Por meio da modificação de gene Crispr, cientistas chineses conseguiram restaurar a visão de camundongos. Esse avanço aponta para uma possibilidade de ser utilizada em humanos no futuro, vai depender apenas das implicações éticas que os cientistas precisam lidar pelo uso dessas tecnologias.
Os camundongos tinham retinite pigmentosa, uma doença hereditária que causa degeneração da retina que pode ocasionar diferentes níveis de cegueira, indo de moderada a grave. Após recuperarem a visão, os cientistas provaram por meio de testes comportamentais que os ratinhos mantiveram a visão até a velhice. Para reverter a cegueira, os cientistas utilizaram a Crispr, que permite a edição de genes específicos do DNA, tratando assim qualquer anomalia genética. Essa tecnologia também tem sido utilizada para criar as primeiras crianças editadas geneticamente.
Tecnologia Crispr pode alterar genes específicos do DNA. (Foto: Reprodução/Pixabay)
Essa não foi a primeira vez que a tecnologia de edição de gene foi utilizada em ratos cegos, apesar dos avanços, o uso da Crispr em humanos é um desejo futuro. Em entrevista à Forbes, o cientista que participou dos estudos, Kai Yao falou que as ferramentas utilizadas ainda não são capazes de reparar as cegueiras em humanos.
O cientista disse ainda que a tecnologia Crispr que ele e seus parceiros de estudos desenvolveram é capaz de realizar edição de genoma em qualquer parte do DNA e evidencia a possibilidade de ser usada para tratamento de qualquer doença. “Poderia ser uma das ferramentas de edição de genoma mais poderosas disponíveis”, disse Yao.
A retinite pigmentosa pode ser ocasionada por mais de 100 mutações de genes e, por isso, Yao e outros pesquisadores têm trabalhado para testar a tecnologia em todas as variações da doença. De acordo com a Forbes, foi realizada uma pesquisa que estimou que 1 em cada 4.000 pessoas nos Estados Unidos são afetadas pela retinite pigmentosa. O cientista disse que: “muito trabalho ainda precisa ser feito para abordar questões de segurança e garantir a eficácia antes que este sistema possa ser usado com segurança e eficácia em humanos”.
Foto destaque: Rato de laboratório sendo segurado por uma mão. Reprodução/Pexels.