Saúde

Técnica que recria tumor em 3D ajuda no tratamento de câncer

Cientistas utilizam células tumorais do próprio paciente para fazer organóides em laboratório. Método ajuda a prever resposta e tratamento personalizado contra o câncer

14 Set 2023 - 09h35 | Atualizado em 14 Set 2023 - 09h35
Técnica que recria tumor em 3D ajuda no tratamento de câncer Lorena Bueri

Cientistas de um centro de tratamento de câncer nos Estados Unidos desenvolveram um método novo para identificar tratamentos para pessoas em casos raros de câncer. A medida foi feita por especialistas do UCLA Jonsson Comprehensive Cancer Center, em Los Angeles, e foi publicada na Nature Communications. 

A pesquisa faz uso de uma técnica de bioimpressão de organóides tumorais em miniatura, o que ajuda os especialistas a analisar e estudar o caso com mais precisão e de forma individual. O método também é chamado de “bioimprimir”, que também imita a função real do tumor. Com ele, é possível prever como pacientes podem reagir a tratamento contra o câncer. 

A bioimpressão

Os organóides podem ser cultivados em laboratório usando células dos próprios pacientes, o que ajuda a compreender melhor a biologia e as doenças de cada pessoa. Com a recriação de tumores, há a possibilidade de testar diferentes drogas para analisar como o tumor reage ao tratamento, como em uma espécie de teste. O método torna mais fácil para a equipe médica escolher a melhor terapia para os pacientes. 


Método tem foco em câncer raro e de díficil tratamento. (Foto: reprodução/Michal Jarmoluk/Pixabay)


O método de bioimpressão é feito por uma fina camada de proteínas extracelulares para dar origem a miniaturas em 3D sem ter nenhuma alteração genética. Os pesquisadores usaram um sistema de imagem com células bioimpressas com interferometria de células vivas em alta velocidade, também chamado de HSLCI.

A nova técnica permite aos pesquisadores medir padrões de crescimento das células tumorais e com o tempo observar como diferentes células respondem a diferentes medicamentos. 

Tecnologia no Brasil

Felipe Almeida é empresário e CEO da empresa Invitrocue Brasil, e neste ano o empresário investiu na técnica aqui no Brasil. O método já era utilizado em países como Espanha e Alemanha. 

A empresa foi fundada em 2012 no Instituto de Bioengenharia e Nanotecnologia da A*STAR, em Cingapura. A Invitrocue faz o desenvolvimento e comercialização de diversas tecnologias bioanalíticas, entre elas as de células 3D. Atualmente a empresa está em diversos países, como Alemanha, Espanha, Austrália, China, Hong Kong e, no Brasil,

No Brasil, os testes da empresa estão disponíveis para câncer de mama, pulmão, colorretal, pancreático, gástrico, próstata e ovário. O teste permite que a equipe médica escolha entre oito a 60 drogas para saber possível resposta das células.

 

Foto destaque: célula em mitose. Reprodução/Colin Beherns/Pixabay

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