Acompanhando de perto e desde o início da disputa mundial, Fernando Moulin conta detalhes observados nas tecnologias utilizadas durante os 28 dias de evento.
Em entrevista à revista Forbes, Moulin listou as 5 inovações tecnológicas que mais destacaram, entre elas está a utilização de simuladores que criam conexões figitais (integração do físico com o digital).
Segundo o professor, A FIFA (Federação Internacional de Futebol Associado) fez uma arena virtual em que a pessoa entra, faz um cadastro e login e interage com outros participantes em uma partida de futebol. Cada integrante é um avatar no mundo virtual. Ainda segundo ele, isso se fez muito presente, principalmente, na FIFA Fan Fast, evento criado pela FIFA onde torcedores se reúnem para assistis às partidas de futebol.
Fernando Muolin, sócio da empresa Sponsorb, professor e especialista em negócios, transformação digital e experiência do cliente. (Foto: Reprodução/Sponsorb)
“Você põe um colete cheio de sensores e aquele jogo é registrado em tempo real. Quando você sai, ganha acesso a um link com a partida digitalizada e disponível, assim você e seus colegas têm acesso à partida”, comentou o especialista em transformação digital. “É uma interação precursora, muito interessante e que está chegando. Acredito que daqui alguns anos vai estar em voga, pois que é uma forma das marcas criarem conexões figital”, continuou.
A conexão com o mundo virtual, de maneira geral, recebeu um tratamento especial. Realizada em uma área de cobertura 5G, as transmissões dos jogos da Copa nos celulares, em tempo real, foi limpa e rápida. “Foi comum ver estrangeiros no metrô, do seu lado, acompanhando transmissões de jogos nos celulares, em tempo real, isso enquanto iam para um estádio ou faziam um passeio. A velocidade de conexão é muito boa, sem travamentos dentro dos estádios. Não tive nenhum problema de experiência com essa tecnologia”, relatou Fernando.
Em contrapartida, uma inovação que deu trabalho foi a geração de ingressos de maneira digital.
Até a Copa da Rússia 2018, onde Fernando também esteve presente, a FIFA fazia a geração dos bilhetes de forma impressa. “O ingresso para o campeonato desse ano foi totalmente digital, vendido na plataforma da FIFA. O sistema apresentou muitos problemas, estava sempre indisponível. Ao realizar a compra eletrônica e ter o direito ao ingresso, a ação permite que o governo do Catar emita o ingresso através de um aplicativo que eles criaram chamado HAYYA; Funcionando de maneira integrada”, contou Fernando.
Venda de ingressos na plataforma FIFA. (Foto: Reprudução/Arquivo pessoal)
A função do aplicativo HAYYA, de acordo com o entrevistado, é concentrar informações turísticas do país, dados sobre os estádios e permitir acesso para comprar ou revender o ingresso, caso a pessoa não queira mais ir ao jogo, bem como servir de passaporte durante o período da Copa. “Com esse aplicativo, o governo deu autorização para estar no país, apresentando ele, o transporte público também era liberado de maneira gratuita”, explicou.
Outras tecnologias apontadas por Fernando foram os painéis visuais e a dupla tela no aplicativo da FIFA.
“O Catar é o país dos painéis visuais. Muitos deles, interativos, foram criados para suportar a Copa do Mundo. Na região da Corniche, onde teve a Fan Festival, alguns prédios transmitiam, com projeções visuais, em tempo real, o placar das partidas. Então você via, por exemplo, a Bandeira de Marrocos e Portugal, acompanhadas pelo zero a zero”, descreveu o professor.
Moulin ainda comentou sobre sua experiência com o aplicativo de dupla tela da FIFA: “Eu testei durante os jogos. Ele vem com uma engenhosa customização de realidade aumentada, permitindo que o usuário veja os jogadores em campo, estatísticas em tempo real, entre outros. Acho que funcionou relativamente bem, mas há espaço para melhorar a experiência ainda mais. Posso dizer que a Copa do Mundo foi um grande evento de transformação da sociedade”.
Foto destaque: Logotipo da Copa do Mundo 2022. Reprodução/ge.globo