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Operação da PF resgata criança em risco e investiga violência por meio de aplicativo

No acompanhamento do Crai, a menor confirmou as autolesões. Desde o inicio do ano, milhares de contas no app já foram desativas por violação das diretrizes.

22 Jul 2023 - 08h50 | Atualizado em 22 Jul 2023 - 08h50
Operação da PF resgata criança em risco e investiga violência por meio de aplicativo Lorena Bueri

No estado do Rio Grande do Sul, a Polícia Federal conduz uma investigação sobre atos infracionais, como incitação à automutilação e abuso infantil, alegadamente realizados por adolescentes através do aplicativo Discord. Uma menina de 12 anos, vítima desses atos infracionais, foi resgatada da situação na noite de quinta-feira (20). Os policiais apreenderam o computador usado por ela para se comunicar com os adolescentes suspeitos, visando uma perícia científica.

A situação veio à tona a partir de uma denúncia feita pelo pai da menina. A investigação contou com o auxílio de uma psiquiatra do Centro de Referência em Atendimento Infantojuvenil (Crai).

Após uma conversa com a adolescente, a médica confirmou a ocorrência de autolesões. Como resultado, a menina foi encaminhada para realizar exames físicos e psicológicos adicionais, conforme informado pela assessoria de imprensa da Polícia Federal.


Cartilha de dicas para uso do Discord

Recomendações de como usar o app de modo seguro (Foto: Reprodução/VEJA)


Perigo

O aplicativo Discord tornou-se bastante popular entre os jovens e está sob investigação devido à presença de canais com conteúdos que promovem o nazismo, racismo, pedofilia e exploração sexual. Embora nenhuma rede seja completamente à prova de falhas, os especialistas observam que o Discord possui características que o tornam mais suscetível a atividades criminosas.

De acordo com a organização não governamental (ONG) Safernet, o aplicativo possui diversas funcionalidades, incluindo a possibilidade de funcionar como um fórum de bate-papo. A ONG ressalta que a plataforma deveria ser mais proativa no desenvolvimento de ferramentas e políticas para conter a disseminação de conteúdos criminosos.

Força tarefa

A questão tomou proporções significativas, o que levou à criação de uma força-tarefa em todo o Brasil, liderada pela Polícia Federal em conjunto com os estados e em coordenação com o Ministério da Justiça. Em uma reunião realizada em Brasília em 13 de julho, executivos americanos do Discord se encontraram com membros do ministério, comprometendo-se a tomar medidas concretas. 

Na ocasião, a empresa informou que havia fechado 65.000 contas brasileiras desde o início do ano por violação das políticas de segurança. A Polícia Federal tem mantido contato regular com autoridades dos Estados Unidos, como o FBI, que têm relatado crimes na plataforma, permitindo que sejam feitas quinze prisões em estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Santa Catarina.

 

Foto Destaque: O app Discord. Reprodução/Gizmodo

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