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Sonda da Nasa, Pysche, começa longa jornada ao Cinturão de Asteróides

O asteroide que será analisado pela sonda Psyche possui uma das maiores concentrações metálicas observadas pela humanidade, possivelmente sendo o núcleo de um planeta em formação

25 Out 2023 - 17h11 | Atualizado em 25 Out 2023 - 17h11
Sonda da Nasa, Pysche, começa longa jornada ao Cinturão de Asteróides Lorena Bueri

Após anos de relativa calma no campo da exploração espacial, os cientistas e pesquisadores da Nasa estão vivenciando uma verdadeira “explosão” em seus respectivos tópicos de pesquisa. 

O outono dos asteroides e a jornada de Psyche

Em outubro deste ano, por exemplo, ocorreu o lançamento da sonda Psyche, com o objetivo de estudar o asteroide 16 Psyche, um dos objetos com maior teor metálico já observados pela humanidade. Curiosamente, o lançamento ocorreu em um determinado espaço de tempo que foi batizado de “Outono dos Asteroides” pelos cientistas da agência espacial, já que outros dois projetos — a sonda Lucy, que está analisando oito asteróides em órbita de Júpiter e a sonda OSIRIS-REX, que voltou à Terra para entregar amostras do asteroide Bennu — também atingiram marcos significativos em suas jornadas.

A missão da sonda Psyche, por outro lado, está longe de ser concluída. Com previsão de durar cerca de seis anos, a árdua jornada deve percorrer aproximadamente 3,6 bilhões de quilômetros até chegar ao Cinturão de Asteróides, localizado entre as órbitas de Marte e Júpiter. 

O objeto de estudo, Psyche 16, oferece uma boa oportunidade de estudo aos cientistas por, além de ser majoritariamente formado por metais — com um valor estimado de US$ 10 quadrilhões seguindo o mercado atual —, acredita-se também que o asteroide possa ser o núcleo de um planeta em formação, parecido com o núcleo da Terra. Estudo e análise posterior do objeto astronômico pode aprofundar o conhecimento dos cientistas não apenas a respeito de corpos celestes distantes, como também de nosso próprio planeta. 

A verdadeira idade da Lua

A recente missão da sonda Psyche não é a única notícia recente digna de nota. Pouco tempo atrás, por exemplo, pesquisadores utilizaram uma amostra de poeira lunar colhida durante a missão Apollo 17 em 1972 para estimar a idade da Lua de maneira mais precisa, chegando-se a conclusão de que o satélite natural é 40 milhões de anos mais velho do que imaginado originalmente, tendo cerca de 4,46 bilhões de anos — apenas um pouco mais jovem do que a Terra.

A descoberta foi possível por conta da análise de cristais de Zircão encontradas na amostra com o uso de uma sonda atômica, possibilitando determinar a idade do cristal e, portanto, alcançar um resultado aproximado da verdadeira idade da poeira lunar.

Atlas de galáxias 

Outro evento interessante no campo da astronomia foi a publicação do Siena Galaxy Atlas (SGA), um catálogo que conta com 400.000 galáxias já descobertas pela humanidade e localizadas em nossa vizinhança cósmica e disponibilizado ao público completamente de graça. 

As informações contidas neste expansivo repertório de informações vêm de uma série de pesquisas feitas entre 2014 e 2017 utilizando telescópios terrestres localizados no Chile e no Arizona com o objetivo de mapear a localização de galáxias dispersas ao longo do céu noturno utilizando tanto comprimentos de onda ópticos quanto infravermelhos.


Mosaico óptico de 42 das 400.000 galáxias disponibilizadas para visualização no catálogo SGA (Foto: reprodução/CTIO/NOIRLab/DOE/NSF/AURA/J. Moustakas)


De acordo com o líder do projeto, John Moustakas, as grandes galáxias em nossa vizinhança cósmica são de extrema importância pois “podemos analisá-las mais detalhadamente em comparação com outras galáxias mais distantes”. Além de serem extremamente belas, esses gigantescos aglomerados de estrelas podem auxiliar em nosso entendimento do processo de formação de galáxias e a evolução de nossa própria Via Láctea. 

Testes de viagem espacial continuam

A Nasa recentemente também concluiu de maneira bem-sucedida os testes do motor RS-25, que será futuramente utilizado nas missões tripuladas Artemis II e Artemis III, com destino à Lua. A Índia também teve sucesso durante o teste de um novo sistema de escape de emergência para cápsulas espaciais que serão utilizadas na missão Gaganyaan, cuja inauguração irá ajudar imensamente no Programa Espacial Indiano ainda em fases iniciais de desenvolvimento. 


O novo motor de foguete sendo testado pela Nasa, com planos de futuramente ser utilizado nas missões Artemis II e Artemis III (Foto: reprodução/Aerojet Rocketdyne/Nasa)


Por fim, o mundo também presenciou outros eventos astronômicos dignos de nota, como o eclipse solar que pode ser visto na América. O espetáculo durou cerca de cinco minutos, com a Lua cobrindo o centro do Sol e criando um anel brilhante de “fogo” ao seu redor. 

 

Foto destaque: Uma representação ilustrativa do asteroide 16 Psyche sendo visitado por sonda enviada pela Nasa. Reprodução/Nasa/JPLCaltech/ASU

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