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Tecnologia desenvolvida pela NASA pode viabilizar o mercado de carros elétricos

Mirando pequenos passos em Marte, o FBCE, desenvolvido pela NASA, pode ser um grande passo para o mercado de carros elétricos, promissor na missão de reduzir os níveis de poluição na Terra.

17 Out 2022 - 12h20 | Atualizado em 17 Out 2022 - 12h20
Tecnologia desenvolvida pela NASA pode viabilizar o mercado de carros elétricos Lorena Bueri

Pensando nas novas fronteiras da exploração espacial, a National Aeronautics and Space Administration (NASA) está desenvolvendo um experimento que, por tabela, deverá beneficiar os donos de carros elétricos aqui na Terra.

Batizado como FBCE – experimento de ebulição e condensação em fluxo – a nova ferramenta da agência espacial estadunidense foi desenvolvida para atender futuras missões na Lua, em Marte e outros locais do espaço sideral.

O novo sistema tem um objetivo simples: baseado no princípio da troca de calor, o FBCE fará o ajuste da temperatura nos sistemas de espaçonaves e futuros habitats em solo extraterrestre, evitando o superaquecimento dos circuitos elétricos utilizados nas missões.

Como sugere o nome do experimento, o processo de ajuste de temperatura acontece a partir da manipulação do estado físico de líquidos inseridos nas paredes e nos canais de fluxo do sistema. A troca de temperatura desses líquidos desencadeia os processos de ebulição e condensação, que, por sua vez, geram um fluxo sub-resfriado, abaixo do ponto de ebulição normal, responsável por estabelecer a temperatura ideal para os cenários de superaquecimento.


Modelo do FBCE enviado para testes na Estação Espacial Internacional (Foto: Reprodução/Purdue University)


Mas não será preciso se tornar um astronauta para desfrutar do FBCE: aqui na Terra, donos de carros elétricos deverão experimentar a tecnologia muito antes do primeiro homem a pisar em Marte.

Embora promissor, o mercado dos carros elétricos enfrenta sérios desafios para se estabelecer como uma opção viável. Um desses desafios é o longo tempo do processo de recarga das baterias, que pode se estender por várias horas.

A explicação para o problema está na amperagem dos sistemas de recarga. Os modelos de estações de recarga oferecem potência limitada para evitar o superaquecimento dos cabos e sistemas envolvidos no processo. Atualmente, os carregadores disponíveis no mercado entregam entre 150 e 520 amperes. A amperagem necessária para que se atinja a meta do mercado – cinco minutos de recarga – é 1400.

Para que uma recarga de amperagem tão alta possa ser realizada sem o risco de fritar os circuitos elétricos envolvidos no processo, seria necessária a utilização de métodos avançados de resfriamento – um papel perfeito para o FBCE.

Testes de recarga realizados com o auxílio do novo sistema já estão em andamento e têm apresentado resultados promissores. De acordo com a NASA, a aplicação de resfriamento líquido gerado pelo FBCE nos cabos de recarga “permitiu a passagem de 2400 amperes, muito mais que os 1400 necessários para reduzir o tempo de recarga para cinco minutos”.

Foto destaque: Carro elétrico em processo de recarga. Reprodução/BNamericas

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