Na última semana, foi anunciado o desenvolvimento de um software de IA que promete ser capaz de desenvolver outros softwares. Nomeado Devin AI e desenvolvido pela startup Cognition Labs, a nova ferramenta busca tornar o desenvolvimento de softwares por humanos como algo ultrapassado, isso porque a promessa é de que o Devin poderá ser usado não como um auxiliar no processo, mas sim o único desenvolvedor do software, do início ao fim, gerando códigos para websites, aplicativos e jogos.
A startup possui o aporte do bilionário Peter Thiel através de seu fundo de venture capital, que fez um investimento de US$ 21 milhões. Atualmente, a ferramenta se encontra em fase de testes e está disponível apenas para alguns usuários selecionados.
Peter Thiel, bilionário que investe no Devin AI (Foto: reprodução/Getty Images Embed)
As capacidades do Devin AI
Em entrevista para a Business Insider, a Cognition Labs afirma que o Devin AI já foi capaz de passar por testes práticos aplicados por engenheiros especialistas em IA, assim como foi capaz de passar em testes feitos na plataforma freelancer Upwork. Com um browser, editor de código e linha de comandos próprio, o aplicativo é capaz de receber as ordens, mostrar o plano de ação e, se este for aprovado, a ferramenta começa a desenvolver o software, buscando sozinha no browser informações que serão incorporadas à ela, ajudando-a a aprender novos processos conforme tais tarefas forem sendo demandadas pelo usuário.
Em seu blog oficial, a startup diz esperar que a nova ferramenta seja vista como um “companheiro de equipe incansável e habilidoso” e que, com o Devin, “os engenheiros podem se concentrar em problemas mais interessantes e atingir metas mais ambiciosas”.
A repercussão do Devin AI
Apesar da perspectiva otimista adotada pela startup, nem todos do setor enxergam a nova ferramenta com bons olhos. Kevin Shevlin, fundador da Athagist, não vê a iniciativa positivamente, afirmando que essa ferramenta é uma tentativa de “substituir agressivamente um dos poucos trabalhos que provêm uma remuneração de classe média”, causando desemprego em massa no setor.
Entretanto, nem todos vêem com maus olhos: Aravind Srinivas, CEO da Perplexity AI, afirma que esse é o “primeiro caso de algum agente que consegue ultrapassar o limiar da capacidade humana” devido à capacidade do aplicativo de receber ordens, aprender e executar, tudo sozinho.
Foto destaque: chip de computador com AI colado em cima (reprodução/Igor Omilaev/Unsplash)