A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) concedeu recentemente as autorizações para que o iFood e a Speedbird realizam entregas de delivery através de drones possibilitando um novo meio para desenvolver o ecossistema das aeronaves não tripuladas no território brasileiro. Há cerca de dois anos teste já viam sendo feitos e muitos aprendizados foram obtidos, estes tem contribuído para a definição de regras e composição de protocolos de segurança.
O CEO da Speedbird, Manoel Coelho pontua que o delivery através de drones se tornou algo essencial no Brasil, principalmente considerando os obstáculos na logística e os desafios que a extensão territorial impõem. “Ainda temos uma concentração no modal rodoviário que sofre muitas variáveis como acidentes e congestionamentos, o que resulta em perdas e aumento de custos. Quando falamos em helicópteros, mesmo em São Paulo, ainda há um número restrito e é uma opção cara. No longo prazo, os drones ajudam em escala e na oferta de novas alternativas”, sinaliza Manoel.
Juliana Saad que é diretora de relações com o cliente da Speedbird, esclarece que não o drone como tecnologia essencial não basta, se torna necessário ter um sistema de inteligência integrado. Ela pontua que, no caso da empresa, foi desenvolvido um software que faz a gestão das frotas, define os processos e monitora a manutenção. “Para a definição da rota, não basta apenas o mapeamento, mas é necessária a aprovação. E essa definição tem que ser estratégica para quem está fazendo a entrega, mas, sobretudo, deve estar totalmente conectada a questões de condições de navegação e segurança”, diz Juliana.
Aréa de teste do iFood e Speedbird.(Foto: Reprodução/iFoodNews)
De acordo com Juliana, outra etapa importante é a construção de “avenidas aéreas”, que são os corredores por onde os drones irão percorrer a sua rota de um ponto a outro. Após a aprovação do trajeto não há possibilidade dele ser alterado. Inclusive o operador só terá três opções de comando para o processo que são pausar, abortar ou ejetar paraquedas e finalizar, de acordo ao protocolo da Nasa, o operador não interfere no processo pré definido de rota.
Outro ponto importante é a definição dos drone port, locais onde os drones irão decolar e onde irão aterrissar. “Geralmente, essa estrutura tem 4 metros x 4 metros e todo o suporte de tecnologia necessário. Pode estar instalada em um shopping ou condomínio, por exemplo. Também é importante uma área de isolamento com alambrado por questões de segurança, geralmente ela possui três metros”, pontua a diretora.
Foto destaque: Drone com entrega iFood. Reprodução/Uol.