Funcionários do Google denunciam perseguição interna e pedem cancelamento de projeto com Israel. Em uma revelação impactante, empregados da gigante tecnológica Google levantam acusações graves sobre a cultura interna da empresa e seus negócios externos. Esta situação complexa veio à luz nesta quinta-feira (09), gerando debates intensos.
Denúncias internas agravam tensões
Funcionários, identificando-se como muçulmanos, palestinos, árabes e judeus antissionistas, divulgaram uma carta anônima detalhando experiências de perseguição e hostilidade no ambiente de trabalho. Eles alegam que ao expressarem apoio aos palestinos, são submetidos a ofensas e retaliação. Alegações específicas incluem serem rotulados como apoiadores do terrorismo e serem desumanizados em plataformas oficiais da empresa.
Exigências e reações
O grupo exige que líderes da empresa, incluindo o CEO do Google, Sundar Pichai, e o CEO do Google Cloud, Thomas Kurian, condenem as ações de Israel em Gaza. Além disso, solicitam o cancelamento do Projeto Nimbus, um contrato de US$ 1,2 bilhão com o governo israelense para fornecer tecnologias avançadas. Sarmad Gilani, engenheiro de software do Google, ressalta a necessidade de cautela ao criticar Israel na empresa, mencionando uma atmosfera que facilmente associa críticas ao antissemitismo.
A empresa, representada pela porta-voz Courtenay Mencini, respondeu às acusações, enfatizando a delicadeza do tópico e o compromisso com a segurança dos funcionários. Mencini também mencionou que as queixas envolvem uma minoria e que a empresa incentiva a expressão de preocupações através de canais apropriados.
Conheça melhor quem é o CEO do Google, Sundar Pichai (Vídeo: reprodução/YouTube/Passo a Passo Empreendedor)
Projeto Nimbus no centro das controvérsias
O Projeto Nimbus, uma parceria entre Google, Amazon e o governo israelense, é central para as tensões atuais. O projeto, que já havia sido objeto de críticas em 2021, envolve a prestação de serviços de inteligência artificial e outras tecnologias avançadas. Os críticos argumentam que tal parceria contribui para a vigilância e obtenção de dados dos palestinos de forma ilegal.
Em defesa do projeto, Mencini afirma que o contrato se aplica a cargas de trabalho de ministérios governamentais israelenses em áreas como finanças, saúde e educação, e não está direcionado a operações militares sensíveis.
Foto Destaque: Bandeiras da Palestina e Israel (Reprodução/Getty Images/Brasil de Fato)