A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) concedeu autorização para a startup JetZero iniciar os testes de voo com a aeronave de asa combinada, denominada Pathfinder. A fase inicial de testes está prevista para durar cerca de três meses e irá ocorrer na Base Aérea de Edwards, na Califórnia.
A certificação de aeronavegabilidade para a JetZero representa um marco para o desenvolvimento aeronáutico, visto que a maioria das aeronaves, até mesmo as mais modernas como o Boeing 787 e o Airbus A350, possuem o mesmo formato concebido no final da década de 1950.
Vista superior do avião desenvolvido pela JetZero (foto: reprodução/JetZero)
Formato da aeronave
O protótipo Pathfinder possui uma distância de sete metros entre as pontas das asas. O modelo de corpo e asas combinados, permite que a aeronave gere sustentação diminuindo a força de arrasto e sendo possível criar-se um volume maior na região central, que acomodará passageiros. O formato, lembra algumas aeronaves militares, como o bombardeiro B-2.
Interior do avião projetado pela JetZero (foto: reprodução/JetZero)
Outras empresas já tentaram implementar o modelo de aeronave com asa combinada. Umas das primeiras tentativas ocorreram em 1920 na Alemanha, quando o designer de aeronaves, Jack Northrop, criou um projeto de asa voadora a jato. O design desenvolvido por ele inspirou a criação da aeronave B-2 na década de 1990.
O formato do Pathfinder poderá mudar também o interior do avião. Será possível encontrar 15 ou 20 filas na cabine, dependendo da configuração de cada companhia aérea.
Projeto do interior do avião desenvolvido pela JetZero (foto: reprodução/JetZero)
Variações em desenvolvimento
A JetZero pensa em desenvolver simultaneamente três variantes. A primeira seria uma aeronave para passageiros com capacidade para mais de 200 assentos. A segunda variante seria um avião cargueiro e a terceira um avião-tanque de combustível. O objetivo da empresa é colocar o protótipo Pathfinder em serviço a partir de 2030.
Um dos fundadores da JetZero, disse em entrevista à CNN em 2023 que a fuselagem de asa combinada das aeronaves pode reduzir o consumo de combustível e as emissões em 50%, número esse que representa um grande salto em comparação a performance das atuais aeronaves.
Foto destaque: modelo de asa combinada desenvolvido pela Jetzero (reprodução/JetZero)