Vírus Nipah com potencial pandêmico faz Índia fechar escolas no estado de Kerala

No início desta semana, no sul da Índia, no estado de Kerala, o governo decretou o fechamento de escritórios, escolas e repartições públicas após a confirmação de cinco casos de infecções pelo vírus Nipah, altamente contagioso e mortal, e que já matou duas pessoas, outras três se encontram em estado grave no hospital, incluindo uma criança.

Cerca de 700 pessoas, sendo 153 profissionais de saúde estão aguardando resultado de seus exames, pois entraram em contato com infectados e, segundo as autoridades, estão em observação. Esse não é o primeiro surto do vírus em Kerala, já que, nos anos de 2018 e 2019, houve outros casos da doença.

Surgimento

O primeiro caso identificado da doença foi no ano de 1999, na Malásia, em uma fazenda de porcos na cidade de Sungai Nipah, daí o nome do vírus. Porém, em anos posteriores foi identificado em outros países como Bangladesh, Singapura e Índia.

Transmissão do vírus

Para a Organização Mundial da Saúde, (OMS), a doença é classificada como zoonótica, que são aquelas transmitidas de animais, como morcegos, porcos, aves, para seres humanos. Também é transmitida de pessoa para pessoa contaminada e por meio de alimentos contaminados. O morcego do tipo Pteropus é o principal vetor do vírus.

Período de Incubação

O tempo para os sintomas se manifestarem varia de pessoa a pessoa, mas geralmente são de quatro a 14 dias. Médicos já relataram pessoas que demoraram até 45 dias para desenvolver a doença. O vírus Nipah afeta diretamente o sistema nervoso central e o respiratório.

Sintomas

A doença inicialmente se parece com uma forte gripe, tendo os seus sintomas bem parecidos, no entanto, caso haja uma evolução, podem aparecer dificuldades respiratórias e encefalites, que é a inflamação do cérebro que causa desorientação, sonolência e convulsões, que podem evoluir rapidamente em até 48 horas.

Por ter essa rápida evolução, o Nipah pode levar à morte em poucos dias ou deixar o paciente em coma. Quem sobrevive, vive com sequelas neurológicas graves por longos prazos.


Morcego Pteropus é um dos principais vetores do vírus Nipah (Foto: reprodução/X/@bbcbrasil)


Tratamentos

Por não haver uma vacina contra o vírus, os cuidados são de suporte, como repouso, hidratação, medicamentos para dor e, dependendo da gravidade, internação para ventilação mecânica e outros tratamentos.

Diagnóstico

A principal forma de diagnóstico para a doença é através de exames laboratoriais, como RT-PCR e o exame que detecta por meio de ensaios imuno enzimático, (ELISA), os anticorpos para a doença.

A taxa de mortalidade da doença é bem alta, chegando até 75%, segundo a Organização Mundial da Saúde, já que não existem medicamentos e nem imunizantes contra o vírus Nipah.

Prevenção

As maneiras de se prevenir da doença é evitar o contato com animais infectados; evitar comer carne dos mesmos, porcos e morcegos; higienização de mãos após o contato com os bichos e uso de máscaras quando estiver em contato com alguém infectado.

 

Foto destaque: Médicos enterrando corpo de infectado pelo vírus Nipah. Reprodução/X/@bbcbrasil

Com o fim do inverno, casos de catapora aumentam: saiba como se proteger

Doença comum entre crianças e altamente contagiosa, a catapora tende a ser registrada com mais frequência no fim do inverno e na chegada da primavera, que se inicia no próximo dia 23 de setembro.

Aumento dos casos

“Isso acontece porque, no período de frio, as pessoas se aglomeram mais, principalmente em ambientes fechados, o que facilita a transmissão por gotículas e aerossóis. E como o vírus tem um período de incubação de cerca de duas semanas, os casos acabam surgindo mais na transição deste período”, explica o infectologista e consultor técnico do Sabin Diagnóstico e Saúde, Claudilson Bastos.

Na Bahia, em 15 de agosto a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) emitiu um alerta para o aumento dos casos da doença. De acordo com o órgão, desde o início do ano até o dia 12 do mês, foram notificados 443 casos de varicela, com coeficiente de incidência de 3,0 casos por 100 mil habitantes no estado. 

Como prevenir

Para ajudar a prevenir o aumento desses casos, o infectologista recomenda a vacina contra a varicela que está disponível nas redes pública e privada. O esquema de vacinação é feito em duas doses no intervalo de três meses.

“O imunizante está indicado para as pessoas imunocompetentes suscetíveis e deve ser aplicada até 5 dias após o contato com o caso suspeito ou confirmado de varicela. Além disso, a imunoglobulina humana antivaricela-zoster (IGHAVZ) está indicada para as crianças menores de 9 meses, gestantes suscetíveis e imunocomprometidos, devendo ser administrada até 4 dias depois do contato com o caso suspeito ou confirmado de varicela”, informa. 

Bastos acrescenta que a imunização contra a catapora deve acontecer mesmo sem período de surto da doença, com recomendação da primeira dose a partir dos 12 meses de idade e, a segunda dose, três meses depois. O imunizante apresenta eficiência acima de 90%. 

Foto destaque: bebê com catapora. Foto/Reprodução

STJ permite cultivo de maconha para fins medicinais

A 3ª Seção do Superior Tribunal da Justiça (STJ) decidiu que o Poder Judiciário pode autorizar o cultivo da planta Cannabis (maconha) para extração de óleo para fins medicinais. A decisão entre os ministros teve divergências, mas a maioria destacou o direito ao acesso à saúde. 

A prática garante o tratamento de pacientes que fazem uso do canabidiol, que é extraído a partir da maconha. A Anvisa autorizou a importação do produto. 

Mesmo assim, ainda será necessário uma autorização judicial para o cultivo da planta. Segundo o STJ, a decisão terá concessões limitadas relacionadas à quantidade de plantas e haverá monitoramento pelas autoridades.

A autorização do cultivo

Em maio deste ano, o ministro Rogério Schietti Cruz, do STJ autorizou um paciente com ansiedade generalizada a cultivar em sua casa plantas da Cannabis, para fins medicinais.


Substância extraída da Cannabis pode tratar diversas doenças. (Foto: reprodução/Crystalweed/Unsplash)


Em julho, o tribunal concedeu liminares para permitir o cultivo da maconha sem risco de repressão, feito pelo ministro Og Fernandes, que permitiu que outras três pessoas com necessidades terapêuticas pudessem cultivar a Cannabis. No ato, foi apresentado laudos médicos que comprovaram a necessidade do tratamento, o que levou um pedido de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a importação excepcional de produtos medicinais da Cannabis. 

Doenças que possuem Cannabis como tratamento

Diversas doenças podem ser tratadas com a canabidiol, extraído da maconha. Entre elas estão a ansiedade, insônia, depressão, autismo, Mal de Parkinson e outras. No Brasil, é a equipe médica do paciente que deve decidir qual doença pode ser tratada com canabidiol. Não é a Anvisa que limita quais doenças podem ser tratadas. 

O uso de canabidiol pode surgir efeitos colaterais, como fadiga, perda de peso, tontura e até problemas de coordenação motora. Entretanto, ainda faltam estudos sobre o uso dessa planta, mas segundo a ONU, a substância não faz mal à saúde.

 

Foto destaque: planta Cannabis. Reprodução/Kimzy Nanney/Unsplash

Técnica que recria tumor em 3D ajuda no tratamento de câncer

Cientistas de um centro de tratamento de câncer nos Estados Unidos desenvolveram um método novo para identificar tratamentos para pessoas em casos raros de câncer. A medida foi feita por especialistas do UCLA Jonsson Comprehensive Cancer Center, em Los Angeles, e foi publicada na Nature Communications. 

A pesquisa faz uso de uma técnica de bioimpressão de organóides tumorais em miniatura, o que ajuda os especialistas a analisar e estudar o caso com mais precisão e de forma individual. O método também é chamado de “bioimprimir”, que também imita a função real do tumor. Com ele, é possível prever como pacientes podem reagir a tratamento contra o câncer. 

A bioimpressão

Os organóides podem ser cultivados em laboratório usando células dos próprios pacientes, o que ajuda a compreender melhor a biologia e as doenças de cada pessoa. Com a recriação de tumores, há a possibilidade de testar diferentes drogas para analisar como o tumor reage ao tratamento, como em uma espécie de teste. O método torna mais fácil para a equipe médica escolher a melhor terapia para os pacientes. 


Método tem foco em câncer raro e de díficil tratamento. (Foto: reprodução/Michal Jarmoluk/Pixabay)


O método de bioimpressão é feito por uma fina camada de proteínas extracelulares para dar origem a miniaturas em 3D sem ter nenhuma alteração genética. Os pesquisadores usaram um sistema de imagem com células bioimpressas com interferometria de células vivas em alta velocidade, também chamado de HSLCI.

A nova técnica permite aos pesquisadores medir padrões de crescimento das células tumorais e com o tempo observar como diferentes células respondem a diferentes medicamentos. 

Tecnologia no Brasil

Felipe Almeida é empresário e CEO da empresa Invitrocue Brasil, e neste ano o empresário investiu na técnica aqui no Brasil. O método já era utilizado em países como Espanha e Alemanha. 

A empresa foi fundada em 2012 no Instituto de Bioengenharia e Nanotecnologia da A*STAR, em Cingapura. A Invitrocue faz o desenvolvimento e comercialização de diversas tecnologias bioanalíticas, entre elas as de células 3D. Atualmente a empresa está em diversos países, como Alemanha, Espanha, Austrália, China, Hong Kong e, no Brasil,

No Brasil, os testes da empresa estão disponíveis para câncer de mama, pulmão, colorretal, pancreático, gástrico, próstata e ovário. O teste permite que a equipe médica escolha entre oito a 60 drogas para saber possível resposta das células.

 

Foto destaque: célula em mitose. Reprodução/Colin Beherns/Pixabay

Wesley Safadão pausa shows após diagnóstico de ansiedade; entenda o transtorno

No último domingo (10), o cantor Wesley Safadão deu uma entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, onde revelou ter dado uma pausa em seus shows, após um diagnóstico de transtorno de ansiedade. 

De acordo com a psicóloga Blenda Oliveira, todo mundo carrega um pouco do transtorno, mas quando ele se torna exagerado, vira um problema patológico. 

“Estava a caminho de um show em Minas e comecei a passar mal dentro do carro. Eu comecei a sentir faltar ar, queria respirar e não conseguia. ‘Eu quero ir para o hospital, acho que eu estou morrendo’. Eu não sentia meus dedos”, contou Wesley Safadão no programa.

O músico disse que foi diagnosticado com transtorno de ansiedade e que resolveu pausar os compromissos profissionais para cuidar da saúde mental.

Quando se torna patológico

Segundo a psicanalista Blenda Oliveira existe o dito como ansiedade “boa” e a ansiedade “patológica”. A diferença das duas está na frequência e intensidade. “A ansiedade boa funciona como uma espécie de motor, pode fazer parte dos momentos de realização, curiosidade, da vontade de crescer, de aprender, é uma energia que move você adiante”, explica a especialista.

“Já a ansiedade patológica, tem uma frequência e intensidade muito grande, podendo tornar a vida disfuncional. A pessoa começa a ter sintomas físicos, como taquicardia, dores no estômago, problemas de pele e de sono, comer muito ou não comer, e a dificuldade de dar conta das tarefas do dia a dia, além de seus relacionamentos e compromissos”, complementa.

Como tratar

Atividade física, meditação, psicoterapia, são alguns dos recursos para lidar com a ansiedade boa, comum. Já quando ela atinge uma fase patológica, é preciso ter ajuda médica e psicológica.

“Existem pessoas que têm um traço maior de ansiedade, podem ser características de alguém. Gente que corre muito atrás do que quer, quer dar conta de tudo, mas isso não quer dizer que é patológico. Essa pessoa pode aprender a diminuir a ansiedade, a se tranquilizar, mudando o estilo de vida”, ressalta a psicanalista.

“Já no sentido patológico, pode usar de medicações e buscar ajuda médica”, complementa ela.

Em todo caso, Blenda ressalta a importância de se manter atento e vigilante no cuidado com a saúde mental. 

*Blenda Marcelletti de Oliveira: Doutora em psicologia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e  psicanalista pela Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo.

Foto destaque: Wesley Safadão em entrevista. Reprodução/ TV Globo

Nootrópico Focus X, novidade no Brasil, desenvolvido para o aumento da memória, concentração, foco e produtividade

No cenário frenético do mundo atual, onde o acúmulo de tarefas e a avalanche de informações competem pela nossa atenção, manter o foco e a alta performance é uma missão praticamente impossível.

A consequência disso é a redução da produtividade no trabalho, nos estudos e até mesmo a dificuldade de aproveitar os momentos de lazer.

Pensando nisso, o Coach, especialista em neurociência comportamental e multiempreendedor, Alancio Meneguz desenvolveu uma fórmula perfeita para auxiliar não só na concentração e clareza de ideias, como também no aumento da imunidade e disposição.

“O Focus X é um complexo de vitaminas, aminoácidos e substâncias 100% naturais, os chamados nootrópicos. Juntos, eles otimizam e auxiliam na melhoria do vigor, foco, raciocínio, energia e aumento da imunidade, pois atuam diretamente no sistema nervoso central e periférico”, explica o especialista.

“Além disso, ele age no processo de transferência de memória de curto para médio e longo prazo no hipocampo, além do aumento da circulação sanguínea no SNC (Sistema Nervoso Central), liberando noradrenalina”, completa.

Cansaço, relações interpessoais e alta performance



Segundo pesquisa da Universidade de Princeton, a disposição física e mental tem uma ligação direta com o bom humor e convívio social. Ou seja, indivíduos constantemente cansados têm dificuldade de manter boas relações interpessoais.

Levando para o campo do trabalho e estudos, a situação não é muito diferente. Exaustas mental e fisicamente, as pessoas têm dificuldade de atingir seus grandes objetivos.

Não por acaso, profissionais da saúde têm discutido cada vez mais a importância de suplementos para combater essa falta de disposição e recuperar a vitalidade diária.
 
Esse é o papel fundamental de nootrópicos, como o Focus X. Poderoso para cuidar do corpo e da mente, o suplemento tem transformado vidas, trazendo alívio para o cansaço e melhora da produtividade.



Para saber mais informações sobre os benefícios do Focus X, acesse o site exclusivo do suplemento e acompanhe os perfis da marca no Instagram e no Facebook.

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Foto destaque: ilustração de um cérebro. Foto/Reprodução

Entenda como o ressecamento do ar pode prejudicar os olhos

A saúde dos olhos é mantida por meio da lágrima e de algumas glândulas de gordura em volta dos cílios.

Se o ar está mais seco, há uma tendência a alterações na qualidade ou quantidade de lágrimas, causando ressecamento, que pode levar ao aparecimento de doenças, em especial as alergias oculares.

Segundo o médico, o verão costuma ser mais úmido e, por isso, a poeira suspensa no ar gruda nas partículas de água e, com o peso, caem no chão. Por outro lado, com o ar seco, as micropartículas ficam mais tempo em suspensão no ar, facilitando que entrem em contato com nossas mucosas (olhos, nariz e garganta), favorecendo as alergias.

O que pode ocorrer

A coceira é um dos principais incômodos sentidos pelos pacientes com alergia ocular e esse sintoma merece atenção especial: “o ato de coçar os olhos pode ser muito prejudicial, levando inclusive a algumas doenças mais graves, como o ceratocone. Além disso, é importante ressaltar que os olhos podem ser portas de entrada para vírus, incluindo o coronavírus. Assim, é fundamental evitar coçar os olhos”, ressalta Dr. Hallim.

Outro problema que pode surgir é a síndrome do olho seco, ocasionada por uma combinação de fatores. Quem já é propenso a alergias (rinites, sinusites e dermatites de contato, por exemplo) deve ficar atento. Sintomas como ardência, coceira e visão borrada que melhora ao piscar podem indicar essa condição, além de desconfortos após assistir à televisão, ler ou usar o computador.

Como lidar

Para ajudar a passar pela temporada sem crises, Dr. Hallim deixa algumas dicas:

1. Atenção com a limpeza dos ambientes: troque a vassoura e o espanador por pano úmido e aspirador, para não levantar poeira.

2. Use colírios lubrificantes sem conservantes sempre que tiver vontade de coçar os olhos.

3. Se não tiver colírios, pode fazer uma compressa com água fria, ou até mesmo lavar o rosto na pia.

4. Se precisar colocar a mão nos olhos, lembrar de lavá-las muito bem antes. Mãos sujas vão levar mais alérgenos para os olhos e piorar a situação.

5. Use maquiagem de boa procedência e mantenha tudo sempre limpo. Também não compartilhe lápis, rímel e pincéis com ninguém!

6. Lembre-se de remover a maquiagem antes de dormir.

7. Se nada disso resolver, não espere piorar e procure logo o seu oftalmologista.

 

Dr. Hallim Féres Neto, Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e membro da ABCCR – Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa.

Foto destaque: homem coçando os olhos. Imagem de wayhomestudio no Freepik”>Reprodução

Diabetes e pressão alta: veja o que pode causar a doença renal

Considerados órgãos nobres e imprescindíveis à vida, os rins têm como função a capacidade de filtrar o sangue e regular os fluidos, hormônios, ácidos e sais no corpo. 

Mas alguns fatores podem levar à perda da função dos rins, um problema chamado de lesão renal aguda ou doença renal crônica, dependendo do tipo.

“Na forma aguda, o insulto ao rim ocorre rapidamente, podendo levar à perda da função dos rins de horas a dias – e é potencialmente reversível; quando crônico, o problema perdura por mais de 3 meses, ocasionando perda da função dos rins de caráter crônico e progressivo”, explica a Dra. Caroline Reigada.

Causas da insuficiência renal aguda

Segundo a médica, a insuficiência renal aguda pode ser dividida de acordo com suas causas, que podem ser pré-renais, renais e pós-renais.

“As causas pré-renais são desidratação, queimaduras extensas, perda de sangue, falha na bomba do coração – que é a insuficiência cardíaca, uso abusivo de laxativos e de diuréticos.

Quanto aos fatores renais, são as doenças que acometem os vários compartimentos dos próprios rins – por exemplo: as vasculites, as nefrites, as doenças infecciosas como hepatite B e C e o HIV, o uso abusivo de anti-inflamatórios.

No caso dos pós-renais, temos os casos de obstruções ao fluxo de urina – exemplo: pedras nos 2 ureteres – os “canos” que ligam a bexiga à uretra, tumores obstrutivos como o câncer de colo de útero e a fibrose no retroperitônio”, diz a médica.

Doença renal crônica

Em outro panorama, mais grave, há a doença renal crônica, que é caracteristicamente progressiva. 

Neste caso, no Brasil, a doença mais prevalente que vai destruindo as funções dos rins é a hipertensão arterial sistêmica (pressão alta). Silenciosa, a hipertensão não dá sintomas, e o diagnóstico precisa ser realizado o quanto antes, através da medição da pressão arterial acima de 140x90mmHg.

A segunda doença mais importante que deteriora os rins é a diabetes. “Quando esta doença não é controlada, ou seja, não são atingidos os níveis de glicose ideais, os rins são sobrecarregados e, a longo prazo, excretam proteínas que não deveríamos eliminar. Isso pode acarretar na doença renal crônica terminal (estágio 5), e o paciente precisará, assim, iniciar um programa de substituição da função renal, como a diálise”, conta a médica especialista.

Além da hipertensão e diabetes, a obesidade e o tabagismo também podem levar à insuficiência renal crônica, por isso o controle do peso e os hábitos saudáveis de vida são fundamentais. 

*DRA. CAROLINE REIGADA: Médica nefrologista, especialista em Medicina Interna pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e em Nefrologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Foto destaque: Rins. Reprodução/HSVP

Anderson, do Molejo, é diagnosticado com embolia pulmonar; saiba mais sobre a doença

No mês de outubro de 2022, Anderson Leonardo, vocalista do grupo musical de pagode Molejo, foi diagnosticado com câncer inguinal, na região da virilha. Em janeiro deste ano, ele anunciou o resultado positivo do tratamento e a cura. No entanto, o cantor precisou passar por outras operações em maio. Agora, ele foi diagnosticado com embolia pulmonar. A assessoria de imprensa do cantor fez o comunicado na última segunda-feira (11), e ele se encontra internado no Rio de Janeiro com o quadro estável. Saiba mais abaixo a respeito da doença.


Vocalista do grupo Molejo, Anderson Leonardo (Foto: Reprodução/TV Globo)


Embolia pulmonar

A embolia pulmonar é a obstrução de uma artéria pulmonar pelo acúmulo de coágulos, que são trazidos pela corrente sanguínea. 

A gravidade do caso está relacionada ao tamanho desses coágulos: quanto maiores forem, maior o risco da interrupção completa da circulação pulmonar e, por conta disso, há a possibilidade da embolia pulmonar ser fatal.

A obstrução pode ser causada por diversos fatores, como a imobilidade prolongada, cirurgias extensas, câncer, traumas, reposição hormonal, gravidez e pós-parto, varizes, obesidade, tabagismo, insuficiência cardíaca, distúrbios na coagulação do sangue, entre outros.

Assim como os coágulos grandes que ocasionam casos mais graves da doença, existe a formação de trombos menores, que se desfazem sozinhos. 

Sintomas e diagnóstico

Para ficar atento à saúde, preste atenção a alguns sintomas que podem passar despercebidos, mas são possíveis indicativos da doença:

  • Dor no peito de início repentino ou que vai aumentando de intensidade;
  • Falta de ar;
  • Aceleração dos batimentos cardíacos e da respiração;
  • Palidez;
  • Ansiedade;
  • Pele e unhas azuladas (cianose);
  • Tosse seca ou com sangue;
  • Dor aguda no peito e febre.

Para o diagnóstico da embolia, em primeiro lugar, é preciso fazer um levantamento da história clínica e dos fatores de risco do paciente. Para isso, exames de laboratório e imagem são realizados para confirmar a suspeita da doença, sendo eles: 

  • D-dímero ;
  • Gasometria arterial: mede níveis de oxigênio no sangue;
  • Arteriografia pulmonar;
  • Cintilografia de ventilação pulmonar;
  • Tomografia computadorizada;
  • Ressonância magnética.

 

Foto destaque: Pulmão em destaque no corpo humano. Reprodução/Minuto Saudável

Notívagos possuem maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 devido a hábitos não saudáveis

Pesquisadores descobriram que pessoas com padrões de sono noturno podem estar em maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 e adotar comportamentos pouco saudáveis. Se você é uma “coruja noturna”, que se sente mais alerta à noite e tem dificuldade em acordar de manhã cedo, um novo estudo sugere que você pode estar em risco.

A autora principal do estudo, Sina Kianersi, pesquisadora de pós-doutorado no Brigham and Women”/s Hospital e na Escola de Medicina Harvard, em Boston, destaca que “quando analisamos a relação entre o cronotipo e o diabetes, descobrimos que os notívagos tinham um risco 72% maior de desenvolver diabetes ao longo dos oito anos do nosso estudo”.


 Pesquisadores estudam hábitos de sono e propensão a diabetes (Foto: Reprodução/FG Trade/Getty Images)


Além do risco de diabetes, os pesquisadores também identificaram fortes ligações entre o padrão de sono tardio e comportamentos pouco saudáveis, todos conhecidos como fatores de risco para doenças crônicas, como o diabetes tipo 2.

Padrões de sono noturno podem aumentar o risco de diabetes

Os notívagos tendem a apresentar uma série de hábitos prejudiciais à saúde, incluindo uma dieta inadequada, menor atividade física, consumo excessivo de álcool, IMC pouco saudável, tabagismo e distúrbios do sono. Quando esses hábitos pouco saudáveis foram excluídos da análise, o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 em pessoas noturnas caiu para 19% em comparação com os madrugadores.

Bhanu Prakash Kolla, especialista em medicina do sono do Centro de Medicina do Sono da Clínica Mayo em Rochester, Minnesota, observa que “mesmo após a consideração de todos os fatores de estilo de vida, ainda há um ligeiro aumento do risco de diabetes, sugerindo que pode haver alguma predisposição genética responsável tanto pela diabetes quanto pela preferência noturna, ou potencialmente outros fatores não contabilizados”.

O impacto do cronotipo no desenvolvimento do diabetes

O cronotipo de sono de uma pessoa é uma característica biológica que regula o ritmo circadiano, um ciclo interno de 24 horas que influencia a liberação do hormônio melatonina, afetando os padrões de sono. Embora os cronotipos pessoais do sono sejam considerados em parte herdados, eles também podem ser influenciados pelo ambiente.

Os madrugadores, por exemplo, têm um relógio biológico que libera melatonina mais cedo, tornando-os mais ativos de manhã. Por outro lado, os notívagos secretam melatonina mais tarde, levando a um pico de atividade no final da tarde e à noite.


Notívagos têm pico de produtivade no período noturno (Foto: Reprodução/FG Trade/Getty Images)


No entanto, perturbar esses ritmos naturais do corpo pode levar a problemas de saúde. A secreção de hormônios, a regulação da temperatura corporal e o metabolismo podem ser afetados negativamente quando o sono está desregulado, aumentando o risco de desenvolver diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e outras doenças crônicas.

Os madrugadores geralmente apresentam melhor desempenho acadêmico e são mais ativos durante o dia, o que pode explicar, em parte, seu menor risco de doenças cardiovasculares.

O estudo, conduzido ao longo de oito anos, acompanhou aproximadamente 64 mil enfermeiras participantes do Nurses”/ Health Study II, uma extensa investigação sobre fatores de risco para doenças crônicas em mulheres. Os dados coletados, que incluíram informações sobre cronotipo, dieta, peso, IMC, padrões de sono e hábitos de saúde, foram correlacionados com registros médicos para determinar quem desenvolveu diabetes.

Embora o estudo tenha encontrado associações significativas entre o desenvolvimento de diabetes em notívagos que trabalham durante o dia, não houve uma associação evidente para notívagos que trabalham em turnos noturnos ou em horários mais adequados ao seu cronotipo. Isso levanta a possibilidade de que um agendamento de trabalho mais personalizado possa ser benéfico.

Este estudo não é o primeiro a identificar uma conexão entre cronotipos de sono tardio e comportamentos prejudiciais à saúde. Pesquisas anteriores também revelaram que os notívagos tinham maior probabilidade de desenvolver hábitos prejudiciais à saúde, como o consumo excessivo de álcool e tabagismo.

Além disso, os notívagos eram mais sedentários e tinham níveis mais baixos de aptidão aeróbica, o que contribuía para seu risco aumentado de resistência à insulina e diabetes tipo 2. A acumulação de gordura abdominal também era mais comum entre os notívagos, um fator importante de risco para doenças cardíacas e diabetes tipo 2.

Em resumo, embora os notívagos possam ter uma predisposição genética para seu cronotipo de sono, a adoção de um estilo de vida saudável, incluindo moderação no consumo de álcool, abandono do tabagismo, aumento da atividade física e sono adequado, pode ajudar a reduzir o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 e outras doenças crônicas associadas aos padrões de sono tardio.

 

Foto destaque: Pessoas com insônia e diabetes enfrentam desafios significativos em sua saúde. Reprodução/FG Trade/Getty Images