O primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, disse durante discurso ao parlamento nesta quinta-feira (31) que o país planeja lançar drones e segue com planos de realizar a instalação de sensores de temperatura florestais para auxiliar no combate preventivo de incêndios. O movimento chega pouco tempo depois de uma série de duras críticas vindas de ativistas climáticos a respeito de um fogo que está devastando as florestas em território grego há quase duas semanas e que, até o presente momento, ainda não foi totalmente controlado.
A extensão do desastre florestal
O desastre ocorreu na região nordeste de Evros, sendo o mais grave incêndio que ocorreu na Europa neste verão, contando com 14 dias de fogo ininterrupto hoje, sexta-feira (01). Até então, 20 pessoas tiveram suas mortes confirmadas pelas autoridades e o desastre florestal também destruiu casas e outros meios de subsistência para os moradores da região, além de queimar e devastar uma área comparativamente maior à de grandes cidades, como Nova Iorque ou Madrid.
Kyriakos Mitsotakis, primeiro-ministro da Grécia (Foto: Reprodução/Reuters & Louiza Vradi).
“Este ano, embora tenhamos nos preparado mais do que o normal, enfrentamos uma série de incidentes sem precedentes”, afirmou Mitsotakis ao parlamento grego, referindo-se a forte onda de calor em julho, que foi a mais longa da Grécia nos últimos anos, além de ventanias especialmente intensas.
As medidas que o governo grego está tomando
Segundo o primeiro-ministro, as autoridades responsáveis já haviam tomado as medidas necessárias para adquirir mais de 100 drones que serão utilizados para monitorar os incêndios nas florestas em tempo real. Nos planos do governo também está incluso a instalação de sensores de temperatura em sítios arqueológicos de grande importância, bem como em florestas que enfrentam alto risco de incêndio. Ademais, cerca de 500 cientistas florestais e mais de mil bombeiros estão para ser contratados.
Há ambientalistas que defendem uma intervenção internacional mais proeminente para combater as mudanças climáticas, acusando as autoridades gregas de gastar desnecessariamente mais recursos na extinção de incêndios do que para auxiliar na prevenção dos mesmos. Mitsotakis, por outro lado, afirmou que dezenas de milhões de euros foram investidos na prevenção de desastres florestais só este ano, mas mesmo assim não foi o suficiente.
“Podemos dizer que a crise climática é um álibi para todos os nossos problemas? Não, não podemos”, disse aos parlamentares, reiterando que o aquecimento global também ajudou a intensificar os incêndios florestais que, em sua grande maioria, foram causados por negligência humana ou através de atos criminosos.
Foto destaque: Drone voando sobre oceano em um por do sol. Reprodução/kjpargeter&Freepik.