Cezar Bittencourt, advogado de Mauro Cid, afirmou que o ex-ajudante de ordens confirmou em depoimento ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes que o ex-presidente Jair Bolsonaro sabia dos planos de execução contra o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e Moraes.
Em entrevista à jornalista Andreia Said no programa Estudio I do canal Globo News, o advogado de Cid afirmou que seu cliente confirmou em depoimento que o ex-presidente não só sabia dos planos de execução como também era chefe da organização. Além disso, confirmou que Cid havia participado como assessor, verificou os fatos e indicou os fatos ao chefe que tinha toda a liderança na organização.
"Confirma que sabia, sim. Na verdade, o presidente de então sabia tudo, comandava essa organização", afirmou o advogado.
A entrevista foi feita de forma remota e por problemas de conexão o sinal caiu e retornou minutos depois. Ao retornar, o advogado voltou atrás na versão falada anteriormente afirmando que não havia falado de nenhum “plano de morte”.
Novo depoimento aconteceu por conta de omissões
Na terça-feira(19), Mauro Cid esteve no STF para prestar depoimento sobre dados apagados recuperados no computador dele e também foi interrogado sobre os planos para golpe de estado e assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes. Neste depoimento, Cid negou que tivesse conhecimento sobre um plano para golpe de estado em dezembro de 2022.
Além de atos anti democráticos, Mauro Cid também é investigado no inquérito das jóias (Foto: Wilton Junior/ Estadão Conteúdo)
Após o depoimento, houve um entendimento por parte da Polícia Federal de que houveram contradições e omissões de Mauro Cid sobre vários assuntos perguntados e um novo depoimento precisou ser prestado nesta quinta-feira(21).
Apesar de novos fatos, delação de Cid segue válida
Após o depoimento e os arquivos encontrados pela PF no computador de Mauro Cid, a delação premiada corria risco de ser invalidada por conta de incongruências entre o depoimento do acusado e as provas encontradas pela PF no computador do mesmo, o que infringe as regras descritas para a delação premiada.
Depois de mais duas horas de depoimento na tarde de ontem(21), o STF informou que a delação premiada foi mantida pelo ministro Alexandre de Moraes.
Foto destaque: Segundo advogado, Mauro Cid afirmou que Bolsonaro tinha conhecimento sobre plano para matar Lula (Foto: Alan dos Santos/Presidência da República)