Visitas regulares ao dermatologista e a rotina de skincare são essenciais para uma cútis bonita e saudável. A pele, porém, não é apenas nossa vitrine para o mundo, mas o maior órgão do corpo e, portanto, um grande sinalizador da nossa saúde geral. Cada vez, pesquisas revelam sua relação íntima com o intestino, que vem sendo apontado na medicina como uma peça-chave no bem-estar físico e mental do ser humano.
Os estudos mostram que o intestino é uma espécie de segundo cérebro, já que é constituído por mais de meio bilhão de neurônios. O órgão também tem poder inflamatório, podendo combater ou promover inflamações pelo organismo. Alguns transtornos psiquiátricos, como a ansiedade, além de doenças autoimunes, têm sido atribuídos também ao mau funcionamento no intestino.
A pele, claro, não fica de fora dessa equação. Se seu aspecto não está bom e há sinais de inflamação, como acne ou dermatites, o problema pode estar no microbioma intestinal. É lá que se concentram microrganismos como bactérias e fungos que, a princípio, estão ali para defender nosso corpo. Entretanto, em desbalanço, eles podem causar muitas desordens, inclusive o envelhecimento da cútis precocemente.
Pele é espelho da saúde intestinal
Quando a microbiota intestinal sofre alterações, substâncias inflamatórias ganham espaço. Além disso, células que diminuem o sistema imune também são produzidas em maior quantidade. Isso gera um corpo totalmente inflamado.
Em paralelo, os nutrientes como vitaminas e aminoácidos não são absorvidos adequadamente. Esse desbalanço compromete a produção de colágeno, responsável por manter a firmeza e a elasticidade cutâneas. Além disso, substâncias que não deveriam ultrapassar a barreira intestinal agem nos receptores da derme. A consequência é o próprio microbioma da pele desequilibrado.
Isso tudo atrapalha funções vitais do órgão diretamente ligados à pele, como nível de hidratação, capacidade de cicatrização e a renovação das células epiteliais.
Pele, intestino e cérebro conectados
Os dois órgãos estão em comunicação contínua, assim como com o cérebro. A inflamação e o descompasso hormonal atrapalham essa cadeia de transmissão, gerando problemas de pele e também ansiedade.
Estudos mostram que o neurotransmissor presente na ansiedade, chamado de substância P, também mantém relação forte com as inflamações cutâneas em momentos de estresse. O chamado eixo intestino-cérebro-pele precisa de um microbioma saudável, se não fica todo em desequilíbrio.
Acne, dermatite, psoríase e rosácea são sinais claros disso. O envelhecimento precoce da cútis também, mas nem todos os sintomas são tão visíveis. Acne mais leve, ressecamento e até caspa podem ser pedidos de ajuda do corpo.
Outros pedidos de socorro vêm direto do intestino. Se há diarreia ou prisão de ventre, muitos gases ou fezes com coloração diferente, é importante investigar a situação indo ao médico.
A fórmula do intestino saudável
Uma alimentação balanceada é o primeiro passo para uma boa saúde intestinal. É importante incluir alimentos que contêm prebióticos e ajudam no crescimento de bactérias boas, chamadas de probióticos. Eles estão presentes em frutas vermelhas, banana e aveia.
Em alguns casos, é necessário também tomar probióticos, prescritos de acordo com a necessidade da pessoa. Já os alimentos inflamatórios, como frituras, gordura saturada, processados e doces, precisam ser cortados do cardápio diário. Eles geram o aumento das bactérias maléficas e acabam causando inflamação e redução da imunidade.
Além da comida, é importante dar atenção à atividade física, incluindo exercícios na rotina diária.
Foto de capa: Saúde do intestino por estar por trás dos problemas de pele. Reprodução: Pexels
