Todas as gerações já foram a ‘nova geração’ e passaram pela sensação de estar “inventando a roda”, mas a maturidade chega e percebemos como as tendências são cíclicas, sempre se opondo ao que estava na moda na geração anterior.
A Geração Z, nascida entre 1997 e 2012, viveu momentos de desprezo pela moda dos Millennials, nascidos entre 1981 e 1996, mas agora tem sido fácil perceber essa resistência mudando para aderência. Calças skinny, de cintura baixa ou largas, tops curtos, saltos, estampas ultra coloridas, tops tomara-que-caia, saias bufantes, saias sobre calças, casacos com estampa de leopardo, tênis grandes e grossos já vinham fazendo seu retorno meio que ‘na calada’.
Fashion culture
A moda Y2K (sigla de ‘Year 2000’, anos 2000) escancarou o óbvio. O desdém dos adolescentes era, especificamente, com as tendências da geração imediatamente anterior, vindas dos meados dos anos 2010. E para rebatê-las, o gosto da nova geração retrocedeu um pouco mais, para até o fim dos anos 90 e início dos 2000, sem que eles parassem para pensar que millennials também usufruíram dela, quando eram adolescentes, mas a moda passou, e outra hora iria voltar.
Desde a pandemia, a Geração Z ficou fascinada com os anos 2000, que seriam sinônimos de exuberância, festas e otimismo, muito diferente da ansiedade e do pessimismo dos anos 2020. O ressurgimento inclui, além da moda, a música, a televisão (especialmente séries mais antigas) e até um fascínio por câmeras digitais estilo Cyber-shot. A volta do desejo de usar strass e lantejoulas veio com a ajuda de grandes influenciadoras e artistas da cena atual, como as cantoras Dua Lipa e Olivia Rodrigo, e a modelo Hailey Bieber.
Queridinhos no passado e presente
Tudo o que Hailey Bieber usa viraliza, e seu último lance foi misturar a base com algumas gotas de hidratante para obter uma textura mais leve e com glow. Isso é algo que muitas meninas já fizeram, um truque passado de geração em geração e ainda é relevante. Assim como os lábios vermelhos de mulher moderna, que já eram tendências nos anos 80.
Modelo e empresária Hailey Bieber para sua marca de maquiagem Rhode (Foto: reprodução/Instagram/@haileybieber)
Lábios marrons estão com tudo e é uma resposta natural da Geração Z aos lábios vermelhos dos millennials, porém, não devem imaginar que essa geração já rebateu o vermelho aderindo ao polêmico tom 'Snob' da MAC, que teve seu auge em 2010, um rosa claro frio muito chamativo e difícil de harmonizar com qualquer tom de pele. Muitos aguardam que esse estilo tenha um 'revival' algum dia.
Modelo Naomi Campbell em 1997(Foto: reprodução/Vinnie Zuffante/Getty Images Embed)
Contudo, os batons marrons se popularizaram pela maquiadora Bobbi Brown e pelas supermodelos dos anos 90. O ‘lip combo’, especificamente, refere-se aos lábios tradicionalmente contornados, inclusive combinações de um tom mais escuro com um mais claro, muito utilizado hoje pelas maiores influenciadoras de beleza, como Rihanna, dona da marca Fenty Beauty e também super naturalizados no passado, sendo marca registrada da modelo Naomi Campbell.
Rihanna para sua marca Fenty Beauty em 2025(Foto: reprodução/Instagram/@fentybeauty)
“Blush blindness" é mais uma palavra com roupagem em inglês, que se trata do uso em abundância desse produto. Uma tendência que esteve na moda no final dos anos 70, graças ao nascimento punk, e nos anos 80, e está de volta.
À esquerda, a cantora Sabrina Carpenter; à direita, Hailey Bieber para sua marca Rhode (Foto: reprodução/Instagram/@sabrinacarpenter/Instagram/@haileybieber)
As sombras marcantes e as sombras neon foram muito usadas nos looks mais ousados de 2024 até agora, especialmente na cor verde. Uma constante ao longo dos anos 80, especialmente na forma de blocos de cores.
A Geração Z agora têm seus 27 anos, a Geração Alpha está se aproximando deles e se tornarão os novos bastiões da cultura, com suas sobrancelhas descoloridas e o hibridismo entre um estilo 'dark' e um estilo 'fubango', além de serem hiper focados no eco-consumo e muitas vezes comprarem moda exclusivamente de brechós, entre outras tendências. Tudo novo de novo, vale para todo mundo.
Foto Destaque: À esquerda, Camila Queiroz desfilando para Matins em 2023; à direita, a cantora Nina Hagen em 1987(Reprodução/Andy Santana/Brazil News/Elas no Tapete Vermelho/Lynn Goldsmith/Getty Images Embed)