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Empresas de tecnologia disputam para criar o "iPhone" da IA

O mercado está vivenciando uma verdadeira revolução tecnológica, com o advento da IA, incentivando as big techs a desenvolverem novos dispositivos baseados na tecnologia, como os óculos da Meta.

09 Out 2023 - 17h02 | Atualizado em 09 Out 2023 - 17h02
Empresas de tecnologia disputam para criar o 'iPhone' da IA Lorena Bueri

Assim como o iPhone revolucionou o setor quando foi lançado em meados dos anos 2000, algumas das maiores empresas de tecnologia esperam revolucionar o mercado com o desenvolvimento de produtos baseados na nova inteligência artificial generativa, que foi popularizada com o lançamento do ChatGPT, pela OpenAI.

Batizado de “Momento iPhone” pelos especialistas do setor, essa busca por inovação promete trazer novidades interessantes ao consumidor, mas nem todos podem estar dispostos a adotar as novidades.

Batalha pela inovação do mercado

Tendo em vista as capacidades da inteligência artificial, muitos especialistas acreditam que a tecnologia de dispositivos pessoais baseados em IA possam substituir os smartphones como dispositivos de uso cotidiano de uma pessoa comum.

De acordo com Brad Stone, autor de livros que abordam a carreira de Jeff Bezos e a Amazon, “Mais de 15 anos após a introdução do iPhone, o ChatGPT e outros serviços de IA generativa podem logo vir a se tornar os pilares de um novo tipo de dispositivo e de uma forma de interação completamente inédita entre humanos e computadores”. 

Dan Ives, analista de tecnologia afiliado à Wedbush Securities, também afirmou durante entrevista com a Insider que as empresas líderes do setor também estão apostando em hardware de IA, pois os dispositivos podem desempenhar um papel importante na evolução da tecnologia.

“Altman, Nadella, Zuckerberg, Cook e Jassy sabem que o hardware será a porta de entrada para os consumidores no mercado de IA”, afirmou.

Para Ives, o software pode ser comparado ao coração e aos pulmões da inteligência artificial, mas o hardware — os dispositivos pelo qual essa inteligência artificial pode operar — são os braços e as pernas. 

Big techs estão trabalhando em grandes novidades

Setembro ficou marcado como um mês importante para as grandes empresas de tecnologia, contando com novidades vindas da Apple — que revelou seu novo iPhone durante conferência no dia 12 — e a Meta, que finalmente demonstrou ao público a última geração de smart glasses da empresa. Inteiramente desenvolvido com base na tecnologia de inteligência artificial, os óculos contam com um assistente próprio que pode conversar com o usuário e responder perguntas. 

Outros exemplos da tecnologia sendo integrada a dispositivos próprios são os broches de IA desenvolvidos pela startup Humane, inicialmente apresentados durante um desfile da Paris Fashion Week.

O dispositivo, que conta com câmera e alto-falante próprio, conta com inúmeras funcionalidades úteis, mas minimalistas, que não requerem o uso de um celular. Como, por exemplo, exibir na mão do usuário através de uma projeção os detalhes de uma ligação de celular, ou realizar a tradução de frases em inglês para o francês. 


Modelos utilizando os novos dispositivos de IA feitos pela Humane durante a Paris Fashion Week de 2023 (Foto: Reprodução/Getty Images/Victor Virgile).


Imran Chaudhri, co-fundador da Humane, tem o objetivo de criar um dispositivo discreto e prático de ser utilizado, potencialmente reinventando as interações que os seres humanos têm com a tecnologia. 

“Por que se atrapalhar todo para pegar o celular quando você pode só utilizar um pequeno dispositivo para responder suas perguntas?” Chaudhri afirmou durante sua presença no TedX.

Novo modelo de tecnologia pode não decolar

É difícil dizer se a integração da inteligência artificial será bem-sucedida a longo prazo. Para alguns, separar o consumidor de seu smartphone parece ser uma tarefa dura e, francamente, quase impossível. 

“Eu não acredito que essa categoria separada de dispositivos de IA persistirá a longo prazo”, disse Thomas Haigh, professor na Universidade de Wisconsin-Milwaukee responsável por pesquisar a história da tecnologia.

Em entrevista para a Insider, ele argumentou que a inteligência artificial nada mais é que uma “marca”, uma jogada de marketing, que empresas historicamente usaram como forma de ganhar dinheiro e fazer pesquisas. E, no mercado atual, é bem mais provável que os usuários de iPhone simplesmente continuem a usar o aparelho enquanto a Apple desenvolve novas versões do celular com IA embutida. 


Thomas Haigh, professor de história da tecnologia na UWM ao lado de computadores antigos (Foto: Reprodução/UWM Photo/Troye Fox).


E, apesar de todas as capacidades impressionantes da inteligência artificial, Haigh acredita que para o consumidor médio, é muito mais fácil simplesmente utilizar um smartphone comum e que, portanto, pode levar um tempo para os novos dispositivos de IA ganharem popularidade.

Ao que tudo indica, é capaz que a popularidade do smartphone como tecnologia dominante no mercado persista por mais uma década.

Foto destaque: Celular com o aplicativo do ChatGPT prestes a ser instalado. Reprodução/Getty Images/NurPhoto

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