempo para se adaptar à nova organização do aplicativo. As mudanças no design exigem um período de familiarização até que todos se habituem à disposição atual dos recursos.


Meta e o Instagram (Reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)

Além disso, a reformulação pode implicar na necessidade de reaprender onde encontrar determinadas funcionalidades, já que alguns atalhos e menus foram reposicionados.

Como em toda atualização voltada ao consumo rápido de vídeos e conteúdos dinâmicos, também surgem debates sobre o impacto no tempo de uso e na atenção do usuário. Nesse sentido, especialistas recomendam refletir sobre o equilíbrio no uso das redes sociais e a importância de manter hábitos digitais saudáveis.

O que esperar daqui para frente

Essa atualização pode representar apenas uma das etapas de uma reformulação mais ampla no Instagram, indicando que a plataforma deve continuar evoluindo em busca de uma experiência mais moderna e centrada no conteúdo visual.

É provável que o aplicativo siga priorizando os vídeos, especialmente os Reels, e os formatos de consumo rápido, já que a nova navegação foi claramente adaptada para favorecer esse tipo de interação.

A inclusão de novos atalhos e a reorganização do layout também podem abrir espaço para futuras funcionalidades, como ferramentas de monetização, novos efeitos ou formas diferenciadas de interação entre os usuários.

Para marcas, criadores de conteúdo e o público em geral, essa mudança reforça a importância de apostar em formatos mais visuais, criativos e dinâmicos, que dialoguem com as tendências atuais das redes sociais.

A atualização do Instagram traz uma reorganização significativa na navegação, uma medida que acompanha o movimento das redes sociais em direção a formatos mais ágeis, visuais e centrados no vídeo. Para o usuário comum, isso significa um fluxo mais direto entre feed, busca, Reels, câmera e perfil e acesso facilitado às mensagens. Para a plataforma, representa uma aposta clara em engajamento e adaptação aos padrões emergentes de consumo.

Brasil está entre fascínio e receio com a IA

Uma recente pesquisa realizada pela Hibou, em parceria com a Indico, mostra que o brasileiro está cada vez mais familiarizado com a IA, mas também está mais atento aos riscos. Segundo o levantamento, 65,3% dos consumidores declararam já ter utilizado algum recurso de IA.

Por outro lado, 95,5% acreditam que as empresas precisam impor limites éticos e sociais ao uso da IA, mesmo que isso reduza eficiência ou lucro. O estudo foi realizado nos dias 28 e 29 de setembro de 2025, com 1.230 pessoas de diferentes regiões do Brasil.

Perfil divergente por faixa etária e preocupação

A adoção da tecnologia e o nível de conforto com ela variam bastante segundo a idade. Entre brasileiros de até 44 anos, 80,1% já utilizaram ferramentas de IA. Já para aqueles com mais de 45 anos, o índice cai para 45,4%. Esse contraste revela dois mundos divergentes, de um lado as gerações mais jovens que abraçam mais facilmente a automação e as novas interfaces; de outro, pessoas mais maduras que ainda resistem ou demoram a aceitar as transformações digitais.

Quando questionados sobre quais valores deveriam ser respeitados pelas empresas que usam IA, 55% dos entrevistados apontaram a privacidade de dados como o mais importante. Na sequência vêm a transparência (21,4%) e os direitos do consumidor (10,3%). Apesar da forte demanda por ética, apenas 45,3% acreditam que as empresas fazem uso ético das informações pessoais, enquanto 17,6% avaliam o uso como “nada ético”. A percepção negativa é mais intensa entre os mais velhos.

Aonde a IA já marca presença no consumo

A pesquisa também investigou como a inteligência artificial aparece na experiência de consumo dos brasileiros. Segundo o levantamento, 62% dos participantes disseram já perceber a presença da Inteligência Artificial em seus hábitos diários. Essa percepção se manifesta, principalmente, em interações automatizadas com marcas e serviços. Entre os impactos mais citados estão o uso de chatbots para atendimento (30,1%), recomendações de produtos e serviços (21,5%) e ofertas personalizadas (19,7%). Esses dados revelam que a tecnologia vem se integrando de forma silenciosa, porém constante, às rotinas de consumo da população.

Por outro lado, quase 30% dos entrevistados afirmam não perceberam a influência da IA em seu dia a dia, índice que sobe para 40,9% entre pessoas mais velhas, o que reforça a diferença geracional no reconhecimento e na adoção dessas ferramentas.

Além disso, embora a IA seja bem recebida em alguns segmentos, como o de transporte (52%), ainda há forte preferência pelo atendimento humano em áreas consideradas mais sensíveis com saúde (76,9%), atendimento ao cliente (63%) e educação (60,1%). Esses números indicam que, embora a automação já faça parte do cotidiano, os consumidores brasileiros estabelecem limites claros sobre onde a tecnologia deve, ou não, substituir a interação humana.

O principal dilema: eficiência vs. confiança

De acordo com Christiano Ranoya, CEO da Indico, a inteligência artificial tende a redefinir profundamente a forma como marcas e consumidores se relacionam, transformando a experiência de compra e atendimento. No entanto, ele destaca que o público brasileiro já demonstrou ter uma postura crítica diante dessa evolução, pois a eficiência tecnológica, por si só, não é suficiente para conquistar a confiança do consumidor. Para Ranoya, ética e transparência são fatores indispensáveis, sem eles a automação pode até agilizar processos, mas não será capaz de gerar fidelidade nem credibilidade duradoura.


Camila Veras Mota (Vídeo: reprodução/YouTube/BBC News Brasil)

Em resumo, o usuário quer a comodidade que a IA fornece, mas não à custa de seu direito à privacidade ou de ver suas informações pessoais exploradas sem controle. Essa tensão entre benefício e risco será um dos grandes desafios para empresas e reguladores nos próximos anos.

Por que isso importa

Paras as empresas é sobre entender que essa postura dual do consumidor é essencial. Pois investir em IA já não é mais “se”, mas “como” e parte dessa “como” passa por definir políticas de uso de dados, transparência e proteção da privacidade. Para os reguladores, a pesquisa mostra que a sociedade está exigindo limites éticos para IA. Isso pode impulsionar legislação mais rigorosa ou diretrizes específicas para a tecnologia com foco em proteção de dados pessoais. Já para os consumidores, isso evidencia a importância de estar consciente de como seus dados são usados, e de exigir clareza das empresas. A “caixa-preta” dos algoritmos já não parece ser aceitável para a maioria.

O que observar daqui para frente

Um dos principais desafios que se impõe é como as empresas irão traduzir as expectativas dos consumidores em práticas concretas, especialmente no que diz respeito a contratos, políticas de uso de dados e formas de comunicação. A transparência sobre como as informações pessoais são coletadas e utilizadas deve deixar de ser um detalhe técnico para se tornar um pilar central da relação entre marcas e público.

Outro ponto relevante é a diferença geracional na adoção da IA. Se a tecnologia continuar crescendo mais rapidamente entre os jovens, enquanto os mais velhos permanecem mais cautelosos, essa divisão poderá influenciar diretamente como as marcas se posicionam no mercado brasileiro. Empresas voltadas a públicos mais jovens tenderão a investir em soluções automatizadas e experiências digitais mais imersivas, enquanto aquelas que lidam com consumidores mais maduros precisarão equilibrar inovação e atendimento humano.

Também há uma discussão cada vez mais urgente sobre o impacto regulatório. No Brasil, temas como privacidade, proteção de dados e governança da IA ganham destaque, impulsionados pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). O avanço da tecnologia deve vir acompanhado de regras mais claras e mecanismos de fiscalização mais eficazes, garantindo segurança jurídica tanto para empresas quanto para cidadãos.

Nesse cenário, o papel da educação digital será essencial. É preciso capacitar o usuário para compreender os riscos, direitos e consentimentos envolvidos no uso da IA, além de orientá-lo sobre como gerir suas próprias informações pessoais. Um público mais informado é também um público mais protegido e exigente.

Por fim, a evolução da própria IA deve caminhar rumo a sistemas com mecanismos de explicabilidade, responsabilidade e auditoria. Em outras palavras, o futuro da tecnologia depende não apenas de algoritmos capazes de executar tarefas com eficiência, mas também de algoritmos que mostrem como e por que fazem o que fazem, fortalecendo a confiança e a ética no uso da inteligência artificial.

Dubai Internet City: conglomerado tecnológico atrai startups ao redor do mundo

A cidade de Dubai, um dos sete emirados que formam os Emirados Árabes Unidos, tem se destacado ao longo dos anos no que tange à infraestrutura e, agora, no setor de tecnologia. A cidade possui um conglomerado tecnológico formado pelo Grupo Tecom que tem atraído investidores do mundo inteiro, incluindo brasileiros.

A Dubai Internet City (DIC) é um destes dez distritos de negócios localizados na região. O número de empresas estabelecidas aumentou em 10%, com mais de 30 mil profissionais somente no primeiro semestre de 2024. Grandes multinacionais, como a Oracle e o Google, também marcam presença no conglomerado.

Investimento em infraestrutura

No GITEX Global, evento de tecnologia realizado periodicamente em Dubai, o diretor-geral da Dubai Internet City, Ammar Al Malik, disse que o conglomerado realiza investimentos em infraestrutura visando oferecer um ambiente propício para negócios.

O executivo destaca que a diversidade dos distritos é um dos principais diferenciadores da estratégia da cidade. Cada um é projetado para atender a setores específicos, que vão desde tecnologia e mídias até ciências da vida e design. O objetivo do Grupo Tecom é posicionar Dubai entre as três economias urbanas mais influentes do mundo até 2033.


Entrevista de Ammar Al Malik, Diretor Executivo da Dubai Internet City (Vídeo: reprodução/X/@DIC_Community

Como atrair investidores

A Dubai Internet City aposta em zonas francas que oferecem benefícios como incentivos fiscais e licenças simplificadas. Isso significa que, quanto maior for a dedução ou redução de impostos, maior será o investimento e, com isso, a geração de empregos, entre outros fatores.

Graças a esta iniciativa, ocorre a expansão das empresas no local. Isso faz com que Dubai se estabeleça como um dos pilares do futuro econômico e tecnológico da região.

Brasileiros aproveitam oportunidade

Não somente garnes multinacionais têm aproveitado a oportunidade para fazer parte da Dubai Internet City. O conglomerado também abriga brasileiros que resolveram investir pesado em inovação e tecnologia.

A 77 Innovation Labs é um exemplo disso. A empresa foi fundada em fevereiro de 2024 por Raffaela Loffredo e Patrick Carneiro, possuindo filiais em São Paulo e Dubai, e oferece cursos, consultoria e serviços de pré-auditoria em blockchain. Os empresários decidiram seguir para o mundo árabe em virtude do investimento que já existe no local em ecossistemas de blockchain.

Guiada pela sua agenda D33, Dubai pretende duplicar o tamanho da sua economia e posicionar-se entre as três principais cidades globais. O seu objectivo é aumentar o comércio externo do Dubai para mais de 6 biliões de dólares nos próximos 10 anos.

Argentina será sede de mega data center da OpenAI

Enquanto o Brasil ainda discute reformas tributárias e gargalos energéticos, a OpenAI decidiu fincar bandeira tecnológica na Argentina. O país será sede de um dos maiores data centers do planeta, um investimento bilionário que promete transformar a região em um novo polo da inteligência artificial mundial.

Mas por que Buenos Aires e não São Paulo? A resposta envolve uma combinação de pragmatismo fiscal, energia barata e timing político, três fatores que o Brasil, por ora, não conseguiu alinhar.

O jogo da previsibilidade

A OpenAI, empresa que lidera a revolução da IA generativa, não escolhe endereços por acaso. Cada decisão é guiada por cálculos de risco, custo e estabilidade. A Argentina, sob o novo regime de investimentos (RIGI), ofereceu isenção fiscal agressiva, regras simples e horizonte previsível, algo raro em um continente conhecido por instabilidade regulatória.


Javier Milei com investidores da Open AI (Foto: reprodução/x/@techrepublic)

O Brasil, por outro lado, ainda é visto como um território de labirintos burocráticos. Licenças ambientais lentas, múltiplos tributos e tarifas imprevisíveis elevam o custo de qualquer projeto de infraestrutura digital.
Em um setor onde tempo é sinônimo de vantagem tecnológica, o atraso burocrático tem peso de derrota.

Energia limpa, mas não barata

Um data center da magnitude planejada pela OpenAI consome energia suficiente para abastecer uma cidade de médio porte. E não qualquer energia: é preciso que seja estável, limpa e barata.
A Argentina possui vasta capacidade eólica e solar na Patagônia, além de incentivos diretos à produção renovável. Isso reduz custos operacionais e torna o projeto mais “verde”, uma exigência estratégica num momento em que as big techs precisam exibir responsabilidade climática.

O Brasil até possui matriz energética exemplar, mas enfrenta gargalos de transmissão, tarifas elevadas e um emaranhado de regulações estaduais. Para um empreendimento global, cada centavo economizado em eletricidade representa milhões no balanço anual.

Conectividade e soberania digital

Outro ponto silencioso, mas crucial, é o posicionamento estratégico. A Argentina vem se posicionando como hub de dados entre o Atlântico e o Cone Sul, conectando novas rotas de cabos submarinos que ligam a América Latina à África e à Europa. Ter um data center ali não é apenas uma escolha econômica, é um movimento geopolítico.

O Brasil, apesar de ser líder regional em tecnologia, ainda depende de rotas de dados concentradas no Sudeste e de uma malha de infraestrutura desigual. No tabuleiro digital, isso o torna um gigante com pés de barro.

O fator político também conta. Javier Milei entendeu rapidamente o peso simbólico de atrair uma empresa como a OpenAI: é mais que um investimento, é uma declaração de soberania tecnológica. Ao se posicionar como “terra amiga da inovação”, o governo argentino transformou a política econômica em marketing global.

Enquanto isso, o Brasil segue dividido entre discursos sobre IA e falta de execução prática. A diferença é simples: a Argentina ofereceu um contrato; o Brasil, uma promessa.

A lição que o Brasil pode (e precisa) aprender

A decisão da OpenAI não deve ser lida como uma derrota isolada, mas como um alerta. O país que quer disputar a liderança em tecnologia precisa oferecer ambiente competitivo, fiscalmente claro, energeticamente eficiente e digitalmente conectado.
Não basta ter engenheiros brilhantes e universidades fortes; é preciso ter solo fértil para que a inovação floresça. Se a Argentina conseguiu se tornar o epicentro da IA no continente, é porque entendeu algo que o Brasil parece ter esquecido: o futuro não espera pela burocracia

Novo recurso da Meta traz traduções em áudio para vídeos em Hindi e Português

Informações sobre uma nova ferramenta de tradução foram divulgadas na última quinta-feira (9) para uma nova atualização que incluirá vídeos do Facebook e publicações do Instagram Reels, com inteligência artificial, criações na plataforma poderão ser “dubladas” automaticamente para hindi ou português. O recurso parte da tradução inicial em inglês-espanhol lançada em agosto pela Meta.

A empresa mira diretamente nos mercados mais engajados com o Reels, adicionando português e hindi, dois idiomas falados por milhões de pessoas em todo o mundo, uma estratégia que aproxima criadores de conteúdo com seus espectadores, ao mesmo tempo que afina ainda mais a divisão entre autenticidade real e produções artificiais.

É possível que o engajamento nas plataformas Meta aumente o tempo gasto dos usuários acompanhando seus feeds, recebendo conteúdos que antes eram ignorados ou excluídos pela barreira entre idiomas tão distintos.

Sintetização e sincronização

Com a ferramenta, criadores de conteúdo podem ativar uma função que imitará o som e o tom de voz da pessoa presente no vídeo a ser publicado, traduzindo totalmente o áudio para outro idioma. Para evitar um estranhamento com as vozes sintéticas, entre as configurações da tradução, existe a sincronização labial, onde um escaneamento combinará o áudio traduzido com o movimento da boca do locutor, parecendo mais “natural”.


Mark Zuckerberg anunciando a nova ferramente Meta (Vídeo: reprodução/Instagram/@zuck)

Para aqueles que não desejam conviver com o recurso, na aba de controles do Instagram “Traduzido com Meta AI” é possível desativar as novas traduções e trocá-las pelo áudio original. Traduções em áudio também estão disponíveis no TikTok.

Perigos cibernéticos

Por um lado, a nova ferramenta de tradução diminui barreiras linguísticas, permitindo que criadores tenham um maior alcance e seguidores conheçam novos conteúdos, porém, quanto mais filtros de inteligência artificial comandam o mundo digital pouco a pouco, esvaindo as partes humanas do material, mais próximo chegam os usuários de precisarem de novas proteções em relação à atribuição e consentimento.

Vale lembrar que áudios artificiais estão começando a serem indistinguíveis da realidade e que antes mesmo de serem tão “perfeitos” muitos golpes foram aplicados utilizando ferramentas IA e não apenas em áudio, mas também com imagens, como o deep fake, para arrancar dinheiro de desavisados. Embora haja lados positivos, no mundo virtual com o comando de recursos programados, há mais perigos cibernéticos à espreita.

SpaceX realiza 11º voo-teste da Starship com sucesso

A SpaceX conseguiu nesta segunda-feira(13), por volta das 20h20 (horário de Brasília), realizar com êxito o 11º voo‐teste da espaçonave Starship. O feito marca mais um passo no ambicioso programa de desenvolvimento do maior veículo de lançamento já construído até hoje.

A decolagem foi bem-sucedida e ocorreu no horário previsto, dando início a um voo que durou cerca de sete minutos, tempo suficiente para testar o desempenho da espaçonave em condições de voo suborbitais. Um dos principais objetivos da missão, a fase de aterrissagem no Golfo do México, também foi concluído com êxito. Após a separação, uma das partes do foguete permaneceu no espaço, transmitindo imagens ao vivo e demonstrando a eficácia dos sistemas de comunicação e controle da Starship.

Significados e implicações do sucesso

A aterrissagem com sucesso mostra progresso importante em um dos maiores desafios desta fase que seria o retornar ao estágio superior da nave com integridade, reduzindo custos e riscos para futuros voos tripulados.

A Starship é considerada peça-chave para os planos da NASA de voltar à Lua ainda nesta década, bem como para os objetivos mais longínquos da SpaceX, como missão tripulada a Marte.


Lançamento de voo da SpaceX (Vídeo: Reprodução/Youtube/@uol)

O voo incorpora “diversos experimentos e mudanças operacionais”, com vistas a refinar o sistema, tanto para desempenho quanto para confiabilidade.

Desafios persistentes

Este programa está em estágio inicial, e embora este teste tenha sido bem-sucedido, houve várias falhas nos testes anteriores. De acordo com reportagens, em seis dos dez voos anteriores partes do veículo falharam de “forma dramática”.

Houve também um recente incidente em solo, com outro protótipo explodindo durante testes em terra. Isso evidencia que os riscos são ainda elevados e que há muito a validar antes de considerar voos totalmente operacionais.

O que vem pela frente

A partir desse teste, alguns pontos deverão ser observados para o avanço do programa Starship.

Um dos principais desafios é aprimorar a reutilização e o retorno seguro da nave, especialmente na recuperação do estágio superior. Tornar possível o pouso ou a amerissagem com segurança é fundamental para reduzir os altos custos de produção e operação, além de viabilizar missões mais frequentes e sustentáveis.

Outro ponto crucial envolve as operações tripuladas, já que a Starship está sendo projetada também para transportar astronautas. Será necessário validar sistemas de segurança, suporte de vida, resposta a falhas e estabilidade em voo, garantindo que a nave seja confiável para missões humanas de longa duração.

As parcerias com agências espaciais, como a NASA, também dependem diretamente dos resultados desses testes. Cada voo bem-sucedido fortalece a confiança na SpaceX e consolida sua posição como parceira estratégica nos planos de exploração lunar e marciana.

Por fim, o desenvolvimento incremental adotado pela empresa, baseado em testar, ajustar, falhar, aprender e repetir, além de ter acelerado o progresso do projeto. No entanto, essa abordagem exige rigor técnico, ampla margem de segurança e controle de riscos para que o ritmo de inovação não comprometa a confiabilidade das futuras missões.

O 11º voo-teste da Starship representa um momento de conquista para a SpaceX, demonstrando avanços concretos especialmente no retorno controlado da nave e no envio de imagens do espaço em tempo real. Mas o programa continua sujeito a incertezas técnicas e operacionais. A ambição de levar humanos à Lua e além depende de sucessos sustentados como este, assim como de superar de vez os desafios que marcaram os voos anteriores.

Como o software da AMD garantiu acordo bilionário com OpenAI

O software da AMD foi decisivo para maximizar o desempenho de seus chips e conquistar a confiança da OpenAI. A plataforma permite programar o hardware de forma otimizada e cria fidelidade entre engenheiros, garantindo que a AMD se torne a escolha preferida para operações de inteligência artificial.

Plataformas otimizadas permitem que engenheiros programem e operem o hardware de forma mais eficiente, criando fidelidade ao ecossistema da empresa. Para a OpenAI, isso se traduziu em confiança e rapidez na integração com seus modelos de IA.

Vamsi Boppana, vice-presidente sênior de IA da AMD, afirma que o software foi decisivo para convencer a OpenAI a escolher a empresa: “Olhando para o futuro, cada vez mais será o software que fará a diferença na adoção de nossos chips.”

Parceria multibilionária e 6 gigawatts de computação

O acordo permite que a OpenAI utilize os chips MI450 da AMD para gerar 6 gigawatts de computação, fundamentais para produtos como o ChatGPT. Além disso, a OpenAI poderá adquirir até 10% das ações da AMD, consolidando uma relação estratégica de longo prazo.

A compatibilidade do Triton, linguagem de código aberto da OpenAI, com GPUs AMD, também foi um diferencial, ampliando as possibilidades de execução de modelos de IA fora do ecossistema Nvidia, tradicionalmente dominante.

Parceria bilionária com OpenAI

O acordo permitirá à OpenAI utilizar os chips MI450 da AMD para gerar 6 gigawatts de computação, além de adquirir até 10% das ações da fabricante de semicondutores. A compatibilidade da linguagem de código aberto Triton com GPUs AMD foi fundamental, abrindo caminho para a execução de modelos de IA fora do ecossistema Nvidia.


Parceria promete otimizar os sistemas de IA da OpenAI(Foto: reprodução/Jonathan Raa/NurPhoto/Getty Images)

Estratégia em meio à demanda global

Com a explosão da IA e investimentos bilionários em data centers, a AMD se destaca oferecendo alternativas ao domínio da Nvidia. O software e a colaboração direta com a OpenAI tornam a empresa competitiva na execução de inferência e treinamento de modelos, setores de alta demanda.

Da crise ao protagonismo tecnológico

Sob a liderança de Lisa Su, a AMD passou de uma empresa à beira da falência em 2014 para um player estratégico no mercado de IA, com valor de mercado de US$ 382 bilhões e ações acima de US$ 235. A parceria com a OpenAI consolida sua posição e abre portas para novos negócios na era da inteligência artificial.

Potencial de futuro e inovação contínua

O sucesso com a OpenAI abre portas para novas parcerias e avanços tecnológicos. A experiência adquirida na integração de hardware e software prepara a AMD para desenvolver soluções ainda mais sofisticadas, atendendo à crescente demanda da era da inteligência artificial.

Especialistas do setor acreditam que o modelo da AMD pode redefinir padrões de mercado: fabricantes que investirem em software proprietário terão vantagem competitiva, fidelizando clientes e acelerando a adoção de novas tecnologias.

YouTube alcança a marca de 56% de televisores conectados no Brasil

Na última quarta-feira (08), a plataforma de vídeo YouTube realizou o Brandcast 2025. O evento, que acontece anualmente, é voltado para o mercado publicitário. Na ocasião, foram divulgados dados obtidos pela Kantar IBOPE Media, que apontam a plataforma de vídeos como a mais assistida em televisores conectados.

O estudo Cross Platform View mostrou que o YouTube atingiu a marca de 56% televisores conectados à plataforma nas residências de pessoas maiores de 18 anos. E pela primeira vez, o consumo da rede social na TV ultrapassou o do celular, subindo de 47% para 53% em apenas três anos.

Criando conexões

Segundo Patrícia Muratori, diretora do YouTube responsável pela América Latina, isso é resultado de uma conexão criada com os criadores de conteúdo da plataforma: “De acordo com uma pesquisa da Talk Shoppe, 89% dos espectadores da Geração Z no Brasil concordam que os criadores do YouTube publicam conteúdo em que podem confiar”.

Para Fábio Coelho, presidente do Google Brasil, o YouTube é o palco dos maiores momentos culturais da atualidade e onde as marcas podem alcançar maiores resultados: “Cada vez mais os brasileiros desejam assistir ao conteúdo do YouTube também por meio da TV, levando a personalização para uma experiência coletiva e imersiva”.

Mudanças à vista

Com a apresentação desses dados, a plataforma apresentou novidades para os espectadores no tocante ao consumo pelo YouTube Shopping. Trata-se da Shoppable CTV, que chega ao Brasil até o fim do ano. A ferramenta permite ao usuário adquirir produtos diretamente do televisor ou, caso queira, utilizar o recurso de envio para o aparelho celular.

Para os criadores de conteúdo, a novidade é o Programa de Afiliados. Aqueles que forem elegíveis para o programa poderão mascar em seus vídeos produtos de empresas como Mercado Livre e Shopee, que se tornaram os dois primeiros varejistas parceiros da rede social. O recurso estará disponível a partir de 4 de novembro deste ano.

Outra novidade é o Peak Points. Esta é uma inteligência artificial que insere intervalos comerciais em momentos de maior atenção do espectador. O programa será disponibilizado a partir do primeiro semestre de 2026.


Cazé TV supera Rede Globo e irá transmitir todos os jogos da Copa do Mundo 2026 (Vídeo: reprodução/Instagram/@paulomathias)

Novos programas

No evento, também foram apresentados projetos em formato longo que estarão no ar em breve. Um deles é a nova temporada da série Tiny Desk Brasil. O programa, criado nos Estados Unidos pela rádio NPR, convida artistas para entrevistas em um escritório repleto de objetos. As gravações são feitas no escritório do Google, na Avenida Faria Lima, em São Paulo.

Outra novidade é o anúncio da transmissão dos 104 jogos da Copa do Mundo 2026 pelo canal Cazé TV. As partidas ocorrerão nos três países da América do Norte (Canadá, Estados Unidos e México) e já teve todas as cotas de patrocínio vendidas.

Planeta Y: Astrônomos detectam possível novo mundo no Sistema Solar

Astrônomos apontam indícios de um novo planeta no Sistema Solar. Batizado de Planeta Y, o corpo ainda não foi detectado diretamente, mas sua existência é sugerida pelas órbitas inclinadas de objetos distantes no Cinturão de Kuiper, região gelada além da órbita de Netuno.

Pesquisadores acreditam que algo, possivelmente um planeta menor que a Terra e maior que Mercúrio, esteja influenciando esses corpos celestes.

Planeta Y: um corpo oculto além de Netuno

O estudo liderado pelo astrofísico Amir Siraj, da Universidade de Princeton, utiliza simulações computacionais para sugerir que o Planeta Y possui uma órbita inclinada entre 10 e 15 graus em relação aos demais corpos do Sistema Solar externo. “Este artigo não é a descoberta de um planeta, mas aponta para um enigma que um corpo celeste pode resolver”, disse Siraj.

Cerca de 50 objetos foram analisados, com uma significância estatística de 96% a 98%, reforçando a plausibilidade da existência do planeta, mas sem comprovação direta.

Busca histórica por planetas ocultos

A ideia de planetas invisíveis não é nova. Desde a descoberta de Netuno, astrônomos especulam sobre corpos distantes. Plutão já foi considerado o “Planeta X”, mas sua massa não explicava as perturbações observadas. Em 2016, surgiu a hipótese do Planeta Nove, maior que a Terra, orbitando muito além de Plutão.

O Observatório Vera C. Rubin, prestes a iniciar seu levantamento de 10 anos do céu noturno, promete mudar o jogo. Equipado com a maior câmera digital do mundo, o telescópio poderá detectar diretamente corpos distantes, incluindo o Planeta Y, criando um “filme do universo” que atualizará o mapa do Sistema Solar em tempo real.


Descoberta do planeta Netuno foi fundamental para estudos de corpos celestes fora do Sistema Solar (Foto:reprodução / Hulton Archive /Getty Images Embed)

Impacto e próximos passos

Especialistas afirmam que encontrar o Planeta Y ajudaria a entender a formação e evolução do Sistema Solar. Konstantin Batygin, do Caltech, destaca que a tecnologia do Vera Rubin permitirá analisar a dinâmica do Cinturão de Kuiper com precisão inédita. A expectativa é que, em até três anos, cientistas possam localizar o planeta diretamente ou descartar sua existência.

O Planeta Y pode ser a chave para desvendar mistérios do Sistema Solar externo, marcando uma nova era na astronomia planetária.

Amazon aposta em vigilância por IA junto à polícia

A Amazon estaria lançando uma estratégia agressiva para promover o uso de ferramentas de vigilância baseadas em inteligência artificial (IA) em agências policiais. A proposta levanta debates importantes sobre até que ponto a segurança pública justifica o uso massivo de reconhecimento facial, monitoramento automático e integração de dados pessoais, além de quais barreiras legais, éticas e de privacidade precisam ser respeitadas

Foi oferecida à polícia a sua tecnologia Rekognition, que permite reconhecer, rastrear e identificar pessoas a partir de imagens capturadas por câmeras de segurança, drones, câmeras corporais (body cams).

A Amazon, por meio de sua divisão de computação em nuvem (AWS), também desenvolverá mecanismos para facilitar que agências governamentais acessem essas soluções com menor atrito, por exemplo, oferecendo integrações, demonstrações ou modelos de precificação que reduzem o custo de adoção.

Há relatos de que essas tecnologias têm sido testadas ou usadas em diferentes jurisdições, com capacidade de comparar rostos identificados em tempo real ou quase real com bancos de dados de pessoas procuradas, ou com perfis suspeitos.

Motivações da Amazon

A iniciativa da Amazon é motivada principalmente pela expansão de mercado e pela pressão competitiva. A empresa busca lucrar com o crescente setor de tecnologias de vigilância por IA, reforçando seu papel como fornecedora de infraestrutura para governos. Ao mesmo tempo, quer se manter à frente de concorrentes como Google, Microsoft e Palantir, oferecendo soluções mais acessíveis, integradas e eficientes.


Câmera corporal da polícia (Reprodução/Matthew Horwood/Getty Images Embed)

Além da utilidade pública, frequentemente usado pela empresa para justificar suas ações. A Amazon defende que suas ferramentas podem ajudar a encontrar pessoas desaparecidas, combater crimes com mais rapidez e melhorar a resposta a emergências. Ao destacar esses benefícios sociais, a companhia tenta reforçar a imagem de que suas tecnologias não representam apenas uma oportunidade comercial, mas também um instrumento de apoio à segurança e ao bem-estar coletivo. No entanto, críticos alertam que essa narrativa pode mascarar riscos sérios à privacidade e à liberdade individual, especialmente quando tais sistemas são implementados sem regulação adequada.

Problemas e riscos levantados

A iniciativa da Amazon levanta sérias preocupações sobre privacidade e vieses. O uso massivo de reconhecimento facial envolve coleta de dados biométricos de pessoas que muitas vezes não consentiram ou sequer sabem que estão sendo monitoradas. Além disso, pesquisas mostram que essas tecnologias apresentam mais erros com mulheres, pessoas negras e idosos, o que pode resultar em identificações incorretas, perseguições injustas e até prisões equivocadas.

Outro ponto crítico é a legislação insuficiente e os riscos aos direitos civis. Em muitos países, as leis ainda não definem limites claros para o uso da vigilância por IA, deixando brechas para práticas invasivas. A vigilância generalizada compromete liberdade de ir e vir, anonimato e privacidade, criando um ambiente de controle constante que pode minar valores democráticos.

Exemplos e antecedentes

Amazon já se envolveu no passado com controvérsias sobre seu produto Rekognition e seu uso por agências policiais. Grupos de direitos civis nos EUA (como ACLU) têm criticado esse uso, alertando para os riscos de abuso. Em 2020, a Amazon anunciou uma moratória de um ano para o uso da Rekognition por órgãos policiais, citando preocupações sobre regulamentação e uso responsável.

Também há debates sobre dispositivos mais “domésticos”, como as câmeras da linha Ring, que pertencem à Amazon, que já foram criticadas por facilitar o acesso policial a imagens privadas e potencialmente ampliar a vigilância comunitária.

Implicações políticas, sociais e jurídicas

Governos e órgãos reguladores precisam definir regras claras para o uso de IA e biometria na segurança pública, estabelecendo limites, condições e salvaguardas. Sociedade civil, acadêmicos e instituições de proteção de dados têm papel central em fiscalizar e propor limites, evitando a criação de uma infraestrutura de vigilância padrão sem controle. Transparência sobre contratos, políticas de uso, auditorias e relatórios públicos é fundamental.

A iniciativa da Amazon pode marcar um avanço tecnológico na segurança pública, mas carrega riscos significativos: erosão de direitos civis, discriminação e perda de privacidade. O debate não é proibir a tecnologia, mas garantir que seu uso seja legítimo, proporcional e compatível com valores democráticos, exigindo diálogo contínuo entre empresas, governos, academia e sociedade civil.