A startup brasileira "HAP Gesso" criou uma forma de transformar gesso em osso humano. Conforme a empresa, o composto será importantíssimo no futuro, podendo ser utilizado em cirurgias visando regenerar ossos ou até mesmo dentes. Caso a pesquisa se desenvolva positivamente, o biomaterial será uma revolução no setor da saúde.
A "hidroxiapatita de cálcio" é o material estudado pela startup. Sua matéria-prima é extraída na região do Araripe, em Pernambuco. A "HAP Gesso" foi criada em 2022 e integra a incubadora "Porto Digital Europa". Essas empresas são responsáveis por auxiliar no desenvolvimento de negócios em fase inicial. Em busca de entrar no mercado, a "HAP Gesso" tenta captar R$ 1 milhão.
A pesquisa
Como afirmado pela empresa, o material desenvolvido tem potencial para contribuir em todos os procedimentos que envolvam recuperação óssea e dentária. Consequentemente, poderia ser utilizado nas áreas de estética, odontologia, ortopedia e veterinária, por exemplo.
No processo, o sulfato de sódio é convertido em hidroxiapatita. Gessos de alta qualidade e com alto grau de pureza são utilizados. Devido às diferenças de regulamentação, os processos estão sendo feitos no Brasil e na Europa. Vale destacar que a "Porto Digital Europa" opera no norte de Portugal e que o continente europeu é o segundo maior mercado consumidor de hidroxiapatita no mundo inteiro, atrás apenas dos Estados Unidos.
Região do Araripe é local de extração visando produção da hidroxiapatita (Foto: reprodução/@leonelolimpio/X)
Próximos passos
Em seu site, a "HAP Gesso" explica o objetivo da empresa, que vai ao encontro do proposto com o desenvolvimento da pesquisa com gesso.
“Somos dedicadas a melhorar a harmonização, o suporte e a mobilidade do corpo humano utilizando hidroxiapatita de cálcio sintética. Nossa missão é produzir biomateriais inovadores, biocompatíveis e osteocondutores para promover a saúde óssea, aprimorando a qualidade de vida e a mobilidade dos usuários em procedimentos odontológicos e ortopédicos”.
No Brasil, a Universidade Federal do Vale do São Francisco é responsável pela condução dos experimentos. Presidente da startup, Ceissa Campos Costa comentou sobre a expectativa de chegada do material ao mercado, que deve ocorrer, na Europa, no início de 2025:
“Necessitamos, agora, da certificação (sanitária) e adequação do biomaterial, comprovando que está em conformidade com as normas europeias na área da saúde”.
Testes serão realizados em animais em um primeiro momento para que, posteriormente, sejam conduzidos em seres humanos.
Foto Destaque: Pesquisa busca substituir osso humano por material sintético (Reprodução/Otto Norin/X)