Novo estudo publicado na última quarta-feira (18), pela revista Nature estima que a lua seja 155 milhões de anos mais antiga do que se sabia até então. O estudo foi realizado por Alessandro Morbidelli, professor do Collège de France, Thorsten Kleine, do Instituto Max Planck, e Francis Nimmo, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz.
Novos estudos sobre o satélite natural
Resultados de estudos anteriores feitos com amostras de rochas lunares cristalizadas e levando em conta a mecânica celeste, podem ter sido influenciados por evento enfrentado pelo satélite que envolveu altas temperaturas, comprometendo as amostras.
Este evento teria acontecido ainda nos estágios iniciais de formação da Lua que, segundo cientistas em pesquisas de 1980, teria se formado a partir da colisão de um corpo celeste com a Terra, que teve seu material remanescente aglutinado e fundido, formando assim o satélite natural. A primeira versão da Lua seria incandescente e vinha sofrendo com a energia liberada pelas marés da Terra, o qual foi a afastando gradativamente ao longo dos anos.
A hipótese mais aceita, até então, é de que este processo tenha acontecido há cerca de 4,35 bilhões de anos, segundo idade das rochas coletadas na missão Apollo, que teriam a mesma idade da Lua em si. Porém, segundo os cientistas recentes, esse processo de resfriamento e aquecimento da Lua pode “reiniciar seus relógios internos”. Ou seja, a idade da Lua que conhecemos atualmente pode refletir apenas quando esse processo aconteceu pela última vez.
Além disso, a teoria original não está de acordo com os estudos de formação planetária atuais.
Próximos passos
Para a confirmação desta e de outras hipóteses, serão analisadas amostras coletadas em junho deste ano pela missão Chang'e 6 da China, onde os pesquisadores poderão constatar novamente a idade das rochas. Os cientistas ainda apontam a importância de diversas áreas do conhecimento em pesquisas como essa, para que diversos pontos de vista possam ser analisados.
Novas análises serão com rochas do lado escuro da Lua (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)
Os cientistas também farão comparações com fenômenos ocorridos com a lua de Júpiter, que parece sofrer de fenômenos parecidos.
Foto destaque: Lua (Reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)