Um objeto detectado na Via Láctea pode ultrapassar o espaço intergaláctico. De acordo com os cientistas, se trata provavelmente de uma estrela tênue, conseguindo atingir cerca de 1,3 milhão de milhas por hora (600 quilômetros por segundo). A velocidade possibilitaria o objeto de escapar da gravidade da galáxia.
Uma equipe de astrônomos e um grupo de cientistas cidadãos (não necessariamente especialistas em ciência) devem publicar um estudo acerca do fenômeno na revista "The Astrophysical Journal Letters". Esse seria o primeiro objeto classificado como "estrela de massa muito baixa" a ser hiperveloz. Para o coautor do estudo Roman Gerasimov, o evento é “particularmente emocionante” devido a raridade das estrelas de hipervelocidade, que foram descobertas em 2005.
Especialistas opinam
Gerasimov avaliou a dificuldade de classificar o objeto de maneira apropriada. Tratando-se de um corpo de baixa massa, existe dúvida em relação a sua designação: estrela de baixa massa ou uma anã marrom.
"Objeto está bem no limite inferior das massas estelares permitidas, e é de fato possível que a massa do objeto esteja ligeiramente abaixo desse limite, o que implicaria que o objeto não é uma estrela, mas uma anã marrom.”, comentou Gerasimov (via CNN Brasil).
Para explicar sua velocidade, cientistas do estudo argumentaram que o objeto era companheiro de uma estrela anã branca: núcleo restante de uma estrela morta, que expele gases como seu combustível nuclear. Até o momento, essa é a hipótese mais aceita. Professor de astronomia e astrofísica na Universidade da Califórnia, Burgasser explicou o fenômeno (via CNN Brasil):
“Nesse tipo de supernova, a anã branca é completamente destruída, então sua companheira é liberada e voa para longe em qualquer velocidade orbital em que estava se movendo originalmente... No entanto, a anã branca não está mais lá e os restos da explosão provavelmente aconteceu há vários milhões de anos, então não temos provas definitivas de que essa é sua origem.”
Estrela Anã branca, caracterizada por ser altamente densa (Foto: reprodução/WikiImages/Pixabay)
Próximos passos
Ainda que não exista certeza sob todos os processos do fenômeno, a descoberta torna possível que cientistas encontrem aglomerados inéditos. Inclusive, as primeiras anãs marrons foram identificadas recentemente por astrônomos, através do Telescópio Espacial James Webb. Mais pistas sobre o objeto podem explicar a trajetória do mesmo, inclusive seu sistema original.
Foto Destaque: céu noturno estrelado (reprodução/Pexels/Pixabay)