O Brasil tem cerca de 246 mil amputações nos últimos dez anos. Preocupada com a necessidade destas pessoas, a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) desenvolveu o projeto de uma perna robótica de joelhos e pé.
O projeto é coordenado pelo professor do Departamento de Engenharia Mecânica, Rafhael Andrade. Ele explica como funciona a chamada prótese ativa, “As próteses passivas não entregam nenhuma energia e limitam a capacidade de marcha do usuário, já as próteses ativas conseguem prover e dissipar essa energia, de forma bem semelhante ao funcionamento do nosso corpo. Ao se levantar de uma cadeira, por exemplo, você faz uma contração muscular, e a prótese ativa é capaz de realizar esse procedimento”.
Rafhael Andrade também explica como essa energia é produzida, “Colocamos na prótese sensores que vão ajudar o usuário a ter um movimento mais sincronizado. O atuador, que pode ser elétrico, pneumático ou hidráulico, é o mecanismo acoplado na prótese que vai permitir movimentar a perna do usuário. No caso da prótese de perna em desenvolvimento, isso é feito de maneira elétrica, por meio dos motores”.
Universidade Federal do Espírito Santo (Reprodução/ Divulgação)
Agora a pesquisa busca maneiras de baratear o custo da prótese. Atualmente uma prótese para um amputado transfemoral custa 100 mil dólares.
Outra etapa do projeto é integrar o funcionamento da prótese com o sistema neuromuscular. “Interpretar os sinais biológicos do usuário é uma meta que temos. Nossa ideia é começar com sinais musculares, o que é um desafio, mas seria um avanço para melhorar e sincronizar ainda mais o movimento”, diz o pós-doutor em Engenharia Mecânica.
Atualmente os testes estão sendo feitos em pessoas não amputadas. Andrade explica, "Nesse primeiro momento fizemos um adaptador pra pessoas saudáveis e ele vai ele vai estar sendo utilizado pela própria equipe do projeto e outros alunos. A gente utiliza esse adaptador para colocar a prótese na nossa perna e testar ela na esteira. O dispositivo tem que estar muito bem testado para poder ser usado em pessoas amputadas, porque são pacientes que às vezes tem uma situação de saúde mais delicada".
Foto Destaque: Prótese UFES. Reprodução/ Divulgação