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Após tragédia do Titan, discussão surge a respeito de um eventual resgate no espaço

O turismo espacial tem se tornado cada vez mais prolífico nos últimos anos, com grandes corporações oferecendo viagens até os limites do espaço terrestre, no caso da Blue Origin, da Jeff Bezos, ou até a órbita da Terra.

10 Jul 2023 - 18h30 | Atualizado em 10 Jul 2023 - 18h30
Após tragédia do Titan, discussão surge a respeito de um eventual resgate no espaço Lorena Bueri

O acidente fatal do submersível Titan, que ocasionou na morte de cinco pessoas por conta de uma falha técnica do veículo aquático durante uma excursão turística aos destroços do navio Titanic, deixou uma dúvida na mente de muitas pessoas acompanhando o caso: o que aconteceria se um desastre parecido acontecesse durante viagens de turismo espacial patrocinadas por empresas como a SpaceX? O Insider, empresa de mídia americana, buscou responder justamente essa pergunta. 

A longa e complexa missão de resgate em busca do Titan nos dias que sucederam o desaparecimento do submersível nas profundezas do Atlântico, que culminou na descoberta dos destroços do veículo após sua eventual implosão, serve como demonstração do quão penosa e difícil pode ser uma missão de resgate nas águas inclementes de um oceano profundo. Contudo, se uma expedição ao espaço encontrasse problemas, a logística necessária para o resgate poderia apresentar problemas ainda maiores. 

O turismo espacial tem se tornado cada vez mais prolífico nos últimos anos, com grandes corporações oferecendo viagens até os limites do espaço terrestre, no caso da Blue Origin, da Jeff Bezos, ou até a órbita da Terra, como o serviço oferecido pela SpaceX. Até o momento, nenhum acidente ocorreu durante essas expedições, apesar da difícil tarefa de conseguir lançar um ser humano ao espaço, região cujas condições são extremamente hostis à sobrevivência de nossa espécie. 


O foguete New Shepard da Blue Origin em processo de lançamento (Foto: Reprodução/Blue Origin).


Mas, caso algum desastre viesse a ocorrer, a logística de resgate nesse tipo de viagem ainda não é algo quantificado, segundo Leroy Chiao, astronauta da NASA e comandante da Estação Internacional aposentado. “Há perguntas importantes que devem ser feitas. Qual é o plano, caso uma nave perca a capacidade de voltar para a Terra sozinha? Quem vai pagar o resgate? São os cidadãos que irão bancar as despesas com seus próprios impostos?”, indagou em entrevista à CNN.

Chiao, que já foi contratado como consultor de segurança para a SpaceX e a NASA, afirmou que um dos desafios mais difíceis nessa situação seria justamente resgatar a tripulação. Segundo ele, após o desastre da nave espacial Columbia, em 2003, que resultou na morte de sete astronautas, a NASA oficialmente adotou um protocolo de resgate. A agência espacial americana criou um tipo de missão chamado Launch on Need, ou Lançamento por necessidade, que ficaria de prontidão para ir ao espaço com a tarefa de resgatar a tripulação de uma nave que não tivesse mais a capacidade de voltar à Terra de maneira autônoma. 

Até o fim do programa espacial americano em 2011, nenhuma dessas missões foram necessárias. 

Durante entrevista ao Insider, Chiao também explicou que uma situação em que a nave ficasse incapaz de retornar do espaço só teria chances de acontecer durante os voos da SpaceX, já que ela é a única companhia que atualmente presta serviços de turismo à órbita terrestre. O serviço de Blue Origin, por exemplo, trata-se de uma viagem até o limite da atmosfera do planeta, com uma trajetória em arco. Isso significa que a nave está fadada a eventualmente “cair” em direção a superfície do planeta, sem risco de ficar presa na órbita. 

Naves orbitais, por outro lado, correm o risco de ficarem presas no espaço, mas a Estação Espacial Internacional poderia fornecer auxílio em casos como esse, já que missões são regularmente enviadas para a Estação Espacial, ou ao menos no mesmo trajeto orbital. Caso necessário, as naves poderiam manobrar e estacionar na estação, até um possível resgate. “Mas, caso optassem por usar outro plano orbital, essas naves estariam sozinhas no espaço, podendo continuar em órbita indefinidamente”, concluiu Chiao.

Até então, a SpaceX usa o trajeto em direção à estação, segundo Chiao. Mas se houver algum problema durante o percurso, é possível que a trajetória seja alterada, fazendo com que a nave acabe em um plano orbital errado. A parceira da empresa de Elon Musk com a NASA também significa que todas as naves da empresa precisam passar pelos testes de segurança da agência espacial americana, algo que não ocorre com os veículos da Blue Origin ou da Virgin Galactic, que possuem certificações independentes. Isso, no entanto, não significa que as excursões da SpaceX sejam inerentemente mais seguras, já que a companhia também teria dificuldades de realizar um resgate. Por não possuir um protocolo de missão launch on need, ela teria de contar unicamente com a ajuda da NASA. 

Em caso de desastres marítimos, a Guarda Costeira se compromete a auxiliar em missões de resgate sem cobrar qualquer coisa em águas americanas, mas não há um equivalente no espaço, deixando a questão: quem pagaria por uma possível missão de resgate em caso de acidentes? Contactadas pelo Insider, a Blue Origin, Virgin Galactic e a SpaceX se recusaram a comentar.

Foto destaque: Trabalhadores cuidando do lançamento do foguete Falcon 9 da SpaceX em Cabo Canaveral (Foto: Reprodução/Getty Images).

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