Um artigo publicado nesta quarta-feira (31), indicou a possibilidade de cientistas enviarem amostras de células animais para a lua. O grupo de pesquisadores argumentam que essa é uma maneira de proteger a biodiversidade do planeta Terra, amparando espécies em risco de extinção. O estudo foi divulgado pela revista “BioScience” e realizado por Cientistas do Instituto Nacional de Zoológico e Biologia da Conservação do Smithsonian, em Washington D.C.
Os pontos positivos seriam a temperatura – que podem chegar até 196ºC negativos – e a desnecessidade de intervenção humana, visto que não existe possibilidade de guerras e desastres naturais. Além disso, não seria necessário fornecer energia para manter as amostras.
Cientistas detalham biorrepositório
Em comunicado divulgado para a imprensa, a “BioScience” explicou a importância e o porquê do projeto ser necessário:
“Devido a inúmeros fatores antropogênicos (gerados por ações do homem), uma alta proporção de espécies e ecossistemas enfrenta ameaças de desestabilização e extinção que estão acelerando mais rápido do que nossa capacidade de salvá-las em seu ambiente natural.”
Além disso, a autora principal Mary Hagedorn ressaltou o objetivo do biorrepositório:
“Inicialmente, um biorrepositório lunar teria como alvo as espécies mais em risco na Terra hoje ... Mas nosso objetivo final seria criopreservar a maioria das espécies na Terra".
Biorrepositório na Lua visa preservar Biodiversidade da Terra (Foto: reprodução/NatureFriend/Pixabay)
Próximos passos
O primeiro carregamento pode ser transportado futuramente através de missões de astronautas à Lua, sob o programa “Artemis”, da NASA. Mais testes também serão feitos e existe uma busca por parceiros.
Os pesquisadores do estudo também relataram outros desafios, como a necessidade de embalagens especiais e a proteção necessária perante efeitos da radiação. Em um cenário pessimista e caótico, a distância da Lua para a Terra possibilita o satélite manter as células animais em caso de um apocalipse climático ou nuclear do planeta. Os primeiros testes utilizaram células do Starry Goby, uma espécie de peixe.
Foto Destaque: satélite natural da Terra pode ser palco de biorrepositório (reprodução/gdmoonkiller/Pixabay)