Visitas regulares ao dermatologista e a rotina de skincare são essenciais para uma cútis bonita e saudável. A pele, porém, não é apenas nossa vitrine para o mundo, mas o maior órgão do corpo e, portanto, um grande sinalizador da nossa saúde geral. Cada vez, pesquisas revelam sua relação íntima com o intestino, que vem sendo apontado na medicina como uma peça-chave no bem-estar físico e mental do ser humano.
Os estudos mostram que o intestino é uma espécie de segundo cérebro, já que é constituído por mais de meio bilhão de neurônios. O órgão também tem poder inflamatório, podendo combater ou promover inflamações pelo organismo. Alguns transtornos psiquiátricos, como a ansiedade, além de doenças autoimunes, têm sido atribuídos também ao mau funcionamento no intestino.
A pele, claro, não fica de fora dessa equação. Se seu aspecto não está bom e há sinais de inflamação, como acne ou dermatites, o problema pode estar no microbioma intestinal. É lá que se concentram microrganismos como bactérias e fungos que, a princípio, estão ali para defender nosso corpo. Entretanto, em desbalanço, eles podem causar muitas desordens, inclusive o envelhecimento da cútis precocemente.
Pele é espelho da saúde intestinal
Quando a microbiota intestinal sofre alterações, substâncias inflamatórias ganham espaço. Além disso, células que diminuem o sistema imune também são produzidas em maior quantidade. Isso gera um corpo totalmente inflamado.
Pele é considerada espelho da saúde intestinal. Reprodução/Pexels
Em paralelo, os nutrientes como vitaminas e aminoácidos não são absorvidos adequadamente. Esse desbalanço compromete a produção de colágeno, responsável por manter a firmeza e a elasticidade cutâneas. Além disso, substâncias que não deveriam ultrapassar a barreira intestinal agem nos receptores da derme. A consequência é o próprio microbioma da pele desequilibrado.
Isso tudo atrapalha funções vitais do órgão diretamente ligados à pele, como nível de hidratação, capacidade de cicatrização e a renovação das células epiteliais.
Pele, intestino e cérebro conectados
Os dois órgãos estão em comunicação contínua, assim como com o cérebro. A inflamação e o descompasso hormonal atrapalham essa cadeia de transmissão, gerando problemas de pele e também ansiedade.
Estudos mostram que o neurotransmissor presente na ansiedade, chamado de substância P, também mantém relação forte com as inflamações cutâneas em momentos de estresse. O chamado eixo intestino-cérebro-pele precisa de um microbioma saudável, se não fica todo em desequilíbrio.
Acne, dermatite, psoríase e rosácea são sinais claros disso. O envelhecimento precoce da cútis também, mas nem todos os sintomas são tão visíveis. Acne mais leve, ressecamento e até caspa podem ser pedidos de ajuda do corpo.
Não adianta só fazer skincare, a saúde do intestino deve estar em dia. Reprodução/Pexels
Outros pedidos de socorro vêm direto do intestino. Se há diarreia ou prisão de ventre, muitos gases ou fezes com coloração diferente, é importante investigar a situação indo ao médico.
A fórmula do intestino saudável
Uma alimentação balanceada é o primeiro passo para uma boa saúde intestinal. É importante incluir alimentos que contêm prebióticos e ajudam no crescimento de bactérias boas, chamadas de probióticos. Eles estão presentes em frutas vermelhas, banana e aveia.
Em alguns casos, é necessário também tomar probióticos, prescritos de acordo com a necessidade da pessoa. Já os alimentos inflamatórios, como frituras, gordura saturada, processados e doces, precisam ser cortados do cardápio diário. Eles geram o aumento das bactérias maléficas e acabam causando inflamação e redução da imunidade.
Além da comida, é importante dar atenção à atividade física, incluindo exercícios na rotina diária.
Foto de capa: Saúde do intestino por estar por trás dos problemas de pele. Reprodução: Pexels