É inegável que a era da internet trouxe consigo uma maior procura por procedimentos estéticos. Com o culto ao corpo reforçado pelas redes sociais, a busca por maneiras de melhorar-se e padronizar-se cresce diariamente, e a ala cirúrgica e medicinal de maneira geral tem um aumento em progressão aritmética. O tratamento de aplicação do ozônio este imerso nessa questão.
Primeiramente, a ozonioterapia é uma terapia médica que consiste em administrar o ozônio (O3) no corpo. Por conter três átomos de oxigênio em composição base, o ozônio pode ajudar na oxigenação dos tecidos, interrompendo processos não saudáveis no corpo, como o crescimento de bactérias patogênicas, além de a aumentar a resposta do sistema imunológico a doenças infecciosas como feridas infectadas ou HIV, e ajudar a aliviar as dores crônicas da fibromialgia, por exemplo.
Máquina de ozonioterapia. (Foto: Reprodução/Senado Federal)
Além dos fins medicinais, o ozônio tem propriedades que colaboram para a redução da inflamação, destruindo células inflamadas, como células de gordura – adipócitos. Estimula, também, a matriz de colágeno e elastina, fazendo com que sua aplicação tenha resultados impactantes para procedimentos faciais relacionados ao envelhecimento.
Existem três formas fundamentais de aplicação de ozônio: gás, água ou óleo; o que vai indicar qual o modo de aplicação mais adequado é o que há a ser tratado, e a quantidade de ozônio utilizada vai depender da finalidade da terapia. A forma em gás pode ser usada diretamente na pele ou através de injeção, e a água possui recursos cicatrizantes e pode ser aplicada através de lavagem das feridas ou irrigação; irá eliminar fungos, bactérias e vírus. O óleo é utilizado de forma cutânea, especialmente após procedimentos cirúrgicos, uma vez que estimula o processo de regeneração do local. Além dessas vias, o ozônio também pode ser ministrado via retal, otológica, cosmetológica e outros.
Processo de tratamento com ozônio. (Foto: Reprodução/Rentalmed)
Há, inclusive, quem faça do ozônio um tratamento para a Covid-19. Um grupo de cientistas cubanos apresentou em 2020 ao presidente da ilha, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, os resultados de um ensaio clínico sobre o uso da ozonioterapia via retal para tratar pacientes confirmados com o novo coronavírus. Descobriu-se que a associação da ozonioterapia ao tratamento convencional contra a Covid-19 aumentou em 40% o número de pacientes com resultado negativo para o exame PCR, após o quinto dia do tratamento.
Apesar dos benefícios aparentes, a ozonioterapia ainda tem alguns obstáculos a ultrapassar aqui no Brasil. De acordo com o Conselho Federal de Medicina, trata-se de procedimento ainda em caráter experimental, cuja aplicação clínica não está liberada, devendo ocorrer apenas no ambiente da estudos científicos. O presidente do Conselho, Mauro Ribeiro, explica que, com bases nos estudos mais recentes e conceituados, o CFM entende que o uso da ozonioterapia no tratamento de doenças não oferece aos médicos e pacientes a certeza de que é um procedimento eficaz e seguro.
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Só são regularizadas e registradas na Anvisa máquinas de ozonioterapia para uso estético (em limpeza de pele e assepsia) e odontológico, como no tratamento de cáries. Utilizar equipamentos de ozonioterapia fora dessas finalidades contraria a legislação sanitária, segundo informou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De acordo com o órgão, não existem equipamentos para ozonioterapia com finalidade terapêutica ou preventiva médica regularizados, visto que nenhum dos processos protocolados na Anvisa conseguiram comprovar a eficácia através de pesquisas clínicas específicas para cada indicação de uso.
Foto destaque: aplicação de ozônio. Reprodução/Rentalmed