Um robô de silicone do tamanho de uma palma, foi criado em um laboratório em Connecticut. O protótipo apresenta movimentos semelhantes aos de uma lagartixa, e também é capaz de amputar os membros, assim como acontece com um lagarto gecko, que libera sua calda quando é agarrado por um predador.
A principal inovação está nas articulações do robô. De acordo com informações concedidas a CNN, a substância que mantém as articulações unidas tem uma consistência de borracha em temperatura ambiente. Quando aquecida, ela se torna mais líquida, permitindo que o membro se quebre.
Máquinas de autoamputação e interfusão: demonstração quadrupede (Foto:Reprodução/ O Fabratory da Universidade de Yale/YouTube)
As juntas também funcionam ao contrário. Segundo os estudos, peças diferentes podem ser fundidas para criar uma máquina modular. Durante os experimentos, três robôs se juntaram para atravessar um caminho criado pelos cientistas, uma vez que o trajeto é extenso demais para ser percorrido apenas por um.
Grande parte dos robôs modernos foram feitos com materiais duros, como metais e plásticos. Mas está crescendo o interesse em realizar versões “moles” construídos por meio de materiais flexíveis. "Podemos modificar a funcionalidade do autômato conforme necessário", disse Bilige Yang, pesquisador de pós-graduação do Departamento de Engenharia Mecânica e Ciência dos Materiais, que liderou a pesquisa sobre o robô, publicada na revista Advanced Materials no final de maio.
Robôs flexíveis
Atualmente, os robôs inteligentes são usados para ações como a colheita de morangos, mas não são muito difundidos, relata Yu Ju Tan, professor assistente da universidade Nacional de Cingapura (NUS), ao CNN.
Modelo robótico flexível Foto: reprodução/Instagram/@yaleengineering)
Os criadores de robôs flexíveis estão trabalhando em novos modelos de robôs flexíveis, muitas vezes inspirados na natureza, para cumprir uma variedade de tarefas (desde um pequeno dispositivo em forma de estrela-do-mar que transporta medicamentos através do intestino humano até uma máquina mole inspirada em águas subaquáticas).
Primeiro robô flexível capaz de amputação
Tan, que trabalha com materiais eletrônicos e robótica mole, destaque que o robô da Yale é o pioneiro em autoamputação e autorreconfiguração. Ela vê potencial para aplicações em robôs biodegradáveis, reduzindo o impacto ambiental, quando uma parte amputada for deixada para trás, e "podemos realmente nos inspirar nela, em vez de começar do zero", diz Tan, ao afirmar que a natureza oferece as próprias soluções de recomeço.
O próximo projeto é uma tartaruga robótica capaz de transitar suavemente entre terra e água, adaptando suas pernas para diferentes ambientes.
Foto destaque: Protótipo do robô mole (Reprodução: Yale Engineering/ www.seas.yale.edu)