Um estudo conduzido pela Preply, uma plataforma de e-learning, teve como objetivo verificar a habilidade do ChatGPT em reconhecer as principais gírias e expressões populares utilizadas no Brasil.
OpenAI é a criadora do ChatGPT. (Reprodução/Pexels)
Ao ser exposto a um conjunto de 100 regionalismos típicos de todas as regiões do Brasil, a ferramenta atribuiu um significado alternativo - não necessariamente incorreto, mas diferente do seu sentido mais comum - a 19% das expressões testadas.
Entre os termos mal "explicados" estão "queixar", que no vocabulário popular baiano significa flertar ou convidar alguém para sair, e não expressar aborrecimento como inicialmente interpretado pela tecnologia.
Algo semelhante aconteceu com o termo "peidado", comumente usado em Alagoas para descrever que uma pessoa está indignada ou furiosa, mas a ferramenta interpretou como alguém que está muito bêbado.
Para a maioria das palavras, no entanto, bastou a pergunta "qual o significado da gíria x?" para que o bot desse uma resposta considerável. Em determinadas situações, houve a necessidade de acrescentar informações para contextualizar, como indicar o estado de origem da palavra ou a região em que ela é mais frequente.
A resposta para as perguntas foi consultada na própria ferramenta, que foi treinada com uma grande quantidade de textos e dados de linguagem natural para captar múltiplos diálogos e contextos. Embora a tecnologia seja capaz de entender e reconhecer muitas palavras comuns em diferentes contextos, incluindo gírias e expressões informais, é importante lembrar que, por ser uma inteligência artificial, o ChatGPT está sujeito a cometer erros, como demonstrou a pesquisa da Preply.
Segundo a OpenAI, o desenvolvimento da ferramenta é baseado em redes neurais e machine learning com foco em diálogos virtuais, e é semelhante à tecnologia de assistentes virtuais como a Alexa, da Amazon, e o Google Assistant.
Entretanto, o ChatGPT admite que sua habilidade em processar a linguagem natural é limitada em comparação com a de um ser humano, o que implica que ele pode não estar completamente ciente de algumas nuances culturais importantes para interpretar nossas expressões de maneira adequada.
Foto destaque. Códigos (Reprodução/Pixabay)