Em ação regulatória recente, a Comissão e-Safety da Austrália multou a rede social X, propriedade do empresário Elon Musk, em US$ 386 mil. A plataforma falhou em responder sobre suas práticas relativas ao abuso infantil.
Pressão regulatória aumenta
A X, anteriormente conhecida como Twitter, não respondeu satisfatoriamente a questionamentos sobre quanto tempo demorou para reagir aos relatos de material de abuso infantil e os procedimentos adotados para identificar tais postagens. Esse valor da multa, mesmo sendo pequeno em comparação aos 44 bilhões de dólares que Musk investiu para adquirir a rede social em outubro de 2022, reflete uma reprimenda simbólica à imagem da empresa.
A X, ao longo do tempo, enfrentou críticas sobre sua moderação de conteúdo, com anunciantes diminuindo seus investimentos devido à percepção de negligência na moderação. A situação se complicou com a reativação de milhares de contas que haviam sido previamente banidas.
Desafios globais
A situação não se restringe à Austrália. Na Europa, a União Europeia investiga a X por possível desrespeito às suas regulamentações, após denúncias de disseminação de desinformação relacionadas a conflitos internacionais. Com a mudança de propriedade e administração para Musk, a rede social passou a enfrentar maior escrutínio por suas políticas de moderação.
Após a compra por Musk, a X encerrou suas operações na Austrália, dificultando a comunicação direta com a imprensa local.
Conheça as mudanças no Twitter administrado por Elon Musk (Vídeo: reprodução/YouTube/TecMundo)
Outras plataformas no radar
A iniciativa regulatória não é exclusiva à X. Plataformas de renome, como Google, Discord, TikTok e Twitch, também receberam solicitações em fevereiro de 2023 para fornecer detalhes sobre suas ações contra a disseminação de material de abuso infantil.
Conforme relatos, a eficiência da X na detecção de conteúdo abusivo caiu de 90% para 75% nos três meses posteriores à aquisição por Musk. A falta de resposta da X foi, segundo autoridades australianas, mais significativa quando comparada a outras empresas.
O X, entretanto, pode recorrer da decisão. E reiterou seu compromisso em manter uma "política de tolerância zero" para conteúdos de abuso infantil, destacando o uso de ferramentas automatizadas e revisão manual especializada.
Foto Destaque: Silhueta do CEO da rede social X, Elon Musk. Reprodução/Kovop/Olhar Digital