Quando o assunto é o planeta Marte, logo vem à tona uma longa lista de enigmas. Entusiastas e cientistas buscam por respostas incansavelmente. Recentemente, a NASA, utilizando o rover espacial Curiosity (veículo de exploração espacial que se desloca sobre a superfície de um planeta ou outro corpo celeste), analisou amostras de solo da cratera Gale, revelando informações importantes sobre o histórico climático do misterioso planeta vermelho.
As missões espaciais e suas descobertas são extremamente valiosas para a humanidade e para a ciência, tanto ao preencher as lacunas da história humana quanto para aperfeiçoar tecnologias. Os satélites, por exemplo, que se tornaram indispensáveis na comunicação e monitoramento, são resultantes da exploração espacial, que se mantém como benefício destas viagens extremamente necessárias.
Imagem obtida em 7 de outubro de 2024 pelo rover Curiosity da NASA – dia marciano 4.326 da missão do Laboratório de Ciências de Marte (Foto/Reprodução/NASA)
Explorando a cratera Gale, os cientistas obtiveram sucesso ao encontrarem minerais ricos em carbono, sugerindo, a partir deste feito, que em Marte, pode ter havido a presença de grandes quantidades de evaporação de água salgada em sua superfície. Conhecidos como carbonatos, os minerais achados no solo marciano apontam para os ciclos de umidade e seca que o planeta passou, em alternância de períodos.
As recentes descobertas
O Dr. David Burtt, do Centro de Voos Espaciais Goddard da NASA, disse certa vez sobre suas pesquisas que, “se concentram no uso de carbonatos e isótopos para estudar ambientes passados e como essas condições podem encorajar ou inibir a vida”.
“quando enviamos rovers e orbitadores para Marte, esperávamos ver uma preferência semelhante em relação ao carbonato de cálcio. No entanto, a maioria dos carbonatos que foram detectados em Marte se aproximam mais dos membros finais de magnésio e ferro. O que torna isso inesperado (e intrigante!) é que os carbonatos de magnésio e ferro requerem condições de formação específicas em ambientes terrestres que entram em conflito com alguns dos regimes climáticos assumidos no antigo Marte. Então, há uma grande questão sobre como esses carbonatos se formaram e o que isso pode dizer sobre os climas regionais ou mesmo globais que existiam em Marte”, também comentou o Dr. Burtt.
Equipe da NASA comemorando o pouso bem-sucedido do rover Curiosity em 2012 (Foto/reprodução/NASA)
Os pesquisadores propuseram duas hipóteses principais para explicar as mudanças climáticas em Marte. A primeira sugere que os carbonatos se formaram através de ciclos de umidade e seca na cratera Gale. A segunda hipótese indica que esses compostos se formaram em água extremamente salgada sob condições de formação de gelo.
Jennifer Stern, coautora do estudo, afirmou que ciclos de umidade e secura indicariam alternância entre ambientes mais e menos habitáveis. Por outro lado, temperaturas criogênicas nas latitudes médias de Marte indicariam um ambiente menos habitável, onde a maior parte da água estaria presa em gelo e não disponível para reações químicas ou biológicas.
Missões tripuladas
Essas descobertas são fundamentais para entender a evolução climática de Marte e suas implicações para a habitabilidade do planeta. A presença de água líquida no passado sugere que Marte poderia ter sustentado formas de vida microbiana, o que abre novas possibilidades para futuras missões de exploração.
Selfie tirada pelo rover Perseverance em solo marciano (Foto/reprodução/NASA)
Além disso, essas informações ajudam a NASA a planejar futuras missões, como a do rover Perseverance, que continua a explorar a superfície marciana em busca de sinais de vida passada. Entender as condições climáticas de Marte também é crucial para futuras missões tripuladas, que poderão enfrentar desafios significativos devido às condições extremas do planeta.
Seguir desvendando os mistérios do planeta vermelho é um planejamento contínuo para o futuro das missões espaciais. A cada nova descoberta, a NASA cria um novo cenário de compreensão sobre a complexa história de Marte e suas implicações para a vida no universo.
Foto destaque: pouso simulado do rover Curiosity em Marte (Foto/Reprodução/NASA)