Baseando-se em diversas ferramentas já disponíveis no mercado e em sua própria criatividade, dois estudantes de Harvard, Nguyen e Ardayfio, desenvolveram um óculos Meta capaz de utilizar o reconhecimento facial para descobrir informações pessoais de qualquer pessoa.
Em um experimento apresentado em um vídeo divulgado nas redes sociais, a dupla aborda colegas da escola, revelando detalhes como endereço, número de telefone e até mesmo chamando pessoas na rua pelo nome, dando a entender que já as conhecem ou são amigas desses desconhecidos.
Óculos Meta em stand para observação (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)
Como funciona
Esses óculos são equipados com a inteligência artificial Meta, onde uma luz branca permanece acesa indicando que está filmando. Tudo o que foi implantado no acessório é de "fácil acesso e está amplamente disponível", afirmaram os estudantes durante uma entrevista.
Entre as ferramentas utilizadas, está uma câmera Meta que transmite em tempo real o que está sendo filmado para o Instagram, um software de detecção facial que captura rostos durante a transmissão, e o PimEyes, um mecanismo que busca rostos de qualquer pessoa que apareça em algum lugar da internet.
Além disso, conta com uma inteligência semelhante ao ChatGPT, que, com uma base de dados pública, consegue buscar informações pessoais de quem foi identificado pelo reconhecimento facial. O objetivo da dupla nunca foi fazer propaganda ou comercializar esse modelo criado, mas sim alertar as empresas e autoridades de que essa tecnologia, ao utilizar óculos inteligentes e bases de dados faciais, pode ser extremamente perigosa.
Óculos Meta em exposição na França (Foto: reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)
Tecnologia já criada
Não é a primeira vez que essa ideia surge no mercado; a empresa de Mark Zuckerberg já discutiu anteriormente o lançamento de óculos que utilizam reconhecimento facial semelhante ao que foi desenvolvido pelos estudantes, tendo chegado a criar um protótipo. No entanto, a companhia encontrou barreiras éticas e preocupações legais.
Em declaração, o porta-voz da Meta, Andy Stone, simplificou a questão ao afirmar: “O que esses alunos fizeram funcionaria com qualquer câmera, telefone ou dispositivo de gravação.”
A Google também lançou óculos similares aos dos estudantes, mas, ao contrário do modelo da Meta, a proposta foi controversa em relação à privacidade. Esse acessório possui uma câmera que grava tudo que o portador vê, funcionando como uma câmera de celular, mas de maneira mais discreta.
Foto Destaque: AnhPhu D. Nguyen e A. Ardayfio (reprodução/Instagram/@jackfroot)